Sesdias, nosso eremófilo filantropo desempapuçou um buncho rindo qdo leu do causo do editor e da blogueira.
aiaiai
Primeiro, o editor em pauta copiou quase verbatim uma tradução já existente e publicou como sua – e nem nisso foi original, já q plagiar traduções fora de catálogo é prática comum nestas plagas tãão criativas. ¿Pra quê falsificar dinheiro se é tão mais fácil falsificar o suor da testa, né? São só umas letrinhas: em vez de "tradução de Sicrano Silva", põe aí "tradução de Beltranus Bunda".
aiaiaiai
A atenta blogueira – q há anos denuncia plágios de traduções – demonstrou mais essa trapaça, como mera rotina. As editoras plagiam traduções, as livrarias desinformadas vendem, os leitores insuspeitantes compram, a blogueira lista mais uma falcatrua, e a vida continua.
Mas não subestimemos o hipoplausivírus. O mesmo vírus q fez aquele editor não achar nada de errado numa tradução sofrível, nem nada de errado em plagiá-la, tbm fez o editor... aiaiaiai... ¡¡processar a blogueira q o havia denunciado!!
HAHAHAHAHAHAHA
O Instituto de Plausibilática de Tallinn acaba de conceder à blogueira o Prêmio Plausível – 10 mil kudos e um linque neste blogue – por seu denodo e pertinácia em diagnosticar focos de hipoplausibilose patife.
Mas...
(lá vem bomba)
...nosso expandinte doutor tem olhos na nuca, e sua visão panorâmica já ganhou vários festivais. O buraco é mais abaixo. O doutor tá cada vez mais afeito à idéia de q cada obra estrangeira – livro, filme, o escambau – deveria ter apenas UMA tradução brasileira, oficialmente reconhecida pelo Estado e talvez periodicamente melhorada. ¿O original de La Divina Commedia não é apenas UMA obra, imutável em sua língua natal, escrita por um gênio literário? ¿Por que é q o público leitor brasileiro tem q ser atacado por várias versões, com chumbreguice variando de 0 a 10? Se ninguém pode alterar o texto original do Don Quijote, ¿por que temos várias versões em português, com diversos níveis de entendimento? Se Hamlet é produto dum cérebro reconhecidamente genial, ¿por que se contentar com o produto dum único tradutor nem tanto, amiúde muito pelo contrário? Se tanto brasileiro com talento literário prefere ou é obrigado a não ter produção própria, se o Brasil tá soterrado sob a avalanche de produções estrangeiras, esperando q num futuro hipotético as plantinhas brazucas subam à superfície e vejam a luz do dia ¿por que não fazer traduções colaborativas, de modo q A peça Tartuffe seja no Brasil A peça Tartufo e fim de papo? ¿Pra que ficar punhetando sobre as várias possibilidades da tradução? Catso, se o próprio Molière tivesse começado a escrever a peça um mês antes ou depois, ela teria ficado diferente. ¿Por que não fazer UMA tradução oficial, e bola pra frente?
Essa idéia parece tonta, né? Mas decheu fazer mais perguntas. ¿Que fariam as editoras brasileiras se não houvesse tanto material pra traduzir e plagiar? ¿Que fariam com tanto papel disponível nas matas brasileiras?
A enormidade do volume de traduções diferentes da mesma obra e de plágios de traduções é mais um sintoma do q uma doença. Mostra q muitas editoras simplesmente DESISTEM de produzir idéias novas; mostra q muitos textos estrangeiros já vêm com pedigree presumido, q desbanca por default boa parte da produção brasileira possível; mostra q – e esta é a principal questão aqui, sobre a qual o diagnóstico do Dr Plausível repousa – mostra q dezenas de milhões de brasileiros ficam diariamente à mercê das falhas e lapsos de tradutores individuais, em vez de se exporem à inteligência e coerência dos originais (por algum motivo os originais dão azo a traduções, não?).
A imutabilidade dos originais não é apenas textual. Tbm é imutável o histórico de sua influência. Shakespeare, Cervantes, Moliére, Goethe &c &c &c &c &c são eles mesmos monolitos imutáveis, pilares da cultura universal. ¿Por que então a areia movediça das traduções, a loteria da competência? A Academia Brasileira de Letras deveria, pra variar, fazer algo q prestasse e patrocinar comitês de traduções oficiais – ou imutáveis ou periodicamente melhoráveis – pra trazer ao público brasileiro a inteligência e a arte dos figurões reduzindo ao mínimo os descuidos e gafes aleatórias de tradutores individuais. É o reconhecimento de q, se os gênios do passado são imutáveis e aguçam a inteligência e a sensibilidade da cultura, então o povo brasileiro deve ser exposto à melhor versão de sua influência. Assim talvez se incentivasse o brasileiro a tentar algo mais do q copiar, traduzir e plagiar.
Desnecessário dizer q as traduções oficiais acabariam com os plágios automaticamente.
Mas... ¿a expectativa de q algo assim venha a acontecer algum dia, no Brasil ou em qqer outro país? Nenhuma. Tou aqui só tagarelando.
05 março 2010
02 março 2010
A.C.Grayling
Se vc tem a sorte de entender inglês, procure no YouTube qqer coisa ou tudo com esse cara, cujo mais destacado título é um diploma Honoris Causa pelo Instituto de Plausibilática de Tallinn, além de outras quinquilharias de algumas universidades inglesas. O exterior de seu crânio leva uma tatuagem com o Selo de Imunidade Dr Plausível.
01 março 2010
Abaixa aqui
Já faz anos q a padaria da esquina é o único lugar em q nosso esplendente doutor vê uns minutos de tv, qdo vai comprar pão. Vodzeumacoisaprocês, viu: olha... Gente nostálgica é sempre enfadonha. Mas é 19 vezes menos enfadonha do q gente moderninha, essa espécie q não consegue ficar em silêncio, não concebe ter uma padaria onde as pessoas fiquem olhando os pães, tortas e guloseimas. Agora a moda é colocar, ao lado dos pães, uma tela onde fica passando propaganda. ¿Já viram a excrescência? Aí tava lá nosso exímio humanista, olhou pra tela de remelas mentais e...
Passou um anúncio dum tal de MiniBis – q é um copo com uns chocolatinhos dentro. O sujeito tá em pé no metrô, abre um copo de MiniBis, pega um, enfia na boca, a luz no vagão pisca, aí volta, e o cara tá segurando um lindo abacaxi. Supostamente, algum outro passageiro roubou seu doce e colocou no lugar a fruta. O eslôgã: "Desconfie de todos."
Veja o filminho:
Aiaiai.
Isso q dá ignorar as lições, os tratamentos, a extensa farmacopéia contra o hipoplausivírus. Pq, vejam bem, o anúncio tá quase dizendo q o MiniBis equivale figurativamente a um abacaxi.
HAHAHAHAHAHA
Alguns dirão q não – q esse é justamente o ponto do anúncio: q o MiniBis NÃO é um abacaxi. Mas além do sentido figurado, o abacaxi tem um sentido concreto: e, ¿quem é q prefere um copo de MiniBis com 150g de química a um saudável e suculento abacaxi de meio quilo? ¿Será o mesmo pessoal moderninho?
E aí vem o coup de grâce: "Desconfie de todos."
Ah, legal, falou, jóia, viu?
HAHAHAHAHAHA
¿Será q o publicitário q se saiu com essa conseguiria achar uma mensagem menos cretina, menos paranóica, menos egoísta, menos doente, menos moderninha?
Passou um anúncio dum tal de MiniBis – q é um copo com uns chocolatinhos dentro. O sujeito tá em pé no metrô, abre um copo de MiniBis, pega um, enfia na boca, a luz no vagão pisca, aí volta, e o cara tá segurando um lindo abacaxi. Supostamente, algum outro passageiro roubou seu doce e colocou no lugar a fruta. O eslôgã: "Desconfie de todos."
Veja o filminho:
Aiaiai.
Isso q dá ignorar as lições, os tratamentos, a extensa farmacopéia contra o hipoplausivírus. Pq, vejam bem, o anúncio tá quase dizendo q o MiniBis equivale figurativamente a um abacaxi.
HAHAHAHAHAHA
Alguns dirão q não – q esse é justamente o ponto do anúncio: q o MiniBis NÃO é um abacaxi. Mas além do sentido figurado, o abacaxi tem um sentido concreto: e, ¿quem é q prefere um copo de MiniBis com 150g de química a um saudável e suculento abacaxi de meio quilo? ¿Será o mesmo pessoal moderninho?
E aí vem o coup de grâce: "Desconfie de todos."
Ah, legal, falou, jóia, viu?
HAHAHAHAHAHA
¿Será q o publicitário q se saiu com essa conseguiria achar uma mensagem menos cretina, menos paranóica, menos egoísta, menos doente, menos moderninha?
28 fevereiro 2010
Grande Promoção Hepática
Em seu programa dominical de hoje, a vespa, digo, a bispa Sônia anunciou aos berros q todos os problemas hepáticos da platéia seriam curados. Ou seja, Deus resolveu q hoje é dia de curar fígados.
HAHAHAHAHAHAHA
Tipo, Deus, não achando nada melhor pra fazer num domingo à tarde, lançou a
Promoção Fé e Fígado
(hepatite A, B, C, D e E, cirrose, hemocromatose, estelionatose, câncer e outras afecções)
¡¡Exclusivamente hoje!!
A partir de amanhã, teu fígado é por tua conta.
*Promoção válida até as 24hs.
Não inclue afecções da vesícula biliar.
Estranhamente, durante sua imprecação a vespa invocou Deus "em nome de Jesus".
¿¡¿Ué?!?
¿Como é q se aciona a entidade suprema em nome duma entidade secundária?
A explicação oficial mencionaria a Santíssima Trindade, &c. Mas... mas... o 3-em-1 foi inventado em Roma no século III ou IV, não aparece em lugar nenhum da Bíblia, &c. Então ¿que catso? Pra coletar bufunfa, ¿não precisa fazer lição de casa?
É, eu sei, eu sei...
HAHAHAHAHAHAHA
Tipo, Deus, não achando nada melhor pra fazer num domingo à tarde, lançou a
Promoção Fé e Fígado
(hepatite A, B, C, D e E, cirrose, hemocromatose, estelionatose, câncer e outras afecções)
¡¡Exclusivamente hoje!!
A partir de amanhã, teu fígado é por tua conta.
*Promoção válida até as 24hs.
Não inclue afecções da vesícula biliar.
Estranhamente, durante sua imprecação a vespa invocou Deus "em nome de Jesus".
¿¡¿Ué?!?
¿Como é q se aciona a entidade suprema em nome duma entidade secundária?
A explicação oficial mencionaria a Santíssima Trindade, &c. Mas... mas... o 3-em-1 foi inventado em Roma no século III ou IV, não aparece em lugar nenhum da Bíblia, &c. Então ¿que catso? Pra coletar bufunfa, ¿não precisa fazer lição de casa?
É, eu sei, eu sei...
27 fevereiro 2010
A média e a mídia
Pô, sesdias, ao falar da onda de calor, incontados jornalistas incluíram a informação gravíssima de q a temperatura tava "acima da média" e até "muito acima da média". A frase surge no noticiário, e milhões de leitores, ouvintes e espectadores passam o dia comentando:
"¿Vc viu o q deu no jornal?
"¡O calor tá acima da média!"
"¡Nossa virgem santa...!"
"Eu já tava desconfiando. O calor não tá normal."
"É pq ele tá MUITO acima da média."
"¿Qdo é q isso vai acabar, meu Deus?"
(Ãã... ¿no outono?)
A arte de falar muito sem dizer nada era a especialidade do saudoso Cantinflas:
No volume 37 de sua chatíssima obra A inumerência e a hipoplausibilose: estatísticas, crenças e acasos, nosso esmiuçante doutor demonstra q a origem de todas as superstições, religiões, crendices, mitos, pseudociências e outras confusões reside no espanto hipoplausibilético com a informação de q algo tá "acima (ou abaixo) da média".
Ô, coração, 50% de TODOS os fenômenos tão acima da média, e os outros 50% tão abaixo. 25% tão MUITO acima da média, e 25% tão MUITO abaixo. É isso q quer dizer 'média'. E ¿é notícia q se preze dizer q algo tá "acima da média" e assustar o coitado do povo desse jeito?
Notícia é algo do tipo:
Média de temperaturas tem subido (verdade)
Preço da média caiu 50% em metade das padarias (mentira)
Temperatura da média subiu 30% nos últimos 20 anos (verdade)
"¿Vc viu o q deu no jornal?
"¡O calor tá acima da média!"
"¡Nossa virgem santa...!"
"Eu já tava desconfiando. O calor não tá normal."
"É pq ele tá MUITO acima da média."
"¿Qdo é q isso vai acabar, meu Deus?"
(Ãã... ¿no outono?)
A arte de falar muito sem dizer nada era a especialidade do saudoso Cantinflas:
No volume 37 de sua chatíssima obra A inumerência e a hipoplausibilose: estatísticas, crenças e acasos, nosso esmiuçante doutor demonstra q a origem de todas as superstições, religiões, crendices, mitos, pseudociências e outras confusões reside no espanto hipoplausibilético com a informação de q algo tá "acima (ou abaixo) da média".
Ô, coração, 50% de TODOS os fenômenos tão acima da média, e os outros 50% tão abaixo. 25% tão MUITO acima da média, e 25% tão MUITO abaixo. É isso q quer dizer 'média'. E ¿é notícia q se preze dizer q algo tá "acima da média" e assustar o coitado do povo desse jeito?
Notícia é algo do tipo:
Média de temperaturas tem subido (verdade)
Preço da média caiu 50% em metade das padarias (mentira)
Temperatura da média subiu 30% nos últimos 20 anos (verdade)
07 fevereiro 2010
Por ocasião do calor
Qdo nosso emanente doutor era criança e viajava aos quatro cantos da casa com um livro nas mãozinhas devidamente limpas do barro com q brincava na rua, seu precoce faro pro hipoplausivírus... nunca foi notado, nem por ele mesmo. Mas o faro tava lá, trampando nos bastidores.
Sesdias, reminiscendo a aurora de sua vida, lembrou-se dum de seus primeiros diagnósticos. Na época, só não lhe rendeu uma gargalhada pq ainda não tinha dados pra perceber o padrão da hipoplausibilose.
A infecção foi numa fábula de Esopo chamada O Vento e o Sol. Tava lá o Vento matando o tempo numa calmaria, batendo papo com o Sol, qdo surgiu a dúvida de qual dos dois era mais foderoso. Resolveram fazer uma aposta: vendo numa estrada um caixeiro-viajante vestindo um casaco, decidiram q quem conseguisse arrancar o casaco do cara venceria a disputa. O Vento soprou, rugiu, vendavou, furacou, e qto mais tentava, mais o cara segurava o casaco. Fracasso total. Aí foi a vez do Sol; ele saiu de trás duma nuvem, esquentou, calorou, esturricou... até q o próprio caixeiro-viajante não agüentou mais e tirou o casaco pra se refrescar. Moral da história: mais vale o jeitinho q a força bruta. Ou: mais vale a persuasão q a prescrição. Coisas do tipo. Procure na internet e verá qtas edificantes lições de moral tanta gente consegue extrair dessa fábula tão criativa, tão bonita, tão valiosa, tão antiga, tão... tão...
"Mas peraí," disse o doutorzinho, "¿que porra é essa? Chama o juiz aí. Nenhum dos dois ganhou a aposta. ¿Como é q deixam passar essa clara corrupção da verdade, esse desvirtuamento da ética, essa adulteração ideológica como se fosse uma Lição de Moral? Era pra ver quem conseguia ARRANCAR o casaco do cara, não quem conseguia fazer o próprio cara tirar. ¿Que merda de lição tão querendo q eu engula? q basta ser espertinho? q se vc não faz o requerido mas faz algo inesperado q diverte o populacho, então vai se dar bem? ¿Que catso? Aliás, ¿que jeitinho é esse? Se me dizem na escola q só existe vento pq o sol determina o clima, então já era batata q o sol ia ganhar. Então pra conseguir as coisas ¿só é preciso ter poder, usando travestis de vitórias pra engabelar os trouxas q se embriagam de água-com-açúcar? E ¿é pra acreditar em quem, então? na professora, ou neste livro? Vou dizer uma coisa pra vcs, viu, essa coisa q chamam de vida não tá me cheirando bem."
É, às vezes o doutor era meio chatinho. É q os jovens levam tudo tão a sério, né?
Sesdias, reminiscendo a aurora de sua vida, lembrou-se dum de seus primeiros diagnósticos. Na época, só não lhe rendeu uma gargalhada pq ainda não tinha dados pra perceber o padrão da hipoplausibilose.
A infecção foi numa fábula de Esopo chamada O Vento e o Sol. Tava lá o Vento matando o tempo numa calmaria, batendo papo com o Sol, qdo surgiu a dúvida de qual dos dois era mais foderoso. Resolveram fazer uma aposta: vendo numa estrada um caixeiro-viajante vestindo um casaco, decidiram q quem conseguisse arrancar o casaco do cara venceria a disputa. O Vento soprou, rugiu, vendavou, furacou, e qto mais tentava, mais o cara segurava o casaco. Fracasso total. Aí foi a vez do Sol; ele saiu de trás duma nuvem, esquentou, calorou, esturricou... até q o próprio caixeiro-viajante não agüentou mais e tirou o casaco pra se refrescar. Moral da história: mais vale o jeitinho q a força bruta. Ou: mais vale a persuasão q a prescrição. Coisas do tipo. Procure na internet e verá qtas edificantes lições de moral tanta gente consegue extrair dessa fábula tão criativa, tão bonita, tão valiosa, tão antiga, tão... tão...
"Mas peraí," disse o doutorzinho, "¿que porra é essa? Chama o juiz aí. Nenhum dos dois ganhou a aposta. ¿Como é q deixam passar essa clara corrupção da verdade, esse desvirtuamento da ética, essa adulteração ideológica como se fosse uma Lição de Moral? Era pra ver quem conseguia ARRANCAR o casaco do cara, não quem conseguia fazer o próprio cara tirar. ¿Que merda de lição tão querendo q eu engula? q basta ser espertinho? q se vc não faz o requerido mas faz algo inesperado q diverte o populacho, então vai se dar bem? ¿Que catso? Aliás, ¿que jeitinho é esse? Se me dizem na escola q só existe vento pq o sol determina o clima, então já era batata q o sol ia ganhar. Então pra conseguir as coisas ¿só é preciso ter poder, usando travestis de vitórias pra engabelar os trouxas q se embriagam de água-com-açúcar? E ¿é pra acreditar em quem, então? na professora, ou neste livro? Vou dizer uma coisa pra vcs, viu, essa coisa q chamam de vida não tá me cheirando bem."
É, às vezes o doutor era meio chatinho. É q os jovens levam tudo tão a sério, né?
06 fevereiro 2010
Haiti dor, seu doutor*
*Essa doeu, hem?
Tem umas coisas de q nosso eréctil doutor tem até vergonha de gargalhar; mas qdo gargalhar faz-se mister, gargalha.
Foi assim qdo soube em primeira mão q nalgumas igrejas evangélicas...
(êi, peraí, ¿por que isso agora de espezinhar os evangélicos? falta de assunto?
Calma lá, cara-pálida; tem pra todo mundo.)
Como ia dizendo, qdo ele soube em primeira mão q nalgumas igrejas evangélicas do Brasil tinha pastor dizendo bem-feito pro povo do Haiti, q agora tava colhendo um fruto amargo por ter feito uma pacto com o demônio ãã...
hahaha
lá por volta de 1800, pra q ele ãã...
hahaha
expulsasse os franceses e... e...
HAHAHAHAHAHAHA
(Ô, meu, manera no gargalho aê. Pelo efeito borboleta, daqui a pouco tem outro terremoto lá.)
¡Olha...! O hipoplausivírus tá fazendo a festa no cérebro dessa gente, viu, vou tí contar.
Pastor em igreja evangélica **brasileira** dizendo uma coisa dessas certamente tá repetindo o q ouviu algum euaense falar. Procura-q-procura, e acha-se: Pat Robertson, pastor batista caquético biliardário. No dia seguinte ao terremoto, disse q com certeza 100 mil pessoas haviam morrido lá pq 200 anos atrás a independência do Haiti (o levante de escravos haitianos contra o jugo francês) só aconteceu pq teve uma ajudinha de Satanás – q veio agora cobrar a dívida.
HAHAHAHAHAHAHA
Pat Robertson é o mesmo tronho q em 1994, fingindo enviar ajuda durante o genocídio em Ruanda, usou seus aviões pra enviar equipamento a suas minas de diamantes na Libéria. O cara tem o MAIOR respeito pelos negros... No fundo, o q ele disse, e o q o pastor brasileiro repetiu, é q o terremoto aconteceu por culpa dos próprios haitianos. Ou seja, um abalo sísmico periódico COMPLETAMENTE natural provindo das profundezas da Terra é não só causado por humanos, mas
humanos de 200 anos atrás. Isso é q é poder, hem? E mais: o tsunami na Indonésia, o maremoto em Nova Orleans e o terremoto no Haiti, são indícios do final dos tempos, e Jesus tá flagelando os centros de paganismo e iniqüidade pra avisar os últimos incrédulos antes q seja tarde demais. ¿Por que outro motivo essas catástrofes coincidiriam com a época de Natal?
Mas peraí. ¿Não era Satanás?
HAHAHAHAHAHAHA
¿Que será q um hipoplausibilético desse tamanho faria com a informação de q TODO DIA acontecem uns 30 terremotos neste planeta?
Veja o registro dos últimos sete dias, atualizado diariamente.
¿Ou com a hipótese de q mais catástrofes acontecem perto do Natal pq em janeiro a Terra tá não só mais próxima ao Sol como tá se movendo mais rápido no espaço?
Ou ¿que será q essa besta faria com a interpretação de q esses flagelos naturais matam tantos pobres e não-cristãos pq os cristãos ricos reservaram pra si os lugares mais estáveis do planeta? (Oquei, exagerei, mas vcs entenderam.)
E aí, uma bestinha daqui (e certamente muitas outras em outros países) papagueia e macaqueia a besta de lá, e ficam os dois se achando grandes reveladores de verdades secretas.
Só q um é mais besta q o outro, não?
Tem umas coisas de q nosso eréctil doutor tem até vergonha de gargalhar; mas qdo gargalhar faz-se mister, gargalha.
Foi assim qdo soube em primeira mão q nalgumas igrejas evangélicas...
(êi, peraí, ¿por que isso agora de espezinhar os evangélicos? falta de assunto?
Calma lá, cara-pálida; tem pra todo mundo.)
Como ia dizendo, qdo ele soube em primeira mão q nalgumas igrejas evangélicas do Brasil tinha pastor dizendo bem-feito pro povo do Haiti, q agora tava colhendo um fruto amargo por ter feito uma pacto com o demônio ãã...
hahaha
lá por volta de 1800, pra q ele ãã...
hahaha
expulsasse os franceses e... e...
HAHAHAHAHAHAHA
(Ô, meu, manera no gargalho aê. Pelo efeito borboleta, daqui a pouco tem outro terremoto lá.)
¡Olha...! O hipoplausivírus tá fazendo a festa no cérebro dessa gente, viu, vou tí contar.
Pastor em igreja evangélica **brasileira** dizendo uma coisa dessas certamente tá repetindo o q ouviu algum euaense falar. Procura-q-procura, e acha-se: Pat Robertson, pastor batista caquético biliardário. No dia seguinte ao terremoto, disse q com certeza 100 mil pessoas haviam morrido lá pq 200 anos atrás a independência do Haiti (o levante de escravos haitianos contra o jugo francês) só aconteceu pq teve uma ajudinha de Satanás – q veio agora cobrar a dívida.
HAHAHAHAHAHAHA
Pat Robertson é o mesmo tronho q em 1994, fingindo enviar ajuda durante o genocídio em Ruanda, usou seus aviões pra enviar equipamento a suas minas de diamantes na Libéria. O cara tem o MAIOR respeito pelos negros... No fundo, o q ele disse, e o q o pastor brasileiro repetiu, é q o terremoto aconteceu por culpa dos próprios haitianos. Ou seja, um abalo sísmico periódico COMPLETAMENTE natural provindo das profundezas da Terra é não só causado por humanos, mas
humanos de 200 anos atrás. Isso é q é poder, hem? E mais: o tsunami na Indonésia, o maremoto em Nova Orleans e o terremoto no Haiti, são indícios do final dos tempos, e Jesus tá flagelando os centros de paganismo e iniqüidade pra avisar os últimos incrédulos antes q seja tarde demais. ¿Por que outro motivo essas catástrofes coincidiriam com a época de Natal?
Mas peraí. ¿Não era Satanás?
HAHAHAHAHAHAHA
¿Que será q um hipoplausibilético desse tamanho faria com a informação de q TODO DIA acontecem uns 30 terremotos neste planeta?
Veja o registro dos últimos sete dias, atualizado diariamente.
¿Ou com a hipótese de q mais catástrofes acontecem perto do Natal pq em janeiro a Terra tá não só mais próxima ao Sol como tá se movendo mais rápido no espaço?
Ou ¿que será q essa besta faria com a interpretação de q esses flagelos naturais matam tantos pobres e não-cristãos pq os cristãos ricos reservaram pra si os lugares mais estáveis do planeta? (Oquei, exagerei, mas vcs entenderam.)
E aí, uma bestinha daqui (e certamente muitas outras em outros países) papagueia e macaqueia a besta de lá, e ficam os dois se achando grandes reveladores de verdades secretas.
Só q um é mais besta q o outro, não?
30 janeiro 2010
A NoCu e seus protuberantes
A interneta tem coisas engraçadíssimas. Sesdias, fiquei encafifado com a palavra 'dinossáurico', q eu nunca havia ouvido antes de minha digníssima patroa proferi-la – e até achei q poderia ter sido cunhada por ela mesma. Guglando, descobri um textículo dum cara de quem nunca havia ouvido falar (acho q articulista da Veja) tirando sarro da Dilma Rousseff – de quem até o ano passado eu nunca havia ouvido falar – pq ela havia usado 'dinossáurico' numa entrevista de rádio dezembro passado:
Nenhum neurônio (1)
“Planejar era algo dinossáurico”.
(Dilma Rousseff, em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira, abrindo a semana decidida a mostrar que o Brasil tem a chance de, pela primeira vez na história da República, ser simultaneamente presidido por uma mulher e governado por uma cabeça virgem.)
Leia os comentários aqui.
Ora, vcs tão aqui lendo o Dr Plausível, certo? Já conhecem a figura. ¿O q é 'dinossáurico' perto de outras palavras necessaríssimas cunhadas neste blogue – tais como 'interessância' e 'indesconfundintizabilidade'? ¿O q é uma palavreca bem humorada pralguém q milita abertamente pela complexificação do parco vocabulário semântico do português?
Mostrei o sarcasmo do cara a nosso épico doutor. Ele teria deixado quieto; mas qdo sujeitos como esse articulista e seus comentadores fazem uma cruzada pra transformar a NoCu em partido político, eles ficam tão mas tão hilariantes q o doutor até faz pipoca pra ficar lendo suas aleivosias contra a inteligência mesma q eles acham q promovem. Descobre-se q existe todo um movimento pra sarcasmizar a fala da ministra – q tbm, tadinha, não é flor q se cheire.
Aí o doutor me ditou o comentário abaixo, q enviei lá pro cara:
Perdoe a franqueza; mas, pela evidência do q li aqui, é mais provável q faltem neurônios em vc e nessas outras pessoas q aqui declaram ver indício de burrice na fala da ministra. Não tenho nenhuma simpatia pela ministra, mas acho q quem demonstrou comando de seus neurônios foi ela. É assim q se constróem palavras: derivando. Se ela tivesse querido dizer apenas ‘jurássico’ ou ‘mastodôndico’, teria dito ‘jurássico’ ou ‘mastodôntico’. O q fez foi um bem humorado amálgama dos dois significados metafóricos subjacentes. Entendê-los juntos na mesma palavra – tal como entender o humor sofisticado – requer, como se sabe, inteligência.
A quem se acha culto sem sê-lo, é comum a pequenez de inferir ignorância ou burrice no uso livre e bem humorado da língua. Evidência de burrice é vossa pontuação da citação: colocou as aspas finais antes do ponto, qdo este obviamente é parte da citação.
Ironicamente, vê-se q os auto-denominados “cultos” adeptos do liberalismo &c tbm defendem estupidamente a ditadura da ABL, o autoritarismo dos dicionários (achando q ali se encontram TODAS as palavras possíveis e aceitáveis da língua), e os planos quase-qüinqüenais das reformas ortográficas – marca registrada de seu sangue de barata ou, conforme o caso, de suas tendências autocráticas.
Nosso emoliente terapeuta escreveu isso com a mais digna intenção de auxiliar na cura dum cérebro em delirium tremens hipoplausibilis, e em parte esperando mesmo q NÃO fosse publicado pelo paciente, pra q assim se comprovasse o conteúdo do comentário. ¡E não é q não foi mesmo! Mas o mal-agradecente nocuísta retorquiu com "Não me perdoe a franqueza: pela evidência do q li, ordeno que caia fora."
HAHAHAHAHAHAHAHA
¿Isso é lá um agradecimento cabível? Olha, vida de terapeuta não é bolinho, viu?
É pipoca.
Nenhum neurônio (1)
“Planejar era algo dinossáurico”.
(Dilma Rousseff, em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira, abrindo a semana decidida a mostrar que o Brasil tem a chance de, pela primeira vez na história da República, ser simultaneamente presidido por uma mulher e governado por uma cabeça virgem.)
Leia os comentários aqui.
Ora, vcs tão aqui lendo o Dr Plausível, certo? Já conhecem a figura. ¿O q é 'dinossáurico' perto de outras palavras necessaríssimas cunhadas neste blogue – tais como 'interessância' e 'indesconfundintizabilidade'? ¿O q é uma palavreca bem humorada pralguém q milita abertamente pela complexificação do parco vocabulário semântico do português?
Mostrei o sarcasmo do cara a nosso épico doutor. Ele teria deixado quieto; mas qdo sujeitos como esse articulista e seus comentadores fazem uma cruzada pra transformar a NoCu em partido político, eles ficam tão mas tão hilariantes q o doutor até faz pipoca pra ficar lendo suas aleivosias contra a inteligência mesma q eles acham q promovem. Descobre-se q existe todo um movimento pra sarcasmizar a fala da ministra – q tbm, tadinha, não é flor q se cheire.
Aí o doutor me ditou o comentário abaixo, q enviei lá pro cara:
Perdoe a franqueza; mas, pela evidência do q li aqui, é mais provável q faltem neurônios em vc e nessas outras pessoas q aqui declaram ver indício de burrice na fala da ministra. Não tenho nenhuma simpatia pela ministra, mas acho q quem demonstrou comando de seus neurônios foi ela. É assim q se constróem palavras: derivando. Se ela tivesse querido dizer apenas ‘jurássico’ ou ‘mastodôndico’, teria dito ‘jurássico’ ou ‘mastodôntico’. O q fez foi um bem humorado amálgama dos dois significados metafóricos subjacentes. Entendê-los juntos na mesma palavra – tal como entender o humor sofisticado – requer, como se sabe, inteligência.
A quem se acha culto sem sê-lo, é comum a pequenez de inferir ignorância ou burrice no uso livre e bem humorado da língua. Evidência de burrice é vossa pontuação da citação: colocou as aspas finais antes do ponto, qdo este obviamente é parte da citação.
Ironicamente, vê-se q os auto-denominados “cultos” adeptos do liberalismo &c tbm defendem estupidamente a ditadura da ABL, o autoritarismo dos dicionários (achando q ali se encontram TODAS as palavras possíveis e aceitáveis da língua), e os planos quase-qüinqüenais das reformas ortográficas – marca registrada de seu sangue de barata ou, conforme o caso, de suas tendências autocráticas.
Nosso emoliente terapeuta escreveu isso com a mais digna intenção de auxiliar na cura dum cérebro em delirium tremens hipoplausibilis, e em parte esperando mesmo q NÃO fosse publicado pelo paciente, pra q assim se comprovasse o conteúdo do comentário. ¡E não é q não foi mesmo! Mas o mal-agradecente nocuísta retorquiu com "Não me perdoe a franqueza: pela evidência do q li, ordeno que caia fora."
HAHAHAHAHAHAHAHA
¿Isso é lá um agradecimento cabível? Olha, vida de terapeuta não é bolinho, viu?
É pipoca.
21 dezembro 2009
Habeas copas
Se vc, leitor, tem sentido falta de textos longos, erráticos e irrelevantes, leia a resenha de nosso eviscerante doutor na Copa de Literatura Brasileira.
24 novembro 2009
A ideo-ilogia do ideólogo
Há pessoas praticamente imunes ao hipoplausivírus; mas às vezes mesmo nelas ele causa uma febrinha de qdo em vez.
Um desses episódios febris é qdo o vírus se manifesta através da crença de q todo texto humano – e extrapolando, toda ação humana – tá incluído numa ideologia. O sintoma principal dessa afecção é reclamar de pessoas q não atribuem suas ações e/ou palavras (ou algumas de suas ações e/ou palavras) a uma ideologia. O tratamento se faz demonstrando os limites daquela generalização. Dizer q a ideologia tá em todo lugar, inclusive na pessoa q nega ter ideologia, é como dizer q o ateísmo tbm é uma crença. ¿Como é q pode a AUSÊNCIA de crença ser uma crença? ¿Como pode a ausência de ideologia tbm ser uma ideologia?
Há inúmeros textos e inúmeras ações q não tão "imersos na ideologia de seu autor" (Althusser parafraseado pelo blogueiro Alex Castro). Não há ideologia em atitudes instintivas ou textos instigados por instintos; ou em textos buscando resolver um problema real baseados na determinação duma verdade, por exemplo, ¿a qual temperatura a água ferve a 3mil metros de altitude?
Daí se vê q o principal remédio contra essa febrinha é admitir q há pelo menos dois campos não incluídos na ideologia – um na base e outro no topo –: os instintos e o conhecimento. A ideologia é a baderna entre os dois. Dos instintos nem vou falar, pois nem precisa: é meio como o excipiente do xarope. Se o paciente é alérgico ao argumento de q as ideologias tão incluídas no instinto e não o oposto, então já é um caso mais sério.
Conhecimento = saber + raciocinar.
A diferença entre ideologia e conhecimento é como a diferença entre crer e saber. O foco do crer é um futuro abstrato; o do saber é o presente concreto. Assim como o presente caminha pro futuro, não há crer q não almeje tornar-se um saber.
Há quem diga q também o conhecimento é ideológico – q o foco em certas informações é uma escolha instigada por uma ideologia. Acho q pode-se dizer isso de muitos focos, mas não do conhecimento em si: ou vc SABE uma coisa ou não sabe. Não existe ideologia em 1+1=2 (a menos q se extenda a definição de 'ideologia' até ela se tornar sinônimo de 'consciência'). As ideologias vão e vêm; mas ninguém nunca pede desculpas por SABER algo, ou se arrepende de saber algo.
Notem q o campo mais fértil à ideologia são os assuntos onde a verdade não é conhecida ou totalmente conhecida – por exemplo, nas antagônicas interpretações sobre as delimitações do holocausto nazista; outro: 100 anos atrás era imensamente maior a proporção de biólogos q baseavam na ideologia religiosa suas objeções a Darwin/Wallace. Hoje, qdo a Teoria da Evolução já tá suficientemente comprovada como MUITO próxima à verdade total, não há ideologia em quem SABE do q se trata: a coisa é o q é. Já houve objeções ideológicas até contra o eletro-magnetismo...
Haverá quem diga q nosso evocável doutor tá dizendo q o oposto da ideologia é "A Verdade", tal como posto por outra blogueira.
A ideologia tem seus usos, mas a vida tem muitos aspectos em q a ideologia não tem por quê se meter, mas se mete – pq... pq se acha a fodona, oras, ¿todo fato não tem uma ideologia por trás?
Não.
Uma máxima Plausível: "O objetivo da ideologia não é conhecer a verdade; é obter a vitória."
A verdade é aquilo q REALMENTE acontece, não aquilo q as pessoas pensam ou interpretam q acontece. O conhecimento da verdade é o q efetivamente modifica a sociedade, não são as ideologias. Por quê? Ora, pq a ideologia não modifica a verdade, só modifica como ela é interpretada. O jogo de ideologias tende a MANTER o status quo; pode-se dizer q esse jogo É o status quo. Mas por mais q um ideólogo insista em alterar os fatos, a natureza destes SEMPRE acaba predominando. Por quê? Pq são os fatos, ora.
Os fatos não tem um ideological bias, mas um truth bias: toda interpretação q não se baseia na verdade termina em caca.
Um desses episódios febris é qdo o vírus se manifesta através da crença de q todo texto humano – e extrapolando, toda ação humana – tá incluído numa ideologia. O sintoma principal dessa afecção é reclamar de pessoas q não atribuem suas ações e/ou palavras (ou algumas de suas ações e/ou palavras) a uma ideologia. O tratamento se faz demonstrando os limites daquela generalização. Dizer q a ideologia tá em todo lugar, inclusive na pessoa q nega ter ideologia, é como dizer q o ateísmo tbm é uma crença. ¿Como é q pode a AUSÊNCIA de crença ser uma crença? ¿Como pode a ausência de ideologia tbm ser uma ideologia?
Há inúmeros textos e inúmeras ações q não tão "imersos na ideologia de seu autor" (Althusser parafraseado pelo blogueiro Alex Castro). Não há ideologia em atitudes instintivas ou textos instigados por instintos; ou em textos buscando resolver um problema real baseados na determinação duma verdade, por exemplo, ¿a qual temperatura a água ferve a 3mil metros de altitude?
Daí se vê q o principal remédio contra essa febrinha é admitir q há pelo menos dois campos não incluídos na ideologia – um na base e outro no topo –: os instintos e o conhecimento. A ideologia é a baderna entre os dois. Dos instintos nem vou falar, pois nem precisa: é meio como o excipiente do xarope. Se o paciente é alérgico ao argumento de q as ideologias tão incluídas no instinto e não o oposto, então já é um caso mais sério.
Conhecimento = saber + raciocinar.
A diferença entre ideologia e conhecimento é como a diferença entre crer e saber. O foco do crer é um futuro abstrato; o do saber é o presente concreto. Assim como o presente caminha pro futuro, não há crer q não almeje tornar-se um saber.
Há quem diga q também o conhecimento é ideológico – q o foco em certas informações é uma escolha instigada por uma ideologia. Acho q pode-se dizer isso de muitos focos, mas não do conhecimento em si: ou vc SABE uma coisa ou não sabe. Não existe ideologia em 1+1=2 (a menos q se extenda a definição de 'ideologia' até ela se tornar sinônimo de 'consciência'). As ideologias vão e vêm; mas ninguém nunca pede desculpas por SABER algo, ou se arrepende de saber algo.
Notem q o campo mais fértil à ideologia são os assuntos onde a verdade não é conhecida ou totalmente conhecida – por exemplo, nas antagônicas interpretações sobre as delimitações do holocausto nazista; outro: 100 anos atrás era imensamente maior a proporção de biólogos q baseavam na ideologia religiosa suas objeções a Darwin/Wallace. Hoje, qdo a Teoria da Evolução já tá suficientemente comprovada como MUITO próxima à verdade total, não há ideologia em quem SABE do q se trata: a coisa é o q é. Já houve objeções ideológicas até contra o eletro-magnetismo...
Haverá quem diga q nosso evocável doutor tá dizendo q o oposto da ideologia é "A Verdade", tal como posto por outra blogueira.
A ideologia tem seus usos, mas a vida tem muitos aspectos em q a ideologia não tem por quê se meter, mas se mete – pq... pq se acha a fodona, oras, ¿todo fato não tem uma ideologia por trás?
Não.
Uma máxima Plausível: "O objetivo da ideologia não é conhecer a verdade; é obter a vitória."
A verdade é aquilo q REALMENTE acontece, não aquilo q as pessoas pensam ou interpretam q acontece. O conhecimento da verdade é o q efetivamente modifica a sociedade, não são as ideologias. Por quê? Ora, pq a ideologia não modifica a verdade, só modifica como ela é interpretada. O jogo de ideologias tende a MANTER o status quo; pode-se dizer q esse jogo É o status quo. Mas por mais q um ideólogo insista em alterar os fatos, a natureza destes SEMPRE acaba predominando. Por quê? Pq são os fatos, ora.
Os fatos não tem um ideological bias, mas um truth bias: toda interpretação q não se baseia na verdade termina em caca.
09 novembro 2009
O descaminho das pedras
Êi, ¿ouviram falar o q fizeram aqueles ãã crentes na Somália? Mataram a pedradas um cara por adultério.
Tadinho.
Mas o cara tinha engravidado a amante. Aí ¿sabe o q decidiram? Ué, claro: tão esperando o bebê nascer pra SÓ AÍ matar a moça a pedradas tbm.
HAHAHAHAHAHAHA
Ô mundo cão.
Tadinho.
Mas o cara tinha engravidado a amante. Aí ¿sabe o q decidiram? Ué, claro: tão esperando o bebê nascer pra SÓ AÍ matar a moça a pedradas tbm.
HAHAHAHAHAHAHA
Ô mundo cão.
25 outubro 2009
Engodo e traste
Alguns anos atrás, nosso exosférico doutor deu boas risadas qdo ficou sabendo q a indústria evangélica – plena de oportunidades – havia inspirado um "paulista com formação em Marketing e Teologia, e pós-graduação em Administração" a criar um novo negócio chamado "Igreja Bola de Neve Church".
A risada obviamente não foi pela crença evangélica: rir de crença é como rir de velhinhos tropeçando; tbm não foi pelo cunho marqueteiro da coisa: rir de marketing é como rir de BEBÊS tropeçando. Riu foi do nome q deram à coisa.
¡¿Bola de Neve Church?! ¿Por que essa puxação de saco de euaense? ¿Por que não Bola de Neve Église ou Chiesa ou Kyrka? Ah, deve ser pq vivemos num mundo "globalizado"... HAHAHAHAHA Ou seja, o marqueteiro tá automaticamente dando a entender q quem fala inglês tá mais perto de Deus do q quem fala brasilês. Brasileiro raramente pensa no significado das palavras e nunca percebe essas sutilezas. Mas "ELES" percebem.
Já o nome 'bola de neve', deve ter sido escolhido pq é uma coisa q vai crescendo aos poucos, cujo poder vai aumentando. HAHAHAHAHAHA Quem bolou esse nome tá precisando dum retiro espiritual na Clínica Dr Plausível: foi vítima duma infecção hipoplausivirótica no cucuruto. Pois se não estiver infectado, ¿como é q pode imaginar q bola de neve é uma força positiva? Bola de neve é uma coisa q vai pra baixo, vai descendo o morro crescendo e crescendo e ganhando velocidade e, qdo chega lá embaixo, já virou avalanche – e se não matou muita gente, com certeza não "salvou" ninguém.
Este blogue fez campanha pra q eles mudassem o nome (pq pô, né?) mas não adiantou. Não é só uma infecção: é uma epidemia.
Mas hoje, passeando com a patroa, nosso elevatório humanista virou uma esquina e deu de cara com um carro estacionado, e o carro estacionado tinha um adesivo da Bola de Neve Church, e no próprio adesivo, abaixo do nome esdrúxulo... ¿que será q fez o doutor rolar no asfalto desguarungrugulhando o esputo?
Tava escrito ali: "IN GOD WE TRUST"
HAHAHAHAHAHA
O bordão das notas de dólar. Isso mesmo. In God we trust. Engodo e traste. ¿Dá pra acreditar?
¿Dá pra CRER?
O doutor não acreditou e foi pesquisar no site da igreja. E ¿não é q ali eles vendem, chaveiros, adesivos, &c, tudo com o mesmo bordão euaense, in God we trust? Gente de baixa auto-estima puxando o saco do ¡¡DÓLAR!!
Esse pessoal é tão "globalizado" q o site vende "cazes" e "skeezes".

"Caze", pra gente não-globalizada como eu, é um porta-livros. Na verdade, eles queriam ter escrito "case", mas devem entender tanto de spelling como entendem de neve.

"Skeeze", eles acham q é "squeeze", uma garrafa plástica pra desportistas. Na verdade, no país do dólar, "skeeze" é gíria pra "pessoa imoral e suja; mulher mais do q vadia, mais do q puta".
HAHAHAHAHAHA
(Confira.)
In God we trust. Engodo e traste. O engodo da religião aliada ao traste do marketing.
Nosso humanitário doutor tem pelas pessoas um infinito apreço e respeito. Qdo são vítimas, então, esse apreço e respeito vira dó e piedade. Não dá pra ter outra coisa por pessoas q se gostam tão pouco q chegam a misturar a inferioridade q sentem à sombra dum deus com a inferioridade q sentem à sombra do dólar.
----
Adendo:
Parece q agora eles mudaram o bordão pra "In Jesus we trust", talvez depois q alguém ali percebeu a gafe. Mas... O q antes era só uma gafe virou uma gafe + uma aberração, pois (1) não se livraram da subserviência anglofônica, (2) não se livraram da inspiração dolaresca e (3) adotaram essa moda bizarra, tbm originada nos Euá, de chamar Deus de "Jesus" – tem crente hoje em dia dizendo q o mundo foi criado por Jesus... o mesmo Jesus q veio ao mundo se sacrificar a Jesus pela humanidade, e lá na cruz olhou pro céu e disse a si mesmo, "Jesus, Jesus, ¿por que me abandonaste?"
A risada obviamente não foi pela crença evangélica: rir de crença é como rir de velhinhos tropeçando; tbm não foi pelo cunho marqueteiro da coisa: rir de marketing é como rir de BEBÊS tropeçando. Riu foi do nome q deram à coisa.
¡¿Bola de Neve Church?! ¿Por que essa puxação de saco de euaense? ¿Por que não Bola de Neve Église ou Chiesa ou Kyrka? Ah, deve ser pq vivemos num mundo "globalizado"... HAHAHAHAHA Ou seja, o marqueteiro tá automaticamente dando a entender q quem fala inglês tá mais perto de Deus do q quem fala brasilês. Brasileiro raramente pensa no significado das palavras e nunca percebe essas sutilezas. Mas "ELES" percebem.
Já o nome 'bola de neve', deve ter sido escolhido pq é uma coisa q vai crescendo aos poucos, cujo poder vai aumentando. HAHAHAHAHAHA Quem bolou esse nome tá precisando dum retiro espiritual na Clínica Dr Plausível: foi vítima duma infecção hipoplausivirótica no cucuruto. Pois se não estiver infectado, ¿como é q pode imaginar q bola de neve é uma força positiva? Bola de neve é uma coisa q vai pra baixo, vai descendo o morro crescendo e crescendo e ganhando velocidade e, qdo chega lá embaixo, já virou avalanche – e se não matou muita gente, com certeza não "salvou" ninguém.
Este blogue fez campanha pra q eles mudassem o nome (pq pô, né?) mas não adiantou. Não é só uma infecção: é uma epidemia.
Mas hoje, passeando com a patroa, nosso elevatório humanista virou uma esquina e deu de cara com um carro estacionado, e o carro estacionado tinha um adesivo da Bola de Neve Church, e no próprio adesivo, abaixo do nome esdrúxulo... ¿que será q fez o doutor rolar no asfalto desguarungrugulhando o esputo?
Tava escrito ali: "IN GOD WE TRUST"
HAHAHAHAHAHA
O bordão das notas de dólar. Isso mesmo. In God we trust. Engodo e traste. ¿Dá pra acreditar?
¿Dá pra CRER?
O doutor não acreditou e foi pesquisar no site da igreja. E ¿não é q ali eles vendem, chaveiros, adesivos, &c, tudo com o mesmo bordão euaense, in God we trust? Gente de baixa auto-estima puxando o saco do ¡¡DÓLAR!!
Esse pessoal é tão "globalizado" q o site vende "cazes" e "skeezes".

"Caze", pra gente não-globalizada como eu, é um porta-livros. Na verdade, eles queriam ter escrito "case", mas devem entender tanto de spelling como entendem de neve.

"Skeeze", eles acham q é "squeeze", uma garrafa plástica pra desportistas. Na verdade, no país do dólar, "skeeze" é gíria pra "pessoa imoral e suja; mulher mais do q vadia, mais do q puta".
HAHAHAHAHAHA
(Confira.)
In God we trust. Engodo e traste. O engodo da religião aliada ao traste do marketing.
Nosso humanitário doutor tem pelas pessoas um infinito apreço e respeito. Qdo são vítimas, então, esse apreço e respeito vira dó e piedade. Não dá pra ter outra coisa por pessoas q se gostam tão pouco q chegam a misturar a inferioridade q sentem à sombra dum deus com a inferioridade q sentem à sombra do dólar.
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Adendo:
Parece q agora eles mudaram o bordão pra "In Jesus we trust", talvez depois q alguém ali percebeu a gafe. Mas... O q antes era só uma gafe virou uma gafe + uma aberração, pois (1) não se livraram da subserviência anglofônica, (2) não se livraram da inspiração dolaresca e (3) adotaram essa moda bizarra, tbm originada nos Euá, de chamar Deus de "Jesus" – tem crente hoje em dia dizendo q o mundo foi criado por Jesus... o mesmo Jesus q veio ao mundo se sacrificar a Jesus pela humanidade, e lá na cruz olhou pro céu e disse a si mesmo, "Jesus, Jesus, ¿por que me abandonaste?"
12 outubro 2009
Fé com fé, cré com cré
Vou dizer uma coisa pra vcs, viu. Desde q aquele povo desértico inventou q a vida eterna é um prêmio por conduta moral exemplar ou apenas por seguir uma tradição esdrúxula, este mundo virou um inferno. Como se não bastasse, todos pregam q a retidão moral vem da fé (???), e portaaaanto a fé é o maior bem. Vc pode perguntar pra qqer crente de qqer religião desértica (judaísmo>cristianismo>islamismo) qual é seu maior valor e ele vai dizer q é sua inabalável fé em Deus, ou algo assim.
Toda vez q nosso exponencial doutor diz a essa gente q a fé é só uma desculpa pra juntar um pessoal, paquerar, dar risada com os amigos, checar o progresso dos sortudos e comer um churrasquinho... ele ouve um sermão q começa com “¡Nããão, que abessurdo! ¡A fé em Deus é a base de tudo!” O doutor então diz q a base de tudo é o instinto gregário, e aí ouve q “Vc tá enganado. ¡A fé é a dádiva divina devido à dívida da vida em dúvida!” ...e outras palavras de ordem...
O Dr Plausível não se mete com gente armada. Mas qdo se depara com um crente muito afoito, daqueles q até “rezam” pela alma de nosso terapeuta, ele conta uma pequena parábola pra demonstrar q religioso taria pouco se lixando prà fé se esta o privasse da vida em comunidade. O doutor chega-lhe ao pé do ouvido e fala assim:
Imagina q vc tá cara a cara com Deus no juízo final. Ele te olha de cima a baixo e troveja:
Deus: Parabéns, fulano. Foste um judeu/cristão/muçulmano exemplar e chegaste ao paraíso.
Vc: ¡Oh que ótimo, milagroso Deus misericordioso!
D: Sim, agora terás a vida eterna a meu lado e gozarás das infinitas benesses divinas.
V: Grandioso e gracioso Deus... Cantarei eternamente vossas glórias.
D: Ótimo, assim q eu gosto.
V: ¡Que maravilha magnífica é este paraíso!
D: Ah, ¿reparaste? Obrigado, obrigado.
V: ¡Sublime soberano do universo!
D: Hehehe...
V: Mal posso esperar pra rever meus pais. Qta saudade...
D: Ãã... Não, não. Eles não estão aqui.
V: Cuma?
D: Só deu pra salvar a ti.
V: ¿Meus pais não foram salvos?
D: Hmmnnnão... Deixaram a desejar.
V: Oh, que triste...
D: Mm.
V: Ãã... ¿Agora estão no inferno?
D: Yep.
V: Aaaaghh...
D: ...
V: Bem ... mas meu regozijo por estar em vossa presença sobrepuja qqer sofrimento, por mais atroz. ¿E meus tios e tias?
D: No inferno tbm.
V: ¿Nem a vó Javilda, tão casta e fiel?
D: Nnnã. Essa tbm não deu pra salvar.
V: ¿Nem ela?
D: Nnnãã. Só tu te salvaste.
V: ¿E MEUS FILHOS, MEU DEUS?
D: Nenhum.
V: O Maycson...
D: Naaa...
V: A Marisvelda...
D: Inferno.
V: Oh não... Não é possível... ¿Até a Marisvelda...?
D: Casou com um ateu. Só pensava em sexo.
V: ¡¡Nããããoo!!
D: Yep.
V: Bem, pelo menos alguém de minha sinagoga/igreja/mesquita...
D: Ninguém. Só sobraste tu mesmo.
V: Uau...
D: Pra veres como são as coisas. Como eram.
V: Puts. Vou levar um tempo pra me acostumar.
D: Pois é. Mas na eternidade, tudo se ajeita.
V: ¿E o padre Deoclécio, da igrejinha?
D: Inferno. Só tu restaste.
V: ¿O rabino Metzger, o aiatolá Khomeini?
D: Não houve jeito.
V: Bem, pelo menos vou ter a companhia dos santos... Tipo... São Francisco...
D: Nã, nã....Só pensava em comida.
V: São Benedito...
D: Inferno. Tinha pensamentos impuros.
V: Ué, eu tbm tive.
D: É, mas te arrependeste a tempo.
V: Santa Rita...
D: Duvidou de mim no último segundo.
V: Oh. ... João XXIII?
D: Inveja.
V: Maimônides?
D: Desejou incesto.
V: Abraão? Não vai me dizer q...
D: O povo exagerava.
V: Maomé?
D: Reclamou bastante, mas não houve jeito.
V: Uau...
D: ¿Não caiu a ficha? Em toda a história da humanidade, TU és o único ser digno de entrar em meu reino: só tu te salvaste.
V: Mas ¡¡a probabilidade disso acontecer é infimamente pequena!!
D: ¿Que sabes tu? Quem INVENTOU a probabilidade fui eu.
V: Mas... ¿e as criancinhas, meu Deus misericordioso? Com certeza suas almas já estão aqui...
D: Que nada. Re-encarnei todas, e todas depois se perderam na vida.
V: Mas, pôxa, não foi isso q me disseram. Era tão gostoso ali no templo, com minha família e amigos... ¿Não dava pra acochambrardes as leis divinas um tantinho, pra popular o paraíso um pouquinho?
D: O q está feito está feito. E a justiça divina não falha.
V: ¿E o amor divino, Deus meu...? ¿Por que ferraríeis toda vossa criação?
D: Ah, amei e amarei infinitamente todos os seres q criei.
V: Então?!
D: ¿Então o quê?
V: ¿E o perdão divino?
D: Já perdoei todos, mas perdão não é impunidade.
V: Quer dizer... quer dizer q de toda a história da humanidade, ¿só EU gozarei a vida eterna convosco? ¿Sem meus pais, meus irmãos, meus filhos, meus amigos, sem santos, sem religiosos, sem companhia nenhuma, só eu, eu sozinho?
D: Sim, pq o mereceste.
V: ¡¡¡gngnfgngngfn!!!
D: Não fica assim. Vamos nos divertir bastante, tu e eu. Temos a infinita eternidade pela frente. Tanta coisa pra conversar. Por exemplo, ¿sabias q, além de infinito e eterno, sou tbm incalculável?
V: Ah é? Mm.
D: ¿Não vais me louvar?
V: Ah. ... ¡Oh incalculável incandescência!
D: Então? ¿Não é divertido?
V: Ãã... Claro, bastante.
D: mmMM?
V: Sim, sim, divertidíssimo, oh divina divertância.
D: E tbm sou...
----
A bem da verdade, ninguém conseguiria contar essa parábola prum crente até o final, pq já no meio ele começaria com a ladainha Deus-jamais-agiria-assim. Eles não aceitam q seu deus poderia fazer isso tanto qto qqer outra coisa. Mas é muito revelador q o Paraíso não pode ser um lugar chato, q ele tem q ter um quê de diversão. Os crentes podem perdoar os mais intoleráveis atos de Deus, contanto q ele não seja maçante. A noção dum Deus enfadonho é a extrema abominação, até na Terra. Nenhuma religião tediosa sobrevive. A chatice é um pecado imperdoável.
Toda vez q nosso exponencial doutor diz a essa gente q a fé é só uma desculpa pra juntar um pessoal, paquerar, dar risada com os amigos, checar o progresso dos sortudos e comer um churrasquinho... ele ouve um sermão q começa com “¡Nããão, que abessurdo! ¡A fé em Deus é a base de tudo!” O doutor então diz q a base de tudo é o instinto gregário, e aí ouve q “Vc tá enganado. ¡A fé é a dádiva divina devido à dívida da vida em dúvida!” ...e outras palavras de ordem...
O Dr Plausível não se mete com gente armada. Mas qdo se depara com um crente muito afoito, daqueles q até “rezam” pela alma de nosso terapeuta, ele conta uma pequena parábola pra demonstrar q religioso taria pouco se lixando prà fé se esta o privasse da vida em comunidade. O doutor chega-lhe ao pé do ouvido e fala assim:
Imagina q vc tá cara a cara com Deus no juízo final. Ele te olha de cima a baixo e troveja:
Deus: Parabéns, fulano. Foste um judeu/cristão/muçulmano exemplar e chegaste ao paraíso.
Vc: ¡Oh que ótimo, milagroso Deus misericordioso!
D: Sim, agora terás a vida eterna a meu lado e gozarás das infinitas benesses divinas.
V: Grandioso e gracioso Deus... Cantarei eternamente vossas glórias.
D: Ótimo, assim q eu gosto.
V: ¡Que maravilha magnífica é este paraíso!
D: Ah, ¿reparaste? Obrigado, obrigado.
V: ¡Sublime soberano do universo!
D: Hehehe...
V: Mal posso esperar pra rever meus pais. Qta saudade...
D: Ãã... Não, não. Eles não estão aqui.
V: Cuma?
D: Só deu pra salvar a ti.
V: ¿Meus pais não foram salvos?
D: Hmmnnnão... Deixaram a desejar.
V: Oh, que triste...
D: Mm.
V: Ãã... ¿Agora estão no inferno?
D: Yep.
V: Aaaaghh...
D: ...
V: Bem ... mas meu regozijo por estar em vossa presença sobrepuja qqer sofrimento, por mais atroz. ¿E meus tios e tias?
D: No inferno tbm.
V: ¿Nem a vó Javilda, tão casta e fiel?
D: Nnnã. Essa tbm não deu pra salvar.
V: ¿Nem ela?
D: Nnnãã. Só tu te salvaste.
V: ¿E MEUS FILHOS, MEU DEUS?
D: Nenhum.
V: O Maycson...
D: Naaa...
V: A Marisvelda...
D: Inferno.
V: Oh não... Não é possível... ¿Até a Marisvelda...?
D: Casou com um ateu. Só pensava em sexo.
V: ¡¡Nããããoo!!
D: Yep.
V: Bem, pelo menos alguém de minha sinagoga/igreja/mesquita...
D: Ninguém. Só sobraste tu mesmo.
V: Uau...
D: Pra veres como são as coisas. Como eram.
V: Puts. Vou levar um tempo pra me acostumar.
D: Pois é. Mas na eternidade, tudo se ajeita.
V: ¿E o padre Deoclécio, da igrejinha?
D: Inferno. Só tu restaste.
V: ¿O rabino Metzger, o aiatolá Khomeini?
D: Não houve jeito.
V: Bem, pelo menos vou ter a companhia dos santos... Tipo... São Francisco...
D: Nã, nã....Só pensava em comida.
V: São Benedito...
D: Inferno. Tinha pensamentos impuros.
V: Ué, eu tbm tive.
D: É, mas te arrependeste a tempo.
V: Santa Rita...
D: Duvidou de mim no último segundo.
V: Oh. ... João XXIII?
D: Inveja.
V: Maimônides?
D: Desejou incesto.
V: Abraão? Não vai me dizer q...
D: O povo exagerava.
V: Maomé?
D: Reclamou bastante, mas não houve jeito.
V: Uau...
D: ¿Não caiu a ficha? Em toda a história da humanidade, TU és o único ser digno de entrar em meu reino: só tu te salvaste.
V: Mas ¡¡a probabilidade disso acontecer é infimamente pequena!!
D: ¿Que sabes tu? Quem INVENTOU a probabilidade fui eu.
V: Mas... ¿e as criancinhas, meu Deus misericordioso? Com certeza suas almas já estão aqui...
D: Que nada. Re-encarnei todas, e todas depois se perderam na vida.
V: Mas, pôxa, não foi isso q me disseram. Era tão gostoso ali no templo, com minha família e amigos... ¿Não dava pra acochambrardes as leis divinas um tantinho, pra popular o paraíso um pouquinho?
D: O q está feito está feito. E a justiça divina não falha.
V: ¿E o amor divino, Deus meu...? ¿Por que ferraríeis toda vossa criação?
D: Ah, amei e amarei infinitamente todos os seres q criei.
V: Então?!
D: ¿Então o quê?
V: ¿E o perdão divino?
D: Já perdoei todos, mas perdão não é impunidade.
V: Quer dizer... quer dizer q de toda a história da humanidade, ¿só EU gozarei a vida eterna convosco? ¿Sem meus pais, meus irmãos, meus filhos, meus amigos, sem santos, sem religiosos, sem companhia nenhuma, só eu, eu sozinho?
D: Sim, pq o mereceste.
V: ¡¡¡gngnfgngngfn!!!
D: Não fica assim. Vamos nos divertir bastante, tu e eu. Temos a infinita eternidade pela frente. Tanta coisa pra conversar. Por exemplo, ¿sabias q, além de infinito e eterno, sou tbm incalculável?
V: Ah é? Mm.
D: ¿Não vais me louvar?
V: Ah. ... ¡Oh incalculável incandescência!
D: Então? ¿Não é divertido?
V: Ãã... Claro, bastante.
D: mmMM?
V: Sim, sim, divertidíssimo, oh divina divertância.
D: E tbm sou...
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A bem da verdade, ninguém conseguiria contar essa parábola prum crente até o final, pq já no meio ele começaria com a ladainha Deus-jamais-agiria-assim. Eles não aceitam q seu deus poderia fazer isso tanto qto qqer outra coisa. Mas é muito revelador q o Paraíso não pode ser um lugar chato, q ele tem q ter um quê de diversão. Os crentes podem perdoar os mais intoleráveis atos de Deus, contanto q ele não seja maçante. A noção dum Deus enfadonho é a extrema abominação, até na Terra. Nenhuma religião tediosa sobrevive. A chatice é um pecado imperdoável.
21 setembro 2009
A teoria na prática é outra (conclusão)
Olha, vou dizer uma coisa pra vcs, viu; não é à toa q nosso estuante doutor não conseguiu terminar sua epopéica obra em quatro volumes Apologia da hipocrisia: tinha assunto q não acabava mais.
Por isso, resolveu o problema de forma tipicamente hipócrita. A melhor maneira de fazer uma apologia da hipocrisia, de demonstrar sua utilidade e capilaridade, sua abrangência e imiscuência, sua ressonância e retumbância, a melhor e mais direta maneira de homenagear a hipocrisia é tbm a mais espontânea e singela: não dizer nada.
Isso. Não dizer nada: jogar fora tudo q escreveu, todo insight relevante, toda percepção revelante, tudo. A tadinha da hipocrisia – já enfraquecida por séculos de insultos e preconceitos – talvez não resistisse a uma divulgação clara e detalhada dos inúmeros, sutis, complexos e assombrosos mecanismos psicológicos, sociais e políticos com que ela tranformou macacos em seres humanos, amparou todo o progresso tecnológico e mantém a civilização micro-afinada alguns passos aquém de explodir. O amadorismo do macaco é comovente: o macaco é um mero aprendiz de hipócrita.
Minha pergunta meses atrás foi ¿qual é o elemento mais construtivo pra chegar a, e manter, a civilização: a hipocrisia ou o cinismo? Só pra q não fiquem com raiva deste pobre digitador, aqui vai a resposta oficial deste blogue:
A hipocrisia ampara; o cinismo estimula. Na construção da civilização, a hipocrisia são os pisos e o cinismo são os pilares. Há quem imagine q sem a sustentação dos pilares, não haveria construção, e por isso o cinismo é mais construtivo. Muito se enganam. O fato é q sem a sustentação dos pisos, nem sequer faria sentido ter uma construção. A construção existe exatamente pra q haja pisos, pois somos todos reféns da gravidade. Ou seja, embora o cinismo auxilie a inteligência nos avanços civilizatórios, a razão de ser da civilização tá emaranhada indissoluvelmente com a hipocrisia. Sempre esteve. A civilização é praticamente uma CRIAÇÃO da hipocrisia. Não ver isso é a versão psico-social de acreditar em Papai Noel.
Há tbm quem imagine a emoção como energia, a inteligência como engrenagens, o cinismo como atrito e a hipocrisia como lubrificante. É uma imagem bonitinha, mas ingênua e idealista. Não. Se a civilização é um carro, o cinismo são as rodas e a hipocrisia é a estrada.
A hipocrisia é o lugar onde a civilização acontece.
Por isso, resolveu o problema de forma tipicamente hipócrita. A melhor maneira de fazer uma apologia da hipocrisia, de demonstrar sua utilidade e capilaridade, sua abrangência e imiscuência, sua ressonância e retumbância, a melhor e mais direta maneira de homenagear a hipocrisia é tbm a mais espontânea e singela: não dizer nada.
Isso. Não dizer nada: jogar fora tudo q escreveu, todo insight relevante, toda percepção revelante, tudo. A tadinha da hipocrisia – já enfraquecida por séculos de insultos e preconceitos – talvez não resistisse a uma divulgação clara e detalhada dos inúmeros, sutis, complexos e assombrosos mecanismos psicológicos, sociais e políticos com que ela tranformou macacos em seres humanos, amparou todo o progresso tecnológico e mantém a civilização micro-afinada alguns passos aquém de explodir. O amadorismo do macaco é comovente: o macaco é um mero aprendiz de hipócrita.
Minha pergunta meses atrás foi ¿qual é o elemento mais construtivo pra chegar a, e manter, a civilização: a hipocrisia ou o cinismo? Só pra q não fiquem com raiva deste pobre digitador, aqui vai a resposta oficial deste blogue:
A hipocrisia ampara; o cinismo estimula. Na construção da civilização, a hipocrisia são os pisos e o cinismo são os pilares. Há quem imagine q sem a sustentação dos pilares, não haveria construção, e por isso o cinismo é mais construtivo. Muito se enganam. O fato é q sem a sustentação dos pisos, nem sequer faria sentido ter uma construção. A construção existe exatamente pra q haja pisos, pois somos todos reféns da gravidade. Ou seja, embora o cinismo auxilie a inteligência nos avanços civilizatórios, a razão de ser da civilização tá emaranhada indissoluvelmente com a hipocrisia. Sempre esteve. A civilização é praticamente uma CRIAÇÃO da hipocrisia. Não ver isso é a versão psico-social de acreditar em Papai Noel.
Há tbm quem imagine a emoção como energia, a inteligência como engrenagens, o cinismo como atrito e a hipocrisia como lubrificante. É uma imagem bonitinha, mas ingênua e idealista. Não. Se a civilização é um carro, o cinismo são as rodas e a hipocrisia é a estrada.
A hipocrisia é o lugar onde a civilização acontece.
07 julho 2009
O doutor na padaria
¿Quêêêêêê?
¿¡¿O velório do Máicon Djacson passou na tv no mundo inteiro?!?
HAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHA
¿¡¿O velório do Máicon Djacson passou na tv no mundo inteiro?!?
HAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHA
23 junho 2009
16 junho 2009
A lógica crente
e a apologética moderna
1. Aquele cara afirma ser Napoleão.
2. Então talvez ele seja Napoleão.
2.1. Se é possível q ele seja Napoleão, segue-se q ele deve mesmo ser Napoleão.
3. Portanto, tá claro q ele é o próprio Napoleão.
HAHAHAHAHAHAHA
2. Então talvez ele seja Napoleão.
2.1. Se é possível q ele seja Napoleão, segue-se q ele deve mesmo ser Napoleão.
3. Portanto, tá claro q ele é o próprio Napoleão.
HAHAHAHAHAHAHA
06 maio 2009
A teoria na prática é outra
Lanço uma pergunta aos argutos leitores deste blogue:
¿Qual a diferença entre um cínico e um hipócrita? Não olhe no dicionário.
Ou seja, ¿o q uma pessoa precisa *fazer* pra q vc a chame de cínica? ¿o q ela precisa *fazer* pra q vc a chame de hipócrita? Não vale dizer q os dois termos são equivalentes – tal como fazem alguns dicionários e muitos ingênuos –, ou q são diferentes graus da mesma coisa, ou até q um é o oposto do outro.
Em particular, nosso eqüípede doutor sabe q a civilização teria sido inalcançável sem o sólido suporte da hipocrisia e do cinismo – tadinhos, tão vilipendiados. Mas é difícil saber qual dos dois foi mais construtivo. ¿O q vc acha? Não seja idealista: olhe prà realidade tal como ela É, olhe prà civilização tal como ela chegou até onde estamos – com todas essas maravilhas e tragédias – e me diga: ¿qual dos dois vc acha q foi mais construtivamente importante – o cinismo ou a hipocrisia? Não venha com moralismos: se vc vive em sociedade, então em vários âmbitos de tua vida vc é hipócrita ou cínico/a, como todo mundo. Pode-se até generalizar e defender a tese de q certos grupos (p.ex. o islamismo) encheriam menos o saco se fossem mais hipócritas, e outros grupos (p.ex. o cristianismo) encheriam menos o saco se fossem mais cínicos, enquanto ainda outros grupos (p.ex. o judaísmo) encheriam menos o saco se simplesmente deixassem de encher o saco. Um dado importante, claro, é q tanto o islamismo qto o cristianismo são apenas tipos de judaísmo; mas isso não vem ao caso: pense na civilização como *um todo*; pense em todos os ajustes milimétricos necessários na relação entre pessoas, entre profissionais, entre grupos, entre países. O cinismo e a hipocrisia certamente têm um papel preponderante. A questão é, segundo *tua* definição dos dois, ¿qual é construtivamente mais preponderante? Não importa aqui se vc acha q houve outros fatores mais preponderantes do q o cin. e a hip. – tais como o amoooor, a inteligêêêêêência, o respeeeeeeeito, a compreensãããããããããããão: olhe pra TUA definição de cin. e hip. e diga qual dos dois mais contribuiu positivamente pra construir a civilização.
Não vale dizer: (1) nenhum dos dois, nem (2) os dois igualmente.
Depois, olhe a definição de 'cinismo' e 'hipocrisia' em teu(s) dicionário(s) e diga se a definição ali confere com a idéia q vc fazia dessas palavras.
¿Qual a diferença entre um cínico e um hipócrita? Não olhe no dicionário.
Ou seja, ¿o q uma pessoa precisa *fazer* pra q vc a chame de cínica? ¿o q ela precisa *fazer* pra q vc a chame de hipócrita? Não vale dizer q os dois termos são equivalentes – tal como fazem alguns dicionários e muitos ingênuos –, ou q são diferentes graus da mesma coisa, ou até q um é o oposto do outro.
Em particular, nosso eqüípede doutor sabe q a civilização teria sido inalcançável sem o sólido suporte da hipocrisia e do cinismo – tadinhos, tão vilipendiados. Mas é difícil saber qual dos dois foi mais construtivo. ¿O q vc acha? Não seja idealista: olhe prà realidade tal como ela É, olhe prà civilização tal como ela chegou até onde estamos – com todas essas maravilhas e tragédias – e me diga: ¿qual dos dois vc acha q foi mais construtivamente importante – o cinismo ou a hipocrisia? Não venha com moralismos: se vc vive em sociedade, então em vários âmbitos de tua vida vc é hipócrita ou cínico/a, como todo mundo. Pode-se até generalizar e defender a tese de q certos grupos (p.ex. o islamismo) encheriam menos o saco se fossem mais hipócritas, e outros grupos (p.ex. o cristianismo) encheriam menos o saco se fossem mais cínicos, enquanto ainda outros grupos (p.ex. o judaísmo) encheriam menos o saco se simplesmente deixassem de encher o saco. Um dado importante, claro, é q tanto o islamismo qto o cristianismo são apenas tipos de judaísmo; mas isso não vem ao caso: pense na civilização como *um todo*; pense em todos os ajustes milimétricos necessários na relação entre pessoas, entre profissionais, entre grupos, entre países. O cinismo e a hipocrisia certamente têm um papel preponderante. A questão é, segundo *tua* definição dos dois, ¿qual é construtivamente mais preponderante? Não importa aqui se vc acha q houve outros fatores mais preponderantes do q o cin. e a hip. – tais como o amoooor, a inteligêêêêêência, o respeeeeeeeito, a compreensãããããããããããão: olhe pra TUA definição de cin. e hip. e diga qual dos dois mais contribuiu positivamente pra construir a civilização.
Não vale dizer: (1) nenhum dos dois, nem (2) os dois igualmente.
Depois, olhe a definição de 'cinismo' e 'hipocrisia' em teu(s) dicionário(s) e diga se a definição ali confere com a idéia q vc fazia dessas palavras.
02 maio 2009
louros e papagaios
Deu hoje num jornal aí:
Mulher é a 1ª poeta laureada no Reino Unido
(Uma tentativa patética de traduzir "first female poet laureate".)
Tão tá.
Já é clichê neste blogue dizer q tem de gente q não pensa. Mas tem tanta coisa tonta nessa chamadinha, q nosso enxuto doutor se pergunta se 'pensar' é a palavra certa.
¿Lembram da Erundina? É como se a manchete do dia seguinte a sua eleição tivesse sido:
Mulher é a 1ª prefeito eleita em São Paulo
HAHAHAHA
Outra:
Homem é o 1° ser humano a pisar na lua
HAHAHAHAHA
O clichê aqui poderia virar "tem gente q nem desconfia".
Mulher é a 1ª poeta laureada no Reino Unido
(Uma tentativa patética de traduzir "first female poet laureate".)
Tão tá.
Já é clichê neste blogue dizer q tem de gente q não pensa. Mas tem tanta coisa tonta nessa chamadinha, q nosso enxuto doutor se pergunta se 'pensar' é a palavra certa.
¿Lembram da Erundina? É como se a manchete do dia seguinte a sua eleição tivesse sido:
Mulher é a 1ª prefeito eleita em São Paulo
HAHAHAHA
Outra:
Homem é o 1° ser humano a pisar na lua
HAHAHAHAHA
O clichê aqui poderia virar "tem gente q nem desconfia".
27 fevereiro 2009
Painel do leitor
Caros Srs Editores da Folha de São Paulo,
Foi com muita revolta q li vossa matéria de quinta-feira, 26 de fevereiro último, no caderno Cotidiano, sobre as chuvas em SP, matéria q me leva agora a denunciar publicamente a prefeitura desta cidade. São absurdos os desmandos, favoritismos e arbitrariedades desta administração no desempenho de suas atribuições supostamente democráticas. Tenho uma horta em meu quintal e dela tiro grande parte dos alimentos para minha família de 5 pessoas. Igual a mim, dezenas de milhares de moradores nas periferias têm hortas familiares; muitos desses horitcultores chegam a usufruir de seus produtos comercialmente. E não é preciso nenhum diploma universitário para saber que os horticultores precisamos de chuva regularmente. Ora, ¿que direito tem a prefeitura de enviar chuvas exclusivamente para trens e trânsito? ¿que prepotência avassaladora, que corrupção inominável leva um administrador público a arbitrar sobre a chuva – um recurso cada vez mais escasso – e privilegiar tão descaradamente um setor da comunidade, setor este q reconhecidamente polue, incomoda e atrasa a vida de todos, até mesmo sem a chuva? ¡Chega de conchavos com chuva! ¡Toró para todos, já!
Rodoanei Vialho
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Numa cultura de desmandos e arbitrariedades, um jornal q se diz "de rabo preso com o leitor" encampou alegremente a imbecilidade sangue-de-barata da reforma ortográfica 2009 e se expõe ao ridículo-mor q a escrita duma língua pode alcançar: qdo, pra evitar mal-entedidos, a *ORTOGRAFIA* obriga o escritor a dizer algo diferente do tencionado.
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