Muita gente odeia o Dr Plausível. Especialmente qdo há greve de metroviários. Os carros todos quase engavetados, verdes de inveja seguindo com os olhos nosso espevitado doutor q passa de bicicleta pelos vãos da mornança, pelos interstícios da mangação. Digo 'mornança' e 'mangação' pois, pô, vai do norte ao sul do Brasil, do norte ao sul do mundo, a imperdoável omissão das forças trabalhadoras em consultar nosso euforizante humanista.
Grevista é um sujeito q não pensa. Pois veja bem. Ele acha q a maior virtude da greve é a de ser um exercício de direitos: o de não trabalhar caso não esteja satisfeito com as condições e o de reclamar publicamente pra conseguir uma modificação nessas condições. Hmm. So far, so good.
Mas... mas... ¿Vcs já perceberam q, no preço dum saboroso abacaxi num supermercado, estão embutidos o custo dos abacaxis q encalham e apodrecem, o custo dos abacaxis q são roubados, e o de outros abacaxis perdidos de alguma forma? Qdo vc compra um abacaxi, vc está pagando não só pelo abacaxi q consome mas tbm paga um rateio de todos os outros q se perderam. Os abacaxis q serão comprados são um fundo de garantia contra as perdas. E esse fundo existe mesmo q não haja perdas.
Assim como o consumidor sabe q paga um preço compensado pelo abacaxi, tbm o grevista sabe q o empregador está lucrando mais do q o empregado. Um mecânico pode começar a trabalhar por um salário X numa empresa pequena, e 15 anos depois, qdo a empresa já quadriplicou de tamanho, ele continua ganhando X. O q o grevista não sabe, mas desconfia, é q uma parte do lucro 'excedente' do empregador é exatamente um fundo de garantia do empregador caso haja prejuízos causados por greves e caso ele tenha q satisfazer reivindicações de aumento. O dinheiro do aumento já está lá guardadinho, esperando por uma greve. O grevista desconfia, e então chora pra mamar. So far, so good.
Mas... mas... A coisa q o grevista não percebe é q, enquanto ele esperneia e grita com hora marcada "quero mais dinheiro", "quero mais direitos", &c, e acha q está fazendo uma declaração de poder, a mensagem q o empregador recebe é simplesmente "quero continuar trabalhando pra vc, ¿vc deixa?". E essa é uma mensagem q ele adora ouvir: pois, apesar de dispor dum fundo de garantia monetário em caso de greve, ele precisa acima de tudo duma garantia de trabalho após a greve. E o funcionário, ao fazer greve, admite e garante publicamente sua dependência e subserviência ao empregador. Ou seja, a greve não é declaração de poder e sim de fraqueza.
A greve é a domesticação do trabalhador indignado. O grevista é o abacaxi q garante sua compra ao supermercado.
Melhor seria se, em vez de fazer greve, o trabalhador pedisse demissão duma situação na qual certamente não está contente; melhor ainda seria se os trabalhadores TODOS dum ramo tivessem culhões pra se demitirem em uníssono. Aí os empregadores iam se borrar. O Metrô, por exemplo, mesmo q improvavelmente achasse possível conseguir preencher as vagas todas com outros trabalhadores em 1 semana, saberia q levaria meses pra se recompor. Logo, todo empresário teria q deixar de lado essa balela do "crescimento da empresa", pegar o dinheiro q agora guarda pra gastar em reinvestimentos, e com ele aumentar os salários e melhorar o padrão de vida de seus funcionários.
Logo viriam os tom-peterzinhos querendo evangelizar os demissionários, "poxa, ¿vcs querem destruir a empresa q foi seu sustento durante tantos anos? vcs têm q vestir a camisa, poxa."
A resposta a isso, obviamente, só pode ser, "Foda-se tua camisa. Foda-se o crescimento da economia. Quero meu bem-estar agora." Se essa possibilidade não é pelo menos aventada, então ou os grevistas têm meio cérebro, ou a greve em si não passa dum jogo cínico com jogadores cínicos em ambos lados.
17 agosto 2006
14 agosto 2006
Adilson Catarrino
Uma amostra dos efeitos nefários da NoCu sobre a inteligência² é o trabalho de gramáticos como o Prof DilsonCatarino – um trabalho árduo, paciente e não recebedor do correto grau de respeito q lhe caberia, fosse este um mundo justo. (Não é a primeira vez q o DiCa é mencionado aqui. A primeira menção foi num comentário de leitor a este artigo.)
Esse professor escreve pro UOL esclarecendo 'dúvidas' de gramática portuguesa, e tbm tem um site próprio bem estruturado em q dirime direitinho e iluminantemente várias inquietações ortográficas, distúrbios regenciais, aflições concordânticas e moléstias prepositórias.
Às vezes ele até extrapola.
Tal como numa de suas "pegadinhas gramaticais": criticando a frase "antes que tudo exploda", labirintou-se por "verbos defectivos" e "formas rizotônicas" até concluir q o "correto" é dizer... (difícil não rir) ... "antes que tudo estoure" HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... O DiCa, tal como deixou transparecer na resposta q deu a meu leitor, parece não ter muito apreço por senso de humor.
Outra "pegadinha" critica a frase "É preciso tornar mais rigorosas as normas e os critérios". Após uma explicação desfilando uma série de se-isto-então-aquilos, falando de "elemento acessório" e outros badulaques, ele "corrige" a frase pra "É preciso tornar mais rigorosos as normas e os critérios", q soa exatamente como eu: feio, chato e pobre.
Pra responder muitas 'dúvidas' de leitores, basta fazer o q eles não fazem: olhar num dicionário. Mas algumas são questões gramaticais de leitores desorgulhados e desenganados pela NoCu pedindo a alguém q lhes ensine a falar a própria língua. Por exemplo, respondendo a uma 'dúvida' de leitor, o DiCa diz q o "correto" não é dizer "Este sanduíche está delicioso. Você está servido?", mas "Este sanduíche está delicioso. Quer experimentá-lo?" HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Pro Dr Plausível, é evidente o q acontece na cachola do DiCa: ele deixa as regras pensarem por ele; ou seja, ao meditar sobre a língua, ele não PENSA. Vejam este exemplo:
Uma leitora pergunta qual é a frase correta:
Por favor, ao passar, manter a porta fechada. ou
Por favor, ao passar, mantenha a porta fechada.
Após vários exemplos de imperativo e infinitivo, ele conclue q "as duas frases apresentadas estão adequadas ao padrão culto da língua".
¡Só se for língua de autista, meu caro! Pois tem q usar um olho muito obtuso pra não ver q, se vc mantiver a porta fechada ao passar, não há como passar. Em vez de analisar o q frase DIZ, o NoCulto se perde nas mirabolâncias q toda regra vai acumulando q nem ferrugem. Alguma porta certamente se fechou, pois nem sequer passou pela cabeça do culto gramático corrigir a frase pro claro, simples, direto e inatacável
Depois de passar, por favor feche a porta.
Não. Gente culta tem q parecer culta. E cultura é uma espécie de complexidade, não é? Então pra quê simplificar se vc pode complicar e parecer culto, ¿não é verdade? (Já deve ter alguém reclamando de meu "pra quê"...)
O DiCa não é um caso único q o Dr Plausível resolveu de repente espezinhar maldosamente. Não. Ele é um exemplo. É um cara ajuizado, digno, com preocupações honestas e diligência exemplar. Só q totalmente despistado. A fazeção de cabeça pela NoCu resulta em milhões e milhões de brasileiros como ele desperdiçando tempo com a forma e deixando o conteúdo à mercê de males sinistros e insidiosos tal como a inexplicitez e a falta de distinções do português, o vírus da hipoplausibilose e a metonímia elíptica.
________________
Resta explicar o título deste artigo, q é o nome "correto" do DiCa, segundo a Norma Culta. Primeiro q 'Dilson' não existe. 'Dilson' é uma metanálise, ou falsa segmentação com aférese, de 'Adilson'. Já 'Catarino', está obviamente errado, pois português não é russo – língua em q o sobrenome varia em gênero de acordo com o sexo de seu dono: ¿vai me dizer agora q o 'Dilson' tem uma irmã chamada 'Délia Catarina'? Não. 'Catarino' é uma corruptela do nome da nobre e já esquecida profissão de caçador de rinocerontes, ou 'caça-rinos'. Por aglutinação e nordestização, o nome virou 'catarrinos', e hoje, após um processo de preguiçação, grafa-se 'catarrino', forma reconhecida como correta pelo padrão culto da língua. É isso.
Esse professor escreve pro UOL esclarecendo 'dúvidas' de gramática portuguesa, e tbm tem um site próprio bem estruturado em q dirime direitinho e iluminantemente várias inquietações ortográficas, distúrbios regenciais, aflições concordânticas e moléstias prepositórias.
Às vezes ele até extrapola.
Tal como numa de suas "pegadinhas gramaticais": criticando a frase "antes que tudo exploda", labirintou-se por "verbos defectivos" e "formas rizotônicas" até concluir q o "correto" é dizer... (difícil não rir) ... "antes que tudo estoure" HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA... O DiCa, tal como deixou transparecer na resposta q deu a meu leitor, parece não ter muito apreço por senso de humor.
Outra "pegadinha" critica a frase "É preciso tornar mais rigorosas as normas e os critérios". Após uma explicação desfilando uma série de se-isto-então-aquilos, falando de "elemento acessório" e outros badulaques, ele "corrige" a frase pra "É preciso tornar mais rigorosos as normas e os critérios", q soa exatamente como eu: feio, chato e pobre.
Pra responder muitas 'dúvidas' de leitores, basta fazer o q eles não fazem: olhar num dicionário. Mas algumas são questões gramaticais de leitores desorgulhados e desenganados pela NoCu pedindo a alguém q lhes ensine a falar a própria língua. Por exemplo, respondendo a uma 'dúvida' de leitor, o DiCa diz q o "correto" não é dizer "Este sanduíche está delicioso. Você está servido?", mas "Este sanduíche está delicioso. Quer experimentá-lo?" HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Pro Dr Plausível, é evidente o q acontece na cachola do DiCa: ele deixa as regras pensarem por ele; ou seja, ao meditar sobre a língua, ele não PENSA. Vejam este exemplo:
Uma leitora pergunta qual é a frase correta:
Por favor, ao passar, manter a porta fechada. ou
Por favor, ao passar, mantenha a porta fechada.
Após vários exemplos de imperativo e infinitivo, ele conclue q "as duas frases apresentadas estão adequadas ao padrão culto da língua".
¡Só se for língua de autista, meu caro! Pois tem q usar um olho muito obtuso pra não ver q, se vc mantiver a porta fechada ao passar, não há como passar. Em vez de analisar o q frase DIZ, o NoCulto se perde nas mirabolâncias q toda regra vai acumulando q nem ferrugem. Alguma porta certamente se fechou, pois nem sequer passou pela cabeça do culto gramático corrigir a frase pro claro, simples, direto e inatacável
Depois de passar, por favor feche a porta.
Não. Gente culta tem q parecer culta. E cultura é uma espécie de complexidade, não é? Então pra quê simplificar se vc pode complicar e parecer culto, ¿não é verdade? (Já deve ter alguém reclamando de meu "pra quê"...)
O DiCa não é um caso único q o Dr Plausível resolveu de repente espezinhar maldosamente. Não. Ele é um exemplo. É um cara ajuizado, digno, com preocupações honestas e diligência exemplar. Só q totalmente despistado. A fazeção de cabeça pela NoCu resulta em milhões e milhões de brasileiros como ele desperdiçando tempo com a forma e deixando o conteúdo à mercê de males sinistros e insidiosos tal como a inexplicitez e a falta de distinções do português, o vírus da hipoplausibilose e a metonímia elíptica.
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Resta explicar o título deste artigo, q é o nome "correto" do DiCa, segundo a Norma Culta. Primeiro q 'Dilson' não existe. 'Dilson' é uma metanálise, ou falsa segmentação com aférese, de 'Adilson'. Já 'Catarino', está obviamente errado, pois português não é russo – língua em q o sobrenome varia em gênero de acordo com o sexo de seu dono: ¿vai me dizer agora q o 'Dilson' tem uma irmã chamada 'Délia Catarina'? Não. 'Catarino' é uma corruptela do nome da nobre e já esquecida profissão de caçador de rinocerontes, ou 'caça-rinos'. Por aglutinação e nordestização, o nome virou 'catarrinos', e hoje, após um processo de preguiçação, grafa-se 'catarrino', forma reconhecida como correta pelo padrão culto da língua. É isso.
02 agosto 2006
A aspa do negócio
Talvez vcs não saibam, mas o Dr Plausível é absolutamente contra a permanência e o uso de carros particulares nas cidades. Nesta em q reside, ele se locomove com facilidade (e com freqüência mais rápido) a pé, de bicicleta, de táxi, de ônibus e de metrô. Se dependesse dele, os carros particulares seriam vehiculum non gratus nas cidades, e foda-se a economia.
Só q um inconveniente dessa restrição seria q, aumentando-se o transporte público, ¿o q aumentaria junto? Logicamente, os anúncios. Jendia, até os táxis têm reclames estampados na carroceria. Já-já alguém vai ter a brilhante idéia de tatuar propagandas na testa de criminosos. A propaganda em si não é lá tããão insidiosa. O problema é deixá-la nas mãos de pessoas não certificadas pelo Instituto Dr Plausível; pois se qqer taxizinho pode passear um reclame qqer pela cidade, então qqer publicitário jecamental pode perpetrar qqer tontice neles, ¿ora pois não?.
Vejam só esta. Sesdias, nosso ebuliente doutor acenou prum táxi na rua e, qdo este parou, o doutor aos gargalhos recusou-se a entrar, se desculpou e pediu ao taxista encafifado q seguisse seu caminho sozinho. Pois ali na carroceria, algum desavisado achou por bem escancarar pela cidade o seguinte slogan dum produto chamado Fluviral:?.
"Gripou?" "Desgripa!"?.
(Q, pela diagramação, tbm pode ser lido como "Gripou?" Fluviral "Desgripa!")?.
Ora...?.
¿O q é q dá na cabeça dum publicitário pra q, ao mesmo tempo em q inventa o excelente e útil verbo 'desgripar', tbm insista em mostrar sua carteirinha da Confederação e Lobby Contra Agressões à Norma Culta (CoLoCANoCu)? Pois ¿que raios estão fazendo aquelas aspas no slogan? Se alguém vier insistir q a CoLoCANoCu não existe, q é invencionice minha, então a única explicação restante é q nem o publicitário botou muita fé em sua criação, nem o fabricante bota fé em seu Fluviral: pois se o Fluviral ""desgripa"", quer dizer q não desgripa tanto assim, não é? Óbvio!?.
Talvez eu esteja sendo injusto com o criador de 'desgripar'. Um anúncio é produto de várias cabeças e, em casos como este, a palavra e as aspas podem ter saído de duas cabeças diferentes. Mas pra alguém sendo humilhado como passageiro dum táxi desses, não faz muita diferença quem exatamente foi o irresponsável responsável pela decisão de aspear uma palavra simplesmente porque algum livreco de regritchas diz q deve-se aspear os neologismos.
Só q um inconveniente dessa restrição seria q, aumentando-se o transporte público, ¿o q aumentaria junto? Logicamente, os anúncios. Jendia, até os táxis têm reclames estampados na carroceria. Já-já alguém vai ter a brilhante idéia de tatuar propagandas na testa de criminosos. A propaganda em si não é lá tããão insidiosa. O problema é deixá-la nas mãos de pessoas não certificadas pelo Instituto Dr Plausível; pois se qqer taxizinho pode passear um reclame qqer pela cidade, então qqer publicitário jecamental pode perpetrar qqer tontice neles, ¿ora pois não?.
Vejam só esta. Sesdias, nosso ebuliente doutor acenou prum táxi na rua e, qdo este parou, o doutor aos gargalhos recusou-se a entrar, se desculpou e pediu ao taxista encafifado q seguisse seu caminho sozinho. Pois ali na carroceria, algum desavisado achou por bem escancarar pela cidade o seguinte slogan dum produto chamado Fluviral:?.
"Gripou?" "Desgripa!"?.
(Q, pela diagramação, tbm pode ser lido como "Gripou?" Fluviral "Desgripa!")?.
Ora...?.
¿O q é q dá na cabeça dum publicitário pra q, ao mesmo tempo em q inventa o excelente e útil verbo 'desgripar', tbm insista em mostrar sua carteirinha da Confederação e Lobby Contra Agressões à Norma Culta (CoLoCANoCu)? Pois ¿que raios estão fazendo aquelas aspas no slogan? Se alguém vier insistir q a CoLoCANoCu não existe, q é invencionice minha, então a única explicação restante é q nem o publicitário botou muita fé em sua criação, nem o fabricante bota fé em seu Fluviral: pois se o Fluviral ""desgripa"", quer dizer q não desgripa tanto assim, não é? Óbvio!?.
Talvez eu esteja sendo injusto com o criador de 'desgripar'. Um anúncio é produto de várias cabeças e, em casos como este, a palavra e as aspas podem ter saído de duas cabeças diferentes. Mas pra alguém sendo humilhado como passageiro dum táxi desses, não faz muita diferença quem exatamente foi o irresponsável responsável pela decisão de aspear uma palavra simplesmente porque algum livreco de regritchas diz q deve-se aspear os neologismos.
28 julho 2006
Na terrinha prometidinha
Pode parecer cruel, mas nosso exultante doutor às vezes não se furta de descolar umas risadas vendo aquela zorra toda no oriente médio. ¡Êta gente difícer, aquele pessoal, não? Em ambos lados. Difffííícer. Deve ser o clima e aquela aridez toda; pq ¡vai ter gente irritadinha e metidinha assim lá em Pelotas, ¿não é, dona de casa? ¿Aquele pessoal não aprende nunca?
E ¿as terpretação das coisa? Se judeu constrói em terra palestina, só pode ser pq quer tomar aquilo pra si e expulsar a palestinada de lá, claro. Mas nananinanã. Hoje em dia, o bejetivo é outro. Se mais gente consultasse o Dr Plausível, aquele problema todo já teria sido resolvido há muito tempo. Antigamente, os judeus com certeza queriam aquela terra toda. Jendia, não. Jendia, querem mais é q os palestinos continuem por ali mesmo onde estão, só q sem jogar bombinha e sem fazer barulho depois das dez. E o motivo é simples: os palestinos são utilíssimos – estão ali como a única barreira protetora contra os impulsos chacinescos daquela outra gente difícer pra lá do rio Jordão. Tira os palestinos dali, e Israel inteiro vira alvo parado de tudo qto é muçulmano (e aposto q de muitos cristãos também: o judeu médio vai até o muro diariamente agradecer a Jeová pelo fato de os palestinos não serem todos muçulmanos...)
Os palestinos – q, sabe-se lá por quê, não se dignam a consultar o Dr Plausível – têm em suas mãos um trunfo poderoso. Bastaria q todos, um a um, fossem fazendo as malas e ameaçando sair daquela baderna. "Bom, a guerrinha tá boa, mas já deu flor e eu já vou picando a mula." Os judeus ficariam apavoradíssimos. Ninguém gosta de ficar rodeado de muças num dia quente no meio do deserto. E à noite, dizem, é pior ainda. Com a glote trêmula e olhos nadando em lágrimas, os judeus israelenses exclamariam todos a uma só voz "¡¡Não, não, gente boa, senta aí, tá cedo ainda, toma um chazinho de carqueja!! Olha aqui o quibe q eu fiz pra vocês..."
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Mas ¡ó xodó do jó! ¡ó monótono forrobodó! É mais fácil mudar o clima.
–––––––––––
Se alguém vier aqui encher o saco me acusando de anti-semita, já vou dizendo q anti-semita é a vó, pq não sou de pisar em meus próprios calos. Tenho três sobrenomes: um judaico, outro europeu e outro árabe. Ou seja, dois deles são de origem semita. ¡Pois então! Além disso, ¿não acabei de aventar q aquela estupidez toda é causada pelo clima?
E ¿as terpretação das coisa? Se judeu constrói em terra palestina, só pode ser pq quer tomar aquilo pra si e expulsar a palestinada de lá, claro. Mas nananinanã. Hoje em dia, o bejetivo é outro. Se mais gente consultasse o Dr Plausível, aquele problema todo já teria sido resolvido há muito tempo. Antigamente, os judeus com certeza queriam aquela terra toda. Jendia, não. Jendia, querem mais é q os palestinos continuem por ali mesmo onde estão, só q sem jogar bombinha e sem fazer barulho depois das dez. E o motivo é simples: os palestinos são utilíssimos – estão ali como a única barreira protetora contra os impulsos chacinescos daquela outra gente difícer pra lá do rio Jordão. Tira os palestinos dali, e Israel inteiro vira alvo parado de tudo qto é muçulmano (e aposto q de muitos cristãos também: o judeu médio vai até o muro diariamente agradecer a Jeová pelo fato de os palestinos não serem todos muçulmanos...)
Os palestinos – q, sabe-se lá por quê, não se dignam a consultar o Dr Plausível – têm em suas mãos um trunfo poderoso. Bastaria q todos, um a um, fossem fazendo as malas e ameaçando sair daquela baderna. "Bom, a guerrinha tá boa, mas já deu flor e eu já vou picando a mula." Os judeus ficariam apavoradíssimos. Ninguém gosta de ficar rodeado de muças num dia quente no meio do deserto. E à noite, dizem, é pior ainda. Com a glote trêmula e olhos nadando em lágrimas, os judeus israelenses exclamariam todos a uma só voz "¡¡Não, não, gente boa, senta aí, tá cedo ainda, toma um chazinho de carqueja!! Olha aqui o quibe q eu fiz pra vocês..."
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Mas ¡ó xodó do jó! ¡ó monótono forrobodó! É mais fácil mudar o clima.
–––––––––––
Se alguém vier aqui encher o saco me acusando de anti-semita, já vou dizendo q anti-semita é a vó, pq não sou de pisar em meus próprios calos. Tenho três sobrenomes: um judaico, outro europeu e outro árabe. Ou seja, dois deles são de origem semita. ¡Pois então! Além disso, ¿não acabei de aventar q aquela estupidez toda é causada pelo clima?
27 julho 2006
hoi polloi
A obviedade do comercialismo é sempre boçal, não é? Tipo vendedor ambulante de biblioteca pedindo copo d'água pra tentar te entuchar uma barsa. Ontem, nosso emoldurado doutor espargiu as tripas de rir ao ver um programa semi-boçal chamado Oi Mundo Afora, em q uma atriz suavezinha e um script leitoso passeiam por algum lugar turístico onde, entre uma parada e outra, ela usa um celular Oi pra receber uma ligação pastel ou trocar sandices de mentira com alguma "amiga" no Brasil. Até aí, tudo bem: casca grossa serve pra sentir cócegas ao ser bombardeado pelo cinismo dessas coisas. O programa de ontem foi numa ilha do Caribe pra turistas de grana; e em dado momento, falando sobre um hotel dez estrelas, o script me sai com algo assim:
"Aqui se hospeda gente famosa como blablabla e Morgan Freeman. A família Versace veio passar férias aqui depois q o estilista Gianni Versace foi assassinado."
?!?!?
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Parece essas novelas da Globo em q uma socialaite kitchique se lambisgüela numa espreguiçadeira com uma bebida azul de canudinho e diz a uma outra igualmente lambisgüelada:
"Puxa, q mau, teu marido ser assassinado pela amante..."
"É. Tem sido difícil suportar essa dor. Mas a privações da vida sempre nos ensinam alguma coisa, né?"
"É verdade. Mas deixa disso, menina. Vc precisa relaxar. Vai passar uns dias lá em Veneza..."
Ói Cida, ói Véus...
"Aqui se hospeda gente famosa como blablabla e Morgan Freeman. A família Versace veio passar férias aqui depois q o estilista Gianni Versace foi assassinado."
?!?!?
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Parece essas novelas da Globo em q uma socialaite kitchique se lambisgüela numa espreguiçadeira com uma bebida azul de canudinho e diz a uma outra igualmente lambisgüelada:
"Puxa, q mau, teu marido ser assassinado pela amante..."
"É. Tem sido difícil suportar essa dor. Mas a privações da vida sempre nos ensinam alguma coisa, né?"
"É verdade. Mas deixa disso, menina. Vc precisa relaxar. Vai passar uns dias lá em Veneza..."
Ói Cida, ói Véus...
17 julho 2006
O Dr Plausível e seus aforismos (2)
"O problema de escrever é circunscrever." in A Metonímia Elíptica ou O Sonho Quiabou
15 julho 2006
O crime na imprensa
Muito sofre um país como o Brasil por não se utilizar rotineiramente dos serviços do Dr Plausível. É vero q tem criminoso fazendo festa por aí. Pra piorar a coisas, o público jornaleitor, radiouvinte e telespectador é obrigado a diariamente ler e ouvir gente desgorgolando as tripas em indignações, desgostos, acusações e desesperanças, em q os bandidos são 'monstros', 'fascínoras', 'inumanos', e outros elogios involuntários.
Mas há luz no fundo do poço. Sesdias, o doutor descobriu q alguns noticiários não falam mais em PCC e preferem termos gerais como "facções criminosas":
"Ontem à noite, uma facção criminosa incendiou vários ônibus, e homens armados alvejaram três agências bancárias."
É bom e são, o raciocínio por trás dessa decisão. Pois ¿pra quê gratificar esse pessoal com notoriedade fácil na mídia? No entanto, nosso escrupuloso doutor acha q não é suficiente. Não basta negar um estímulo: tem q desestimular, ora pois não? O criminoso, em algum recanto de si, certamente se orgulha de seus crimes: de fato, entre os objetos de orgulho criminal, estão a 'esperteza' e a 'eficiência' do malfeitor.
A sugestão do doutor é simples: substituir as siglas, frases descritivas e epítetos denigritórios por eufemismos, num tom meio comiserativo:
"Esta madrugada alguns ônibus foram incendiados em Jecápolis em ataques atribuídos a gente burra."
"Três policiais foram baleados por coitados armados."
"Ontem á noite, pessoas idiotas incendiaram vários ônibus, e alguns tontos pouco competentes tentaram destruir três agências bancárias."
Em contrapartida, há também q estimular os bandidos a desistirem do crime:
"O imbecil q matou o guarda mostrou considerável QI ao se entregar à polícia."
"A prisão dessa quadrilha de babacas é prova irrefutável de sua evidente inteligência."
Com isso, algumas editoras, estações de rádio e tv serão atacadas, mas só por uma birra passageira. Logo-logo a criminalidade diminuirá substancialmente e enormes quantidades de povo poderão sair às ruas e seguir incomodando o cidadãos pacatos com atividades perfeitamente normais e consentidas nas madrugadas, tais como inaugurar boate sem isolamento acústico à meia noite, alardear um funk carioca na caçamba da camionete à uma, começar uma batucada de bar às duas, desencadear buzinaços às três, deixar o alarme do carro tocando às quatro e só fazer o cachorro no quintal parar de latir às cinco.
En bref, la canaille comme il faut.
Mas há luz no fundo do poço. Sesdias, o doutor descobriu q alguns noticiários não falam mais em PCC e preferem termos gerais como "facções criminosas":
"Ontem à noite, uma facção criminosa incendiou vários ônibus, e homens armados alvejaram três agências bancárias."
É bom e são, o raciocínio por trás dessa decisão. Pois ¿pra quê gratificar esse pessoal com notoriedade fácil na mídia? No entanto, nosso escrupuloso doutor acha q não é suficiente. Não basta negar um estímulo: tem q desestimular, ora pois não? O criminoso, em algum recanto de si, certamente se orgulha de seus crimes: de fato, entre os objetos de orgulho criminal, estão a 'esperteza' e a 'eficiência' do malfeitor.
A sugestão do doutor é simples: substituir as siglas, frases descritivas e epítetos denigritórios por eufemismos, num tom meio comiserativo:
"Esta madrugada alguns ônibus foram incendiados em Jecápolis em ataques atribuídos a gente burra."
"Três policiais foram baleados por coitados armados."
"Ontem á noite, pessoas idiotas incendiaram vários ônibus, e alguns tontos pouco competentes tentaram destruir três agências bancárias."
Em contrapartida, há também q estimular os bandidos a desistirem do crime:
"O imbecil q matou o guarda mostrou considerável QI ao se entregar à polícia."
"A prisão dessa quadrilha de babacas é prova irrefutável de sua evidente inteligência."
Com isso, algumas editoras, estações de rádio e tv serão atacadas, mas só por uma birra passageira. Logo-logo a criminalidade diminuirá substancialmente e enormes quantidades de povo poderão sair às ruas e seguir incomodando o cidadãos pacatos com atividades perfeitamente normais e consentidas nas madrugadas, tais como inaugurar boate sem isolamento acústico à meia noite, alardear um funk carioca na caçamba da camionete à uma, começar uma batucada de bar às duas, desencadear buzinaços às três, deixar o alarme do carro tocando às quatro e só fazer o cachorro no quintal parar de latir às cinco.
En bref, la canaille comme il faut.
09 julho 2006
Mais uma
Segue abaixo a tréplica oficial do Dr Plausível aos comentários dum leitor a um texto abaixo.?.
L: "A língua portuguesa continua belíssima nas mãos e nas bocas de quem a compreende e aprecia e usa com carinho, e saindo-se muito bem com todos os acontecimentos hodiernos, A NÃO SER QUE você esteja se referindo a vocabulário mais uma vez."
DrP: Sou meio monótono mesmo. Sempre estou falando apenas de vocabulário. Qdo falo em gramática, é apenas como um passo num argumento maior.?.
L: "A música também é um fenômeno, é forma de comunicação, e tem regras."
DrP: A música não é um fenômeno q sai, digamos assim, das entranhas do ser humano, tal como é a linguagem. A música já é em si uma codificação artificial pois ela tem propriedades físicas q antecedem e determinam suas propriedades semânticas. É vital q se pense nas artes como fundamentadas em regras tuteladas pois todas elas dependem de propriedades físicas dos materiais. Vc disse algures q "Objetivo é a essência pura do discurso e de toda tentativa de comunicação." No entanto, o objetivo primordial de todas as artes não é comunicar: é criar um efeito, o q é muito diferente. O efeito criado pode ter alguma propriedade comunicatória, mas esta é sempre secundária e eisegética. Assim, é uma falsa analogia, essa q vc fez entre o papel da conscientização das regras nas artes e na linguagem. Por um raciocínio análogo, vc pode inferir minha resposta sobre as regras nos esportes.?.
L: "QUER REGRAS assim mesmo."
DrP: "Querer regras" é como querer a gravidade: não é preciso querer a gravidade pra q ela exista: não é preciso querer regras gramaticais: elas já existem mesmo sem a tutelagem dos gramáticos: são um fenômeno natural decorrente do modus operandi do cérebro. ¿Que mais poderia ser? Já as regras inferidas e propositalmente impostas numa norma, têm dois inconvenientes principais: (1) elas só podem ser criadas a posteriori de fenômenos naturais; (2) basta q fiquem explícitas pra q já sejam burladas; e não são burladas porque o povo é do contra ("¿Hay reglas? Las burlaré."), e sim porque não poderia ser de outra maneira, já q as regras normatizantes pretendem padronizar um fenômeno anárquico. [Acabo de normatizar a seguinte regra inferida: toda palavra estrangeira deve ser grafada em itálico. Oh shit!: alguém já burlou.]?.
L: "O que você não consegue expressar com a gramática atual ...?"
DrP: Embora não haja a rigor muita coisa no estilo discursivo, paragráfico, redacional, raciocinante q não possa ser dito dentro dos limites da gramática normativa, há no uso normal e corriqueiro da língua infinitas situações em q o estilo normatizado se revela completamente inadequado, blargh e nojentinho. O Dr Plausível já deu alguns exemplos.?.
L: "O vocabulário caduca com rapidez, mas a gramática continua comportando tudo com perfeição."
DrP: Na verdade, as duas coisas acontecem: ítens de vocabulário surgem e caducam constantemente; mas os necessários, práticos e comuns têm vida longa. Há palavras no português q permanecem inalteradas desde o século 9 (qdo isso q chamamos de 'português' nem existia).?.
A objeção à gramática normativa (a Norma Culta, a NoCu) não é q ela não comporte tudo. Poderíamos igualmente utilizar o vocábulario do português com a ortografia cirílica e a gramática suahili, e as carências seriam as mesmas. Um dos problemas com a NoCu é q ela "comporta tudo" num estilo imposto, lento, cerebral, mumificante, pedante, pretencioso e muitas vezes arbitrário. O resultado de exigir correção gramatical e ortográfica é envergonhar e tolher qqer dinamismo na abrangência, uso e expansão do repertório de vocábulos e expressões. O português se tornou uma língua tacanha, amedrontada, sem referências, uma língua q meramente administra a comunicação.?.
Outro problema é aquele q já esbocei acima: q, em se tratando dum fenômeno tão plástico e multifário como é a linguagem, absolutamente qualquer regra inferida, "analisada, entendida, circunscrita e descrita num sistema engenhosamente abrangente" já caducou no momento exato em q é proferida. Toda normatização é aprés coup, e essa constatação não precisa de provas. Se tratássemos aqui das leis da física (q, lembro, subjazem às artes), seria outra história.?.
Se a norma gramatical "só sobra, na medida em que soçobra o nível intelectual e cultural dos usuários", é culpa apenas da própria norma: da própria idéia de norma. Alguém poderia igualmente, e ¡com absoluta justeza!, reclamar da deprimente queda no nível de envolvimento da população mundial em ritos de adoração aos antigos faraós, nos últimos três milênios. De fato, a 'norma faraônica' está em desuso. Mas, como a idéia de 'norma' é justamente q ela englobe e comporte tudo ou seja, uma idéia totalitária, irrealista e estapafúrdia , então, para um faraonista, a situação de hoje é uma tragédia lamentável.?.
Uma coisa q vc disse ("... a plebe rude e ignara ... só não convive pacificamente com a gramática porque não a entende. Pior, a grande maioria é incapaz de se aprofundar o bastante em qualquer assunto ...") é parcialmente verdade. No entanto, receitar a gramática normatizada pra essa gente é como dar um discman a um beduíno e esquecer de dar as pilhas e os cds pra ele tocar. ¿De q serve uma coisa sem a outra? A complexidade do q é dito por alguém é diretamente proporcional à complexidade de seu pensamento. E nem isso é completamente verdade: veja o caso dos retardados mentais com hidrocefalia e com síndrome de Beuren-Williams; mais preciso seria dizer q a complexidade do q é dito por um povo é diretamente proporcional à complexidade de sua cultura: as duas coisas andam juntas (não é plausível esperar q um garçom em Jequitibonga grite ao chapeiro: "Ó, Moscão, se vos agrada, fazei-me um tostex para este senhor que acaba de assentar-se ao pé do balcão!"). Só q a complexidade cultural não se fomenta através da educação, tal como vc parece preconizar, e sim através do caos livre e criativo, dos milhões e milhões de falantes querendo dizer alguma coisa, com o lebensraum pra inventar, derivar e associar o q bem entendessem. (Eu uso 'complexo' as opposed to complicado. Veja aqui) Mas o ensino de português chegou ao layout sem passar pelo brainstorm.?.
É perfeitamente correta tua interpretação de q eu aprovaria a abolição de toda imposição gramatical a fim de criar um lebensraum pro português; mas, tal como vc hipotesou, não é prum lebensraum gramático e sim vocabular. Pra mim o maior problema da NoCu é q ela intimida e acanha o falante, até mesmo o mais genial artesão das palavras q "vê-se legitimamente obrigado a subverter as convenções lingüísticas".?.
O q eu chamo de complexidade gramatical já existe no ãã 'centro gramatical do cérebro'. Ela não precisa ser inculcada de fora. Não importa muito se essa complexidade se manifesta através duma gramática normatizada ou dum caipirês ou de alguma linguagem matemática. O q importa é o vocabulário, ou seja, q o falante saiba distinguir uma coisa de outra coisa e de outra coisa, e dê um nome diferente pra cada uma das três. Pra efeito de comunicação, é irrelevante se a desinência concorda em gênero com o grau do adjetivo pronominal da oração subordinada em catacrese ao plural. (Como bem colocou o Stephen Pinker em "The Language Instinct", é perfeitamente inteligível a seqüência de palavras: Fósforo gasolina riscou bum!) O q quero é q o português se desenvolva a ponto de criar de suas entranhas idéias do nível de lebensraum, brainstorm, aprés coup, as opposed to, &c &c &c; e q complexifique sua cultura a ponto de criar objetos como o mouse, o mousse, o sudoku, &c &c &c. E digo e reafirmo q só se vai conseguir isso depois (muito depois) dessa gente bronzeada largar mão de dar atenção a esses nefastos gramáticos normativos e cagadores de regras ortográficas.?.
Mas ¡oh parto permanente! ¡oh prosa prepotente! Ilusão treda.
L: "A língua portuguesa continua belíssima nas mãos e nas bocas de quem a compreende e aprecia e usa com carinho, e saindo-se muito bem com todos os acontecimentos hodiernos, A NÃO SER QUE você esteja se referindo a vocabulário mais uma vez."
DrP: Sou meio monótono mesmo. Sempre estou falando apenas de vocabulário. Qdo falo em gramática, é apenas como um passo num argumento maior.?.
L: "A música também é um fenômeno, é forma de comunicação, e tem regras."
DrP: A música não é um fenômeno q sai, digamos assim, das entranhas do ser humano, tal como é a linguagem. A música já é em si uma codificação artificial pois ela tem propriedades físicas q antecedem e determinam suas propriedades semânticas. É vital q se pense nas artes como fundamentadas em regras tuteladas pois todas elas dependem de propriedades físicas dos materiais. Vc disse algures q "Objetivo é a essência pura do discurso e de toda tentativa de comunicação." No entanto, o objetivo primordial de todas as artes não é comunicar: é criar um efeito, o q é muito diferente. O efeito criado pode ter alguma propriedade comunicatória, mas esta é sempre secundária e eisegética. Assim, é uma falsa analogia, essa q vc fez entre o papel da conscientização das regras nas artes e na linguagem. Por um raciocínio análogo, vc pode inferir minha resposta sobre as regras nos esportes.?.
L: "QUER REGRAS assim mesmo."
DrP: "Querer regras" é como querer a gravidade: não é preciso querer a gravidade pra q ela exista: não é preciso querer regras gramaticais: elas já existem mesmo sem a tutelagem dos gramáticos: são um fenômeno natural decorrente do modus operandi do cérebro. ¿Que mais poderia ser? Já as regras inferidas e propositalmente impostas numa norma, têm dois inconvenientes principais: (1) elas só podem ser criadas a posteriori de fenômenos naturais; (2) basta q fiquem explícitas pra q já sejam burladas; e não são burladas porque o povo é do contra ("¿Hay reglas? Las burlaré."), e sim porque não poderia ser de outra maneira, já q as regras normatizantes pretendem padronizar um fenômeno anárquico. [Acabo de normatizar a seguinte regra inferida: toda palavra estrangeira deve ser grafada em itálico. Oh shit!: alguém já burlou.]?.
L: "O que você não consegue expressar com a gramática atual ...?"
DrP: Embora não haja a rigor muita coisa no estilo discursivo, paragráfico, redacional, raciocinante q não possa ser dito dentro dos limites da gramática normativa, há no uso normal e corriqueiro da língua infinitas situações em q o estilo normatizado se revela completamente inadequado, blargh e nojentinho. O Dr Plausível já deu alguns exemplos.?.
L: "O vocabulário caduca com rapidez, mas a gramática continua comportando tudo com perfeição."
DrP: Na verdade, as duas coisas acontecem: ítens de vocabulário surgem e caducam constantemente; mas os necessários, práticos e comuns têm vida longa. Há palavras no português q permanecem inalteradas desde o século 9 (qdo isso q chamamos de 'português' nem existia).?.
A objeção à gramática normativa (a Norma Culta, a NoCu) não é q ela não comporte tudo. Poderíamos igualmente utilizar o vocábulario do português com a ortografia cirílica e a gramática suahili, e as carências seriam as mesmas. Um dos problemas com a NoCu é q ela "comporta tudo" num estilo imposto, lento, cerebral, mumificante, pedante, pretencioso e muitas vezes arbitrário. O resultado de exigir correção gramatical e ortográfica é envergonhar e tolher qqer dinamismo na abrangência, uso e expansão do repertório de vocábulos e expressões. O português se tornou uma língua tacanha, amedrontada, sem referências, uma língua q meramente administra a comunicação.?.
Outro problema é aquele q já esbocei acima: q, em se tratando dum fenômeno tão plástico e multifário como é a linguagem, absolutamente qualquer regra inferida, "analisada, entendida, circunscrita e descrita num sistema engenhosamente abrangente" já caducou no momento exato em q é proferida. Toda normatização é aprés coup, e essa constatação não precisa de provas. Se tratássemos aqui das leis da física (q, lembro, subjazem às artes), seria outra história.?.
Se a norma gramatical "só sobra, na medida em que soçobra o nível intelectual e cultural dos usuários", é culpa apenas da própria norma: da própria idéia de norma. Alguém poderia igualmente, e ¡com absoluta justeza!, reclamar da deprimente queda no nível de envolvimento da população mundial em ritos de adoração aos antigos faraós, nos últimos três milênios. De fato, a 'norma faraônica' está em desuso. Mas, como a idéia de 'norma' é justamente q ela englobe e comporte tudo ou seja, uma idéia totalitária, irrealista e estapafúrdia , então, para um faraonista, a situação de hoje é uma tragédia lamentável.?.
Uma coisa q vc disse ("... a plebe rude e ignara ... só não convive pacificamente com a gramática porque não a entende. Pior, a grande maioria é incapaz de se aprofundar o bastante em qualquer assunto ...") é parcialmente verdade. No entanto, receitar a gramática normatizada pra essa gente é como dar um discman a um beduíno e esquecer de dar as pilhas e os cds pra ele tocar. ¿De q serve uma coisa sem a outra? A complexidade do q é dito por alguém é diretamente proporcional à complexidade de seu pensamento. E nem isso é completamente verdade: veja o caso dos retardados mentais com hidrocefalia e com síndrome de Beuren-Williams; mais preciso seria dizer q a complexidade do q é dito por um povo é diretamente proporcional à complexidade de sua cultura: as duas coisas andam juntas (não é plausível esperar q um garçom em Jequitibonga grite ao chapeiro: "Ó, Moscão, se vos agrada, fazei-me um tostex para este senhor que acaba de assentar-se ao pé do balcão!"). Só q a complexidade cultural não se fomenta através da educação, tal como vc parece preconizar, e sim através do caos livre e criativo, dos milhões e milhões de falantes querendo dizer alguma coisa, com o lebensraum pra inventar, derivar e associar o q bem entendessem. (Eu uso 'complexo' as opposed to complicado. Veja aqui) Mas o ensino de português chegou ao layout sem passar pelo brainstorm.?.
É perfeitamente correta tua interpretação de q eu aprovaria a abolição de toda imposição gramatical a fim de criar um lebensraum pro português; mas, tal como vc hipotesou, não é prum lebensraum gramático e sim vocabular. Pra mim o maior problema da NoCu é q ela intimida e acanha o falante, até mesmo o mais genial artesão das palavras q "vê-se legitimamente obrigado a subverter as convenções lingüísticas".?.
O q eu chamo de complexidade gramatical já existe no ãã 'centro gramatical do cérebro'. Ela não precisa ser inculcada de fora. Não importa muito se essa complexidade se manifesta através duma gramática normatizada ou dum caipirês ou de alguma linguagem matemática. O q importa é o vocabulário, ou seja, q o falante saiba distinguir uma coisa de outra coisa e de outra coisa, e dê um nome diferente pra cada uma das três. Pra efeito de comunicação, é irrelevante se a desinência concorda em gênero com o grau do adjetivo pronominal da oração subordinada em catacrese ao plural. (Como bem colocou o Stephen Pinker em "The Language Instinct", é perfeitamente inteligível a seqüência de palavras: Fósforo gasolina riscou bum!) O q quero é q o português se desenvolva a ponto de criar de suas entranhas idéias do nível de lebensraum, brainstorm, aprés coup, as opposed to, &c &c &c; e q complexifique sua cultura a ponto de criar objetos como o mouse, o mousse, o sudoku, &c &c &c. E digo e reafirmo q só se vai conseguir isso depois (muito depois) dessa gente bronzeada largar mão de dar atenção a esses nefastos gramáticos normativos e cagadores de regras ortográficas.?.
Mas ¡oh parto permanente! ¡oh prosa prepotente! Ilusão treda.
22 junho 2006
Bola ao pé
Nosso envergadoiro doutor não costuma assistir a jogos de qqer espécie e até quase já registrou em cartório q não torce pra nenhum time, muito pelo contrário. Mas, ligado q está nos eventos do mundo, soube recentemente q o Brasil é um dos candidatos num torneio internacional, algo q aparentemente traz ao populacho grandes emoções com hora marcada.
O Adam Gopnik, num artigo da New Yorker qdo do torneio na França, mostrou q o futebol só pode ser esse sucesso todo entre a plebe ignara pq é uma metáfora inconsciente da vida: uma baderna de gente tropeçando e trombando, parcamente controlada por regras simples amiúde violadas, e cujo placar final é zero a zero.
Mas, além do q já disse sobre o papel preponderante da sorte no esporte, o Dr Plausível vai deixar pra depois a demonstração de como o futebol na verdade humilha o Brasil. Então vc já pode parar de ler isto aqui e ir lá ver seu jogo, vai.
O Adam Gopnik, num artigo da New Yorker qdo do torneio na França, mostrou q o futebol só pode ser esse sucesso todo entre a plebe ignara pq é uma metáfora inconsciente da vida: uma baderna de gente tropeçando e trombando, parcamente controlada por regras simples amiúde violadas, e cujo placar final é zero a zero.
Mas, além do q já disse sobre o papel preponderante da sorte no esporte, o Dr Plausível vai deixar pra depois a demonstração de como o futebol na verdade humilha o Brasil. Então vc já pode parar de ler isto aqui e ir lá ver seu jogo, vai.
13 junho 2006
01 junho 2006
A norma estulta, essa incompreensiva
Pra entender grande parte do q segue, é preciso ler os comentários ao post anterior, onde gerou-se uma polêmica. Um leitor respeitado por aqui, o Pracimademoá, tem uma opinião contrária à deste blogue no q diz respeito à gramática e à norma estulta. É em respeito às objeções dele q dou aqui a resposta final, redigida em tandem com o Dr Plausível. O Pracimademoá certamente foi atacado pelo vírus da hipoplausibilose gramática. Não é caso de rir, e o Dr Plausível leva essa coisa de gramática a sério, principalmente qdo se trata de alguém inteligente e sóbrio como esse leitor.
Pracimademoá,
Pela última coisa q vc disse, me dá a impressão de q não consegui explicar nada. Vou tentar resumir tudo aqui, só pra q vc não fique pensando coisa feia de mim ou do doutor.
Toda "regra" gramatical é uma codificação inferida a partir dum fenômeno natural. A gramática normativa é um disparate porque a língua não é uma invenção humana, mas um fenômeno humano, ou seja, algo q já tem "regras" naturais. Ninguém precisa ficar fuxicando.
O português é uma das línguas q foram surpreendidas no século 19 pela repentina evolução em todos os ramos do conhecimento justamente numa época em q se tentava, através das academias, consolidar e codificar certas línguas baseando-se nisso q vc chamou de "refinamento do entendimento e das manifestações humanas". Vc poderia argumentar q as próprias academias foram parte dessa evolução, mas o buraco da língua é sempre mais embaixo. A língua é sempre vários graus mais complexa do q qqer refinamento do entendimento possível numa normatização. Sorry. Quem normatiza uma língua tem o plano "vamos codificar a língua da maneira mais racional e refinada possível pra termos um instrumento sólido e coerente com o qual poderemos realizar a contento todas nossas interações." Mas ninguém tem bola-de-cristal, e muito menos uns lexicógrafos e gramáticos inferindo regras numa sala fechada, abafada e empoeirada. Não dá pra prever quais conceitos, quais tecnologias, quais modos de interação vão ser criados, o q é q a mente humana vai produzir – seja através dos gênios, seja através do povão. Assim, não dá pra prever quais novos fenômenos surgirão e portanto quais "regras" naturais a própria língua vai criar pra se adaptar a eles. Por exemplo, ¿quem iria prever a internet, onde a língua escrita vem tentando se acelerar, disseminando abreviações perfeitamente coerentes, claras e cabíveis como 'vc', 'pq', &c? Eu só não grafo 'qual', 'quais', 'quem' e 'quaisquer' com 'ql', 'qs', 'qm' e 'qsqr' pq sei q muita gente retrógrada iria bobamente fazer questão de não me ler.
É gritante a inépcia do português no mundo de hoje. A revolução industrial, por exemplo, jamais poderia ter acontecido num país de língua portuguesa. Sorry. Impensável. O português de ontem e hoje simplesmente não tem a ginga, a abertura, a sutileza, a precisão e a nitidez de línguas como o inglês, o alemão e o japonês, q lhes permite sustentar e agilizar o intercâmbio de idéias, a ampliação diária de novos horizontes. Mas o povo (todos nós) sente o empurrão do tempo, e constantemente, dia após dia, frase atrás de frase, tenta puxar o português pra uma maior ginga, uma maior abertura, uma maior elasticidade e criatividade; e o tempo todo, quaisquer novidades lingüísticas (q são concepções, conceitos novos) são inapelavelmente censuradas pela tutelaria de plantão, esfregando a gramática normativa no nariz das criações necessárias. Fala-se muita merda, claro. Mas um dos resultados mais nefandos da norma estulta é q pouca gente realmente gosta do português, do jeito, por exemplo, q os ingleses gostam do inglês, se divertindo, se emocionando e se esclarecendo: ninguém se diverte com o português depois de passar pelo corredor polonês q é a escola. Papo de brasileiro é, via de regra, ou chato ou chulo ou chucro (e eu aprendi a fazer isso com o inglês). Por causa da normatização, o uso do português, q deveria fluir naturalmente, é atormentado por inseguranças, vergonhas, arrogâncias e desperdício.
É claro q nada do q está dito acima deve ter a mínima importância pra alguém q acha necessário colocar sela e arreios na língua pra conquistar o Oeste. Mas é bom q se lembre q na mente e no coração das pessoas existem mais coisas do q prevê a vã gramática.
Pracimademoá,
Pela última coisa q vc disse, me dá a impressão de q não consegui explicar nada. Vou tentar resumir tudo aqui, só pra q vc não fique pensando coisa feia de mim ou do doutor.
Toda "regra" gramatical é uma codificação inferida a partir dum fenômeno natural. A gramática normativa é um disparate porque a língua não é uma invenção humana, mas um fenômeno humano, ou seja, algo q já tem "regras" naturais. Ninguém precisa ficar fuxicando.
O português é uma das línguas q foram surpreendidas no século 19 pela repentina evolução em todos os ramos do conhecimento justamente numa época em q se tentava, através das academias, consolidar e codificar certas línguas baseando-se nisso q vc chamou de "refinamento do entendimento e das manifestações humanas". Vc poderia argumentar q as próprias academias foram parte dessa evolução, mas o buraco da língua é sempre mais embaixo. A língua é sempre vários graus mais complexa do q qqer refinamento do entendimento possível numa normatização. Sorry. Quem normatiza uma língua tem o plano "vamos codificar a língua da maneira mais racional e refinada possível pra termos um instrumento sólido e coerente com o qual poderemos realizar a contento todas nossas interações." Mas ninguém tem bola-de-cristal, e muito menos uns lexicógrafos e gramáticos inferindo regras numa sala fechada, abafada e empoeirada. Não dá pra prever quais conceitos, quais tecnologias, quais modos de interação vão ser criados, o q é q a mente humana vai produzir – seja através dos gênios, seja através do povão. Assim, não dá pra prever quais novos fenômenos surgirão e portanto quais "regras" naturais a própria língua vai criar pra se adaptar a eles. Por exemplo, ¿quem iria prever a internet, onde a língua escrita vem tentando se acelerar, disseminando abreviações perfeitamente coerentes, claras e cabíveis como 'vc', 'pq', &c? Eu só não grafo 'qual', 'quais', 'quem' e 'quaisquer' com 'ql', 'qs', 'qm' e 'qsqr' pq sei q muita gente retrógrada iria bobamente fazer questão de não me ler.
É gritante a inépcia do português no mundo de hoje. A revolução industrial, por exemplo, jamais poderia ter acontecido num país de língua portuguesa. Sorry. Impensável. O português de ontem e hoje simplesmente não tem a ginga, a abertura, a sutileza, a precisão e a nitidez de línguas como o inglês, o alemão e o japonês, q lhes permite sustentar e agilizar o intercâmbio de idéias, a ampliação diária de novos horizontes. Mas o povo (todos nós) sente o empurrão do tempo, e constantemente, dia após dia, frase atrás de frase, tenta puxar o português pra uma maior ginga, uma maior abertura, uma maior elasticidade e criatividade; e o tempo todo, quaisquer novidades lingüísticas (q são concepções, conceitos novos) são inapelavelmente censuradas pela tutelaria de plantão, esfregando a gramática normativa no nariz das criações necessárias. Fala-se muita merda, claro. Mas um dos resultados mais nefandos da norma estulta é q pouca gente realmente gosta do português, do jeito, por exemplo, q os ingleses gostam do inglês, se divertindo, se emocionando e se esclarecendo: ninguém se diverte com o português depois de passar pelo corredor polonês q é a escola. Papo de brasileiro é, via de regra, ou chato ou chulo ou chucro (e eu aprendi a fazer isso com o inglês). Por causa da normatização, o uso do português, q deveria fluir naturalmente, é atormentado por inseguranças, vergonhas, arrogâncias e desperdício.
É claro q nada do q está dito acima deve ter a mínima importância pra alguém q acha necessário colocar sela e arreios na língua pra conquistar o Oeste. Mas é bom q se lembre q na mente e no coração das pessoas existem mais coisas do q prevê a vã gramática.
27 maio 2006
O Dr Plausível e seus aforismos
"O esnobismo é o último refúgio dos amadores." in A Norma Estulta e Seus Defensores
24 maio 2006
O clichê é o clichê mais clichê do clichê
Os clichês sempre despertam um grande sono no Dr Plausível. Mas emprego é emprego, né? Tão vamulá.
O clichê de dizer q a prostituição é a profissão mais antiga do mundo é como todo clichê: uma tontice q alguém algum dia desembuchou e, como soou perfeitamente apta, espirituosa e bem-acabada em uma situação, e provocou risadas &c, foi então repetida por quem a ouviu, esperando sugar um pouco do mérito original, e repetida pelo segundo ouvinte, e assim ad nauseam até virar uma tontice q quase todo o mundo diz sem prestar atenção no q exatamente significa. Com razão, Proust detestava os clichês. Eles cabem perfeitamente no q descreve a palavra inglesa 'mindless'. Mas não são de todo ruins: como 97% de tudo q se faz socialmente é também mindless, os clichês são um temperinho q diverte o populacho em sua penosa tarefa de cambalear entre o nascimento e a morte.
Por tantas implausibilidades repetidas em clichês, também são implausíveis as explicações deles. Recentemente, um desavisado aventou q aquele clichê sobre a prostituição originou-se ãã... ¡no inglês! Ele disse algo como "essa expressão faz sentido no contexto anglo-saxão de 'profession' (e acho que a origem do clichê é o inglês)".
Hmm.
Tanta coisa é traduzida do inglês hoje em dia, q daqui a pouco vão achar q até a Bíblia foi escrita originalmente em inglês. ... Ah, não, peraí. Já tem gente q pensa isso. (Mas são euaenses; então se perdoa.)
Um sintoma de anglo-centrado é sempre procurar e "achar" a origem das coisas no inglês. Pra começo de conversa, a própria palavra 'profession' vem do latim. Por outro lado, se a proto-prostituição era uma profissão, deveria haver pagamento; pagamento implica em dinheiro, dinheiro supõe casa da moeda, &c. Várias outras profissões embutidas aí, não?
Outra coisa, se vc substituir 'profession' pelo conceito inglês de 'calling', já faria mais sentido. Só q "the world's oldest calling" não seria a prostituição, mas a nobre atividade de mijar, de onde vem a expressão 'a call of nature'. Sexo também é 'a call of nature', claro; mas mulher prefere mijar antes do sexo – de onde se depreende q mijar é mais antigo q prostituir-se.
É certo q uma ou outra mulher prefere não mijar, pra aumentar a pressãozinha lá dentro durante o coito. Mas... mas... mesmo assim...
ãã– Voltemos à cretinice do clichê em si.
Puta não pode engravidar. A prostituição só pode ter aparecido depois da compreensão e desenvolvimento de métodos anti-concepcionais e de abortagem. E só isso aí já pressupõe outras tantas profissões. Então ¿por q catso alguém achou algum dia q a prostituição é a profissão mais antiga do mundo?
Sei lá. Mas aqui vai a receita de tratamento contra a hipoplausibilose embutida nesse clichê:
1. Escreva a frase numa pequena folha de papel azul.
2. Engula.
3. Veja se vira bosta. Se o papel for defecado num estado ainda reconhecível (¿entendeu agora o porquê do azul?), lave e engula de novo.
4. Repita os passos 2 e 3 até o papel passar totalmente ao estado de bosta.
[O Dr Plausível agradeceria aos leitores pela lembrança de outros clichês hipoplausibiléticos para diagnóstico e tratamento.]
O clichê de dizer q a prostituição é a profissão mais antiga do mundo é como todo clichê: uma tontice q alguém algum dia desembuchou e, como soou perfeitamente apta, espirituosa e bem-acabada em uma situação, e provocou risadas &c, foi então repetida por quem a ouviu, esperando sugar um pouco do mérito original, e repetida pelo segundo ouvinte, e assim ad nauseam até virar uma tontice q quase todo o mundo diz sem prestar atenção no q exatamente significa. Com razão, Proust detestava os clichês. Eles cabem perfeitamente no q descreve a palavra inglesa 'mindless'. Mas não são de todo ruins: como 97% de tudo q se faz socialmente é também mindless, os clichês são um temperinho q diverte o populacho em sua penosa tarefa de cambalear entre o nascimento e a morte.
Por tantas implausibilidades repetidas em clichês, também são implausíveis as explicações deles. Recentemente, um desavisado aventou q aquele clichê sobre a prostituição originou-se ãã... ¡no inglês! Ele disse algo como "essa expressão faz sentido no contexto anglo-saxão de 'profession' (e acho que a origem do clichê é o inglês)".
Hmm.
Tanta coisa é traduzida do inglês hoje em dia, q daqui a pouco vão achar q até a Bíblia foi escrita originalmente em inglês. ... Ah, não, peraí. Já tem gente q pensa isso. (Mas são euaenses; então se perdoa.)
Um sintoma de anglo-centrado é sempre procurar e "achar" a origem das coisas no inglês. Pra começo de conversa, a própria palavra 'profession' vem do latim. Por outro lado, se a proto-prostituição era uma profissão, deveria haver pagamento; pagamento implica em dinheiro, dinheiro supõe casa da moeda, &c. Várias outras profissões embutidas aí, não?
Outra coisa, se vc substituir 'profession' pelo conceito inglês de 'calling', já faria mais sentido. Só q "the world's oldest calling" não seria a prostituição, mas a nobre atividade de mijar, de onde vem a expressão 'a call of nature'. Sexo também é 'a call of nature', claro; mas mulher prefere mijar antes do sexo – de onde se depreende q mijar é mais antigo q prostituir-se.
É certo q uma ou outra mulher prefere não mijar, pra aumentar a pressãozinha lá dentro durante o coito. Mas... mas... mesmo assim...
ãã– Voltemos à cretinice do clichê em si.
Puta não pode engravidar. A prostituição só pode ter aparecido depois da compreensão e desenvolvimento de métodos anti-concepcionais e de abortagem. E só isso aí já pressupõe outras tantas profissões. Então ¿por q catso alguém achou algum dia q a prostituição é a profissão mais antiga do mundo?
Sei lá. Mas aqui vai a receita de tratamento contra a hipoplausibilose embutida nesse clichê:
1. Escreva a frase numa pequena folha de papel azul.
2. Engula.
3. Veja se vira bosta. Se o papel for defecado num estado ainda reconhecível (¿entendeu agora o porquê do azul?), lave e engula de novo.
4. Repita os passos 2 e 3 até o papel passar totalmente ao estado de bosta.
[O Dr Plausível agradeceria aos leitores pela lembrança de outros clichês hipoplausibiléticos para diagnóstico e tratamento.]
16 maio 2006
12 maio 2006
Quem sabe sabe
Nosso embrenhado doutor dá muita risada qdo vê esses péssimos atores das CPIs. Só q eles devem atuar mal não só por falta de talento mas por nervosismo também, às vezes até justificado. Em dado momento, o culatrista Sílvio Pereira aventou pedir proteção policial e o Dr Plausível logo se lembrou dum cliente seu, alto funcionário da Anatel, q, durante uma consulta plausibilógica sobre as tarifas telefônicas, afirmou q, se apenas ameaçasse dizer tudo o q sabia sobre o processo de privatização da Embratel, seu corpo com certeza seria encontrado numa vala na manhã seguinte.
A consulta, é claro, não deu em nada.
A consulta, é claro, não deu em nada.
02 maio 2006
El imperio cuentra-alpaca
Estava lá o Dr Plausível dando consultoria plausibilógica na sucursal brasileira duma firma euaense, a central regional dessa firma na América Latina, qdo de repente o telefone tocou. Seu cliente atendeu e descambou num portunhol apenas passável, falou disso e daquilo, negociou um detalhe e desligou. Ligação do Equador. Nosso embasbacante doutor ergueu o sobrolho.
"¿O equatorenho estava falando portunhol também?" perguntou educadamente.
"Ah, não. É difícil pra eles," disse o cliente. "É mais fácil quem fala português entender quem fala espanhol do q quem fala esp..."
O doutor já estava gargalhando.
----------------
Hmm.
Peraí. Deixa eu ver como é q vou dizer isto.
Hmm.
¿Que porra? ¿Por que caralhos o equatorenho não fala português? ¿Pq é q o brasileiro tem q aprender inglês pra falar com euaense e tem q aprender espanhol pra falar com equatorenho? O Brasil virou 'el imperialista de Latinoamérica', mas ¿é só pelo tamanho? ¿A língua portuguesa não tem intrínsecamente a mais mínima força pra se impor sobre o espanhol?
É uma história irônica, a do português. Por natureza uma língua periférica, uma simplificação imediatista dum dialeto marginal do espanhol, na extremidade da Europa um pouco aquém do fim do mundo, o português, por várias incongruências entre a geografia política européia e a novomundana, em quinhentos anos se tornou a língua do país mais rico, populoso e produtivo da América Latina. Mas parece q nada, nem mesmo o poder econômico brasileiro, nem mesmo o carisma do povo brasileiro, nem mesmo a disseminação da música brasileira, nem mesmo a beleza da mulher brasileira, nem mesmo o poderio bélico do exército brasileiro, nada consegue fazer o desgraçado do equatorenho fazer um esforcinho pra aprender a língua de seus superiores.
O doutor se pergunta: ¿será isso conseqüência duma fraqueza na essência da língua, ou será resultado da simpatia natural do povo brasileiro, esse povo bonzinho? ¿será uma vantagem pro brasileiro, q diversifica e flexibiliza seu cérebro poliglota, ou será apenas mais uma cagada na longa série de desvalorizações da identidade e cultura brasileiras?
O doutor sinceramente não sabe. De maneira alguma isso lhe impede de gargalhar, pela ironia, mas admite q não sabe.
"¿O equatorenho estava falando portunhol também?" perguntou educadamente.
"Ah, não. É difícil pra eles," disse o cliente. "É mais fácil quem fala português entender quem fala espanhol do q quem fala esp..."
O doutor já estava gargalhando.
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Hmm.
Peraí. Deixa eu ver como é q vou dizer isto.
Hmm.
¿Que porra? ¿Por que caralhos o equatorenho não fala português? ¿Pq é q o brasileiro tem q aprender inglês pra falar com euaense e tem q aprender espanhol pra falar com equatorenho? O Brasil virou 'el imperialista de Latinoamérica', mas ¿é só pelo tamanho? ¿A língua portuguesa não tem intrínsecamente a mais mínima força pra se impor sobre o espanhol?
É uma história irônica, a do português. Por natureza uma língua periférica, uma simplificação imediatista dum dialeto marginal do espanhol, na extremidade da Europa um pouco aquém do fim do mundo, o português, por várias incongruências entre a geografia política européia e a novomundana, em quinhentos anos se tornou a língua do país mais rico, populoso e produtivo da América Latina. Mas parece q nada, nem mesmo o poder econômico brasileiro, nem mesmo o carisma do povo brasileiro, nem mesmo a disseminação da música brasileira, nem mesmo a beleza da mulher brasileira, nem mesmo o poderio bélico do exército brasileiro, nada consegue fazer o desgraçado do equatorenho fazer um esforcinho pra aprender a língua de seus superiores.
O doutor se pergunta: ¿será isso conseqüência duma fraqueza na essência da língua, ou será resultado da simpatia natural do povo brasileiro, esse povo bonzinho? ¿será uma vantagem pro brasileiro, q diversifica e flexibiliza seu cérebro poliglota, ou será apenas mais uma cagada na longa série de desvalorizações da identidade e cultura brasileiras?
O doutor sinceramente não sabe. De maneira alguma isso lhe impede de gargalhar, pela ironia, mas admite q não sabe.
24 abril 2006
O astropauta
Muita gente no espaço crítico brasileiro (também conhecido como Sala Portnoy) vem reclamando dessa melenga toda sobre o cosmonauta nascido no Brasil. Reclamam dos (dependendo da versão) 10 ou 12 milhões de doletas do contribuinte brasileiro gastos pra pagar o projeto pessoal dum funcionário, do Lula q medalhou o cara, dos jornalistas q não põem o cara na parede, etcétera. O Dr Plausível fez umas considerações, gargalhou à larga, e foi ler o dicionário romeno-francês no banheiro. Eis um resumo do q disse:
Jornalista é alguém pago pra dizer o q não sabe sobre um assunto q não conhece. Mas nenhum jornalista vai pôr em risco o leite das crianças fazendo essas perguntas ao astropauta, pois, num aspecto, o jornalista é igualzinho a um profissional de qqer outro ramo: sua prioridade número um é tirar o cu da reta.
Também é essa a prioridade do presidente, seja ele quem for. O Lula chegou aonde está porque tira o cu da reta melhor do q ninguém. Ele é o Grão-Mestre Nacional de Esquivamento Anal; e ele é q deveria ser motivo de orgulho aos brasileiros, não esse pelego Mark Bridges.
Em assuntos como esse do programa espacial, o Lula é como qqer outro presidente: pegou o bonde andando e nem viu q linha era. Ele fez, em seu estilo necessariamente peculiar, exatamente o q qqer outro gato-pingado faria em seu lugar; e também pensou o mesmo: "Taquipariu, vou ligar o piloto automático nesta solenidade, e depois eu volto ao q interessa."
Jornalista é alguém pago pra dizer o q não sabe sobre um assunto q não conhece. Mas nenhum jornalista vai pôr em risco o leite das crianças fazendo essas perguntas ao astropauta, pois, num aspecto, o jornalista é igualzinho a um profissional de qqer outro ramo: sua prioridade número um é tirar o cu da reta.
Também é essa a prioridade do presidente, seja ele quem for. O Lula chegou aonde está porque tira o cu da reta melhor do q ninguém. Ele é o Grão-Mestre Nacional de Esquivamento Anal; e ele é q deveria ser motivo de orgulho aos brasileiros, não esse pelego Mark Bridges.
Em assuntos como esse do programa espacial, o Lula é como qqer outro presidente: pegou o bonde andando e nem viu q linha era. Ele fez, em seu estilo necessariamente peculiar, exatamente o q qqer outro gato-pingado faria em seu lugar; e também pensou o mesmo: "Taquipariu, vou ligar o piloto automático nesta solenidade, e depois eu volto ao q interessa."
10 abril 2006
O prefato
Nosso emulável Dr Plausível sempre se diverte andando de táxi por SPaulo. É só aparecer um semáforo com a luz verde queimada, uma placa num lugar errado, uma cratera na rua, e o taxista logo diz algo como "E esse prefeito q taí, hem? Vergonha!"
Entendo bem a diversão do doutor. Só pode ser coisa de mitômano achar q as vidas de 17 milhões de habitantes sofram alguma influência dum gato pingado qqer q desembocou na prefeitura a caminho do ostracismo ou duma eleição pra governador ou presidente. A prefeitura de SPaulo não é um cargo; é um degrau – pra cima ou pra baixo, geralmente pra baixo. Agora um tal de José Serra q, eleito pra 4 anos como todo mundo, se sentiu especificamente especial o bastante pra renunciar após 15 meses pra tentar manter o partido no governo do estado.
A lógica é mais ou menos assim:
(a) se o prefeito faz uma boa administração, é pouco criticado; ele então se considera popular e renuncia pra se candidatar ao governo do estado;
(b) se faz uma má administração, é muito criticado; ele então se considera impopular e portanto sem chances, e aí cumpre seu mandato.
?!?!?
'Prefeito' deve originar de algo como 'pré-feito' ou 'pré-fato'; porque não é possível, ¿né, dona-de-casa?
Entendo bem a diversão do doutor. Só pode ser coisa de mitômano achar q as vidas de 17 milhões de habitantes sofram alguma influência dum gato pingado qqer q desembocou na prefeitura a caminho do ostracismo ou duma eleição pra governador ou presidente. A prefeitura de SPaulo não é um cargo; é um degrau – pra cima ou pra baixo, geralmente pra baixo. Agora um tal de José Serra q, eleito pra 4 anos como todo mundo, se sentiu especificamente especial o bastante pra renunciar após 15 meses pra tentar manter o partido no governo do estado.
A lógica é mais ou menos assim:
(a) se o prefeito faz uma boa administração, é pouco criticado; ele então se considera popular e renuncia pra se candidatar ao governo do estado;
(b) se faz uma má administração, é muito criticado; ele então se considera impopular e portanto sem chances, e aí cumpre seu mandato.
?!?!?
'Prefeito' deve originar de algo como 'pré-feito' ou 'pré-fato'; porque não é possível, ¿né, dona-de-casa?
07 abril 2006
L'esprit d'escalier
-Alô?
-¡Bom dia!
-Bom dia...
-Por gentileza, ¿o responsável da linha?
-Sou eu.
-E ¿seu nome, por favor?
-Ãã... F... Joaquim. ¿De onde é?
-Bom dia, senhor Joaquim. Eu sou do Banco de Dados.
-¿Banco de Dados daonde?
-Da Folha de São Paulo.
-Ah não, brigado. Eu não leio jornal.
-¿O senhor não lê jornal?
-Não.
-E ¿qual o motivo?
-Ãã... É q, sabe, qdo eu era criança, a gente tinha um cachorro (ele chamava Pufe), e qdo ele fazia cocô na sala, meu pai enrolava um jornal e dava na cabeça dele umas dez vezes, aí ele foi ficando deprimido, deprimido (porque ele não entendia, né?, o motivo de meu pai cair de porrada nele), até q ele morreu; aí eu botei a culpa em meu pai, lógico, e teve uma briga homérica lá em casa, e meu pai então quis provar q a pancada de jornal enrolado não doía, e avançou pra mim pra me bater na cabeça, aí eu recuei um pouquinho e tropecei num pufe q minha irmã tinha usado pra... pras brincadeiras dela, né, aí eu caí e bati a cabeça na quina da mesa, fui pro hospital, o maior escândalo, mas tirei raio xis e não deu nada, mas foi um trauma, viu?
-O senh...
-Aí depois, qdo eu tinha uns doze anos, eu tava descendo uma rua ali perto da Quintino Bocaiúva e passei ao lado duma banca de jornal e o jornaleiro saiu de repente e começou a gritar comigo dizendo q era eu q todo dia passava lá e esfregava meleca de nariz na Gazeta Esportiva q ficava ali pendurada de mostruário e ele queria me espancar ali mesmo, e umas senhoras q tavam ali perto não deixaram, e eu dizia q não, q eu nunca passava por ali, q eu morava em Cruzindanga, mas o jornaleiro não queria acreditar e dizia q sim, q era eu mesmo, q eu tinha cara de melequento, malandro e...
-pu pu pu pu pu pu
-Ninguém nunca me dá atenção...
-¡Bom dia!
-Bom dia...
-Por gentileza, ¿o responsável da linha?
-Sou eu.
-E ¿seu nome, por favor?
-Ãã... F... Joaquim. ¿De onde é?
-Bom dia, senhor Joaquim. Eu sou do Banco de Dados.
-¿Banco de Dados daonde?
-Da Folha de São Paulo.
-Ah não, brigado. Eu não leio jornal.
-¿O senhor não lê jornal?
-Não.
-E ¿qual o motivo?
-Ãã... É q, sabe, qdo eu era criança, a gente tinha um cachorro (ele chamava Pufe), e qdo ele fazia cocô na sala, meu pai enrolava um jornal e dava na cabeça dele umas dez vezes, aí ele foi ficando deprimido, deprimido (porque ele não entendia, né?, o motivo de meu pai cair de porrada nele), até q ele morreu; aí eu botei a culpa em meu pai, lógico, e teve uma briga homérica lá em casa, e meu pai então quis provar q a pancada de jornal enrolado não doía, e avançou pra mim pra me bater na cabeça, aí eu recuei um pouquinho e tropecei num pufe q minha irmã tinha usado pra... pras brincadeiras dela, né, aí eu caí e bati a cabeça na quina da mesa, fui pro hospital, o maior escândalo, mas tirei raio xis e não deu nada, mas foi um trauma, viu?
-O senh...
-Aí depois, qdo eu tinha uns doze anos, eu tava descendo uma rua ali perto da Quintino Bocaiúva e passei ao lado duma banca de jornal e o jornaleiro saiu de repente e começou a gritar comigo dizendo q era eu q todo dia passava lá e esfregava meleca de nariz na Gazeta Esportiva q ficava ali pendurada de mostruário e ele queria me espancar ali mesmo, e umas senhoras q tavam ali perto não deixaram, e eu dizia q não, q eu nunca passava por ali, q eu morava em Cruzindanga, mas o jornaleiro não queria acreditar e dizia q sim, q era eu mesmo, q eu tinha cara de melequento, malandro e...
-pu pu pu pu pu pu
-Ninguém nunca me dá atenção...
02 abril 2006
Uma sugestã
Sesdias, com a cara-de-pau q lhe é peculiar, a secretária de estado Condoleezza Rice, em visita à Inglaterra, abriu um sorriso deste tamanho pra uns manifestantes e até deu tchauzinho. Um repórter da BBC lhe perguntou o q achava da questão q os manifestantes reclamavam e ela, com a petulância sorridente peculiar aos políticos acuados na estranja, disse algo como "Não é a primeira manifestação q vejo, nem será a última."
Nunca participei de manifestação, e muito menos o Dr Plausível. De políticos, soldados, filósofos e outra pessoas armadas: distância. Mas volta e meia me pergunto por que os manifestantes mantêm aquele respeito todo perante gente não q lhes dá a menor bola. Fazem cara de criança mimada e ficam gritando frases feitas, tipo:
"¡Aumento!"
"¡Fora, fulano!"
"¡Queremos justiça!"
"¡O povo unido jamais será vencido!"
Essas coisas já viraram pano de chão velho: não lava nem o rodo. Pena q nenhum manifestante jamais consultou o Dr Plausível. Seu conselho seria simples, eficaz e muito mais a propósito: os manifestantes se juntam em silêncio de mão no bolso perto de onde o político atacável vai passar; assim q ele aparecer, eles fincam os olhos nele, fazem cara de ódio e berram em uníssono, uma só vez:
"¡Idiota!"
¿Não seria mais legal? E surtiria mais efeito.
(Tanto político merecedor e ¿vc foi logo pensando no Lula?)
Nunca participei de manifestação, e muito menos o Dr Plausível. De políticos, soldados, filósofos e outra pessoas armadas: distância. Mas volta e meia me pergunto por que os manifestantes mantêm aquele respeito todo perante gente não q lhes dá a menor bola. Fazem cara de criança mimada e ficam gritando frases feitas, tipo:
"¡Aumento!"
"¡Fora, fulano!"
"¡Queremos justiça!"
"¡O povo unido jamais será vencido!"
Essas coisas já viraram pano de chão velho: não lava nem o rodo. Pena q nenhum manifestante jamais consultou o Dr Plausível. Seu conselho seria simples, eficaz e muito mais a propósito: os manifestantes se juntam em silêncio de mão no bolso perto de onde o político atacável vai passar; assim q ele aparecer, eles fincam os olhos nele, fazem cara de ódio e berram em uníssono, uma só vez:
"¡Idiota!"
¿Não seria mais legal? E surtiria mais efeito.
(Tanto político merecedor e ¿vc foi logo pensando no Lula?)
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