Na edição de 6 out último, a NewScientist publicou um artigo (q vc pode ler aqui) teressantíssimo sobre sustentabilidade. Diz q Cuba é (ainda) o único país q pode se gabar de promover um desenvolvimento sustentável. “¿Des. sust.? ¿Que porra é essa?” diriam meus leitores mais vicerais. Sei lá. Nem o artigo consegue definir direito. Mas dá pra entender, não dá? Si o planeta ¹aumenta o IDH −ou seja, a expectativa de vida, a alfabetização, a escolaridade e o PIB per capita−, ²usando menos de 100% de sua superfície pra alimentar a população, então dá pra ²sustentar o ¹desenvolvimento, não?
Mas aí os caras fizeram um gráfico pra responder ä pergunta: si fosse pra ter a população inteira do planeta com o IDH dos Euá ou da Europa ocidental, ¿precisaria da área de quantos planetas pra sustentar essa gente toda? Ou seja, já q só há UM planeta, cuja área não é extensível, ¿qual seria a população ideal pra preencher esses requisitos basiquérrimos do IDH? Veja o gráfico abaixo:

Lembrando q o IDH é o básico da vida digna e não as esdruxulâncias do conforto, pelo gráfico se vê q, pra q os 6,5 BILHÕES de coitados deste planteta tenham uma vida razoável, seria preciso ter quase 3 (três) planetas Terra pra sustentá-los no IDH da Europa ocidental e mais de 5 (cinco) no IDH dos Euá.
HAHAHAHAHAHA
Também se vê q, de todos os países com IDH maior q 0,8, apenas Cuba pode ser modelo de des. sust., pois si 6,5 BILHÕES de coitados vivessem no nível cubano, a gente só precisaria de 80% da superfície do planeta, deixando o resto pros outros bichos.
¿Não é hilariante, a esperança?
Depois, na edição de 27 out, um leitor (q provavelmente toma Plausibilol® regularmente) escreveu o seguinte:
«Se, tal como a maioria concorda, a população mundial chegar à 10 BILHÕES em 2070, será preciso ter 1,3 planetas pra sustentar o mundo todo mesmo q o IDH médio se restrinja ao de Cuba. ... Pra q o mundo todo vivesse tão bem qto se vive na Europa ocidental hoje, a população mundial precisaria ser de cerca de 2 bilhões.»
¿Não é de espapaçar os miolos?
E aí vem gente com toda aquela esperança. Alguém teria q sair piparoteando orelhas pelo mundo todo, mostrando q, mesmo sem fome, sem guerras, sem poluição, sem aquecimento global, simplesmente NÃO É POSSÍVEL q todos vivam ãã... “dignamente” — em particular, si o índice do “dignamente” aumenta à olhos vistos à cada vez q a tecnologia inventa mais uma geringonça, ou à cada vez q alguém desempacota mais uma teoria humanitária globalizante.
Não há o q discutir ou adicionar ä Teoria Econômica Plausível: a pobreza é o estado natural do ser humano, e o crescimento econômico depende da produção incansável de bebês pobres.
9 comentários:
Mas é claro que Cuba é o exemplo de desenvolvimento sustentável! Cuba mal se desenvolve!
A Teoria Econômica Plausível demonstra facilmente que Cuba está mais próximo do estado natural do ser humano! E, como sabemos, o planeta "regula" a si próprio, ou seja, naturalmente, nenhuma espécie estragaria o planeta para se desenvolver. Estando o cidadão cubano mais próximo da natureza, bom, é claro que o desenvolvimento desse homem não prejudicaria o planeta.
Até pq, qq furacãozinho já resolveria o problema, se os cubanos causassem algum. Ou o Fidel.
Att,
Andre,
É, mas não confunda o IDH com IMMLI (Índice de Materialismo Mastodôntico e Lazer Irrefreável).
O IDH é um índice bastante conservador. Só mede expectativa de vida, alfabetização, escolaridade e PIB per capita — as coisas básicas do bem-estar.
Note q o IDH de Cuba é quase o da Austrália, e maior q a média da América Latina. O próprio artigo da NewScientist fala q Cuba não deve ficar muito tempo nessa posição. Basta o embargo terminar pràquilo virar um forrobodó tal qual o resto do mundo.
Não entendi onde está a hipoplausibilose. O tal índice do "dignamente" não aumenta. Se for mesmo só o IDH, então não aumenta não. Não tem nada a ver o desenvolvimento tecnológico dos EUA. Eu não vi esperança nem pretensões no artigo original. Só vi medições e comentários sobre uma determinada situação que é interessante. O que EU li nas entrelinhas é que "o fim do petróleo vem aí", e está aberta a temporada de especulações sobre como vai ser a vida sem ele. Eu gosto da especulação, acho interessante e lamento não estar vivo para ver o que vai acontecer de verdade.
Também não entendi a seguinte afirmação: "a pobreza é o estado natural do ser humano." O que se quer dizer com isso? Que toda empreitada de desenvolvimento econômico, social e tecnológico é vão, inútil? Devemos voltar ao tempo das cavernas e aceitá-lo como condição natural do homem?
Sério, não entendi mesmo.
Acho que deveria haver um ponto em vez de vírgula depois de "conforto".
O gráfico parece borrado na página do post. Acho que está ampliado. Põe no imageshack.us e linka de lá, que é melhor.
Demoá,
a. A hipoplausibilose está na esperança.
b. "Dignamente" está entre aspas como uma citação do q se entende por essa palavra em cada época. Por exemplo, pouco mais de 100 anos atrás, viver "dignamente" não incluía imunização contra pólio e varíola, educação universal e eletricidade em casa. Hoje essas três benesses estão disseminadas porque existe a tecnologia q as dissemine, não porque existam apenas as idéias por trás. Ou seja, o conceito de "dignamente" se expande diariamente como conseqüência da resolução de problemas tecnológicos, não o inverso.
c. A condição natural de todo animal — inclusive o HomSap — é a pobreza: baixa expectativa de vida, analfabetismo total, zero escolaridade, zero PIB per capita, além de ausência total de saneamento básico, energia elétrica, moradia, medicina preventiva e assistência médica. A civilização não é um atributo da humanidade. É um luxo caro, bem caro.
O Dr Plausível enxerga q é impossível q a maioria do povo terrestre goze um padrão de vida europeu pois é preciso q haja uma maioria de pobres — pessoas q não sabem mais e não aspiram realisticamente a mais do q apertar parafusos e consumir em larga escala e baixa qualidade os produtos q financiam o consumo sofisticado em pequena escala e alta qualidade.
Num outro artigo da NewScientist, um cara aventou q uma colônia humana em Marte com 8 pessoas poderia dobrar em número a cada 30 anos. Só se for na cachola dele. Tal como bem comentou um outro leitor q também deve tomar Plausibilol® regularmente, "construir um único microchip requer o trabalho integrado de milhões de pessoas." Apenas como conseqüência de problemas de manutenção, a colônia se autodestuiria em poucos meses. No entanto, se a colõnia incluísse 80 pobres, a chance de ela prosperar aumentaria proporcionalmente.
É inteligentérrimo esse doutor.Que luxo. Foi magistral dizer que os animais, homem incluído, têm naturalmente "baixa expectativa de vida, ... zero escolaridade, ... ausência total de saneamento básico, ... e assistência médica".Enquanto a política, a imprensa e a indústria se recusarem a admitir que não so é impossível agradar a todos, como é impossível manter essa bolha de desenvolvimento que têm sido os dois último séculos, o estrago ficará cada vez mais difícil de reverter. A esperança por um mundo melhor é realmente patética.O doutor parece estar fazendo pouco do bicho-homem mas, paradoxalmente, ha poucos jornalistas, escritores e políticos tão humanitários quanto ele. Parabéns!
Obrigado, Rosa. Mas menos, menos. :•)
Dr. Plausível, percebe-se um certo quê maulthusiano em suas ponderações.
O horizonte do possível vem sendo constantemente ampliado desde a Rev. Industrial - indo com frequência, sobretudo no que diz respeito à tal da "sustentabilidade básica", muito além do que a média da intelectualidade e comunidade científicas costumava prever.
Dito isto, penso que afirmar que o resto do mundo não poderá vir a desfrutar de um padrão de conforto europeu ou americano é chute.
Só faria sentido se se pensar que o atual estado tecnológico (eficiência no aproveitamento dos recursos do planeta) se mantivesse constante. Mas não tem sido assim, nos últimos 2 séculos.
Faltou - se me permite - plausibilidade à tese.
Realmente, o bom Malthus taí, mas a tese do gráfico não é do Dr Plausível e sim do Wackernagel citado no artigo da NewScientist lincado.
Q a "eficiência no aproveitamento dos recursos do planeta" tem crescido não está em dúvida. É possível imaginar um futuro de vastas planícies cobertas por três ou mais andares de terras cultiváveis, em q se garanta q toda a luz do Sol chegue por meio de fibras óticas até cada folhinha individualmente, em vez de se esparramar improdutivamente sobre o solo inerte, e com isso alimentar uma civilização mundial de 50 bilhões de pessoas todas gozando das benesses do conforto, da cultura e do entretenimento.
Também é possível imaginar homens com asas.
Mas não é implausível enxergar q há um limite, e tampouco q esse limite nunca será alcançado: o plausível é q as coisas hão de ir se atolando aos poucos em impossibilidades menores.
Tal como no caso do homem alado, muito antes de chegar ao limite, a natureza (a abstrata e a humana) se pergunta "mas tudo isso pra quê?" e dá um jeito de boicotar a imaginação. Quero dizer com isso q as coisas têm limites físicos intransponíveis, e as invenções entram em colapso muito antes de chegar a eles.
No fim tudo dá errado. De um jeito ou doutro. Já que tudo é efêmero, mesmo. O finito é naturalmente inconfiável. Mas vá lá, DP (não pensem besteiras, DP= Dr. Plausível), deixa os home elucubrá, pô!
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