24 janeiro 2012

Começou a invasão

Nosso esplandecente doutor diz há anos q, na primeira metade do século XXI, o Ocidente será implacàvelmente invadido pela chinesada. Muito alarmista vê "made in China" embaixo do aspirador, da cadeira, do brinquedo &c e acha q a invasão já começou. Conclusão certa mas dados errado, pois importação de produtos não quer dizer nada: é só efeito das flutuação na balança comercial; bastará o proletariado chinês ascender um tiquinho, olhar em volta e fazer greve &c &c, q a moribunda indústria brasileira &c voltará à produzir chupador de pó, senta-bunda e periquito falante. À longo prazo, nada à temer.

Outros alarmista acham q no futuro falar chinês será tão importante qto hoje é falar inglês. Ôô raciocínio tosco. Se o hipoplausivírus te pegou nessa, informe-se aqui.

O Ocidente será invadido não pela China nem pelo chinês, mas pela chinesada.

Siga o raciocínio plausível. Se um país normal tem o potencial de produzir asneiras na imprensa à uma taxa média de uma por dia pra cada 10 milhões de habitante (sendo otimista), é fácil calcular a quantidade de asneiras produzida e divulgada por dia em vários país:

Argélia: 3,5
Brasil: 19
China: 130
Dinamarca: 0,5
Estados Unidos: 31

Esses índice são afetado por diversas variável. A mais importante é, claro, o nível geral da educação no país, incluindo aí seu cosmopolitismo, histórico de acesso público à informação, &c. Qto mais baixo o nível da educação no país, tanto mais alto será o valor dessa variável; se na Dinamarca é 1 (alto nível educacional, portanto pouco efeito sobre a taxa diária de asneiras), temos:

Argélia: 3,5 x 3 = 10,5
Brasil: 19 x 2 = 38
China: 130 x 2,5 = 325
Dinamarca: 0,5 x 1 = 0,5
Estados Unidos: 31 x 1,5 = 46,5

Outra variável é a credulidade geral média do país, incluindo aí sua religiosidade, sua supersticiosidade, &c. Novamente, se na Dinamarca essa variável é 1 (pouca credulidade), temos:

Argélia: 10,5 x 3 = 31,5
Brasil: 38 x 2 = 76
China: 325 x 2 = 650
Dinamarca: 0,5 x 1 = 0,5
Estados Unidos: 46,5 x 1,5 = 69,75

A produção chinesa média potencial diária de asneiras chega ä espantosa cifra de 650 ùnica e exclusivamente pelo tamanho de sua população: fora essas variável perfeitamente comprovável, a cifra considera o povo chinês como rigorosamente igual à qqer outro povo do planeta. Aliás, o Brasil e a China tão quase pau à pau em asneiras por habitante. Comprove: multiplicando as duas variàvel, temos:

Argélia: 3 x 3 = 9
Brasil: 2 x 2 = 4
China: 2,5 x 2 = 5
Dinamarca: 1 x 1 = 1
Estados Unidos: 1,5 x 1,5 = 2,25

E, convenhamos, será difícil algum chinês superar em asneirice a história da Grávida de Taubaté.

HAHAHAHAHAHAHAHA

Então. O problema é devido apenas ao tamanho da população e ao histórico de isolamento cultural do país em relação ao Ocidente: não só a China agora abriu as comporta da informação, como o mundo todo tá interessado em saber qualéquié a da chinesada.

Olha só a estrondosa babaquice neste vídeo:



Nasce um menino com um gene recessivo naquele meião, e ressurgem aqueles folclore todo de olhos claro serem mais sensível ä luz &c &c &c. Na região, o pessoal q nunca viu olhos azul acha q o olho tá brilhando no escuro qdo ãã *não tá* totalmente escuro &c &c &c. Aí vem a jornalista idiota fazendo um teste espúrio &c &c &c. E aí a notícia ¡chega até nós! ¿Não é de esputar o escarro aos gargalho?

O vídeo acima é apenas *um* dos milhar de asneiras recentemente vinda daquele cafundó apinhado de gente. Foi publicado numa página do Yahoo, com um texto explicativo horrendamente traduzido:

http://tinyurl.com/87z6lae

e fomos brindado com comentários brazuca, alguns tirando um bom sarro, outros neste nível:

"O que mais veremos? São maravilhas que só a criação de Deus é capaz"

"são apenas mudanças no dna humano as novas crianças que habitarão a terra serão diferentes de nós podem crer. virá muito mais"
HAHAHAHAHA

Este se acha bem informado: "Aff como o ser humano eh pobre em informacao...como escrevem isso "sera que e' um alien" , a genetica humana esta evoluindo, eramos primatas, e hoje somos homosapiens, somos aliens??? que ridiculo ... isso eh soh mais uma prova da evolucao humana, e nao um alien ... -.- sim gracas a Deus, pelo menos a genetica humana evolui...mas o ser humano nao...." HAHAHAHAHAHA

Este se contradiz à cada duas frases: "Tem coisas que só Deus explica. Ele nasceu muito abençoado. Os olhos são lindos, mas ele deve ter um acompanhamento médico, porém acredito na divina bondade de Deus para seus escolhidos,Olhos azuis são comuns em mineiros morenos e chineses de algumas regiões." HAHAHAHAHAHAHA

"E quando surge algo de extrema importância científica, logo vem as gracinhas e de mau gosto! Acho bom levar a sério o assunto é incrível, e pode ser uma resposta para muitas coisas que andam a acontecer!"

"O começo da EVOLUÇÃO!!!!! As Crianças Índigo. Segundo algumas correntes esotéricas a humanidade está dando mais um passo evolutivo."


HAHAHAHAHAHA

O doutor trata os paciente, mas tbm se diverte, viu.

17 janeiro 2012

Maconheiro ri mas não pensa

É tão bunitinho qdo bebê gargalha, né? Que gracinha. Parece o Dr Plausível. Mas não é.

Uns publicitário acharam um vídeo dum bebê gargalhando qdo um adulto rasga papel, e já pensaram:
"Êi, ¿vamo comprá os direito desse filminho e usá num anúncio do Itaú? ¿Não tem aquele lance de eles precisando economizá papel? Bota aí um motivo ecológico e tá resolvido."
"Mas o bebê gargalhando vai enternecê o público-alvo. Tem q achar alguma frase de efeito emocional, pô."
"Hmm ¡Já sei! A gente diz pro cliente usá papel pra coisas realmente importante, tipo se divertí com os ente querido."
"Isso, isso. Tipo ficá desperdiçando e rasgando papel pra filho de maconheiro gargalhar. Pq pô, né, papel serve mesmo é pra enrolá baseado."

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA



Engraçadinho, né? Mas note o raciocínio todo torto do anúncio de maconheiro: se é pra usar papel pra coisas realmente importante, tal como brincar com teu bebê, então, Itaú, NÃO PARE DE ENVIAR EXTRATOS PREU RASGAR!

HAHAHAHAHAHAHAHA

16 janeiro 2012

Direitos da manada

Vc tá sossegado em casa fazendo algo construtivo tal como matar baratas ou devorar um filé, e aí alguém toca a campainha com a fofoca do bairro: virando a esquina mora uma mulher q, segundo cálculos, estimativas e chutes, nos último oito ano matou 30 mil cães e gatos. ¿Quê faz vc, então?

¡¡¡CLARO!!!

Se junta à uma manifestação em frente ä casa da mulher pra rezar um pai-nosso e uma ave-maria pros animal morto.

http://www.youtube.com/watch?v=xJInlL2JzOY

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Pô, ¿esse pessoal não tem religião? HAHAHAHAHAHA

Tbm é de se perguntar por quê uma manada ignara tem apenas duas reação padrão perante os ato dum indivíduo: ou endeusa ou acoima. Acho q a última vez em q nosso emundante doutor entrou numa situação sem saber exatamente de quê se tratava foi qdo saiu do ventre de sua mãe.

Nosso eufuístico humanista –q …ãã… já leu Disgrace do Coetzee– sabe q um ato horrendo pode ter as mais nobre motivação: pode-se fazer um zoo-massacre por compaixão.

É por causa de ironias como essa q existe aqui na Terra um sistema judiciário muito mais, digamos, realista do q o suposto judiciário divino.

01 janeiro 2012

Pra vc também

Nosso efemérido humanista acha esta época do ano a última piada do show, qdo o hipoplausivírus entra em ebulição no cucuruto do pessoar. "¡Ai, qta felicidade! ¡Que vontade irresistível de fazer barulho!" E dá-lhe fogos. Me digam o q tem à ver tanto caboclo, cafuzo e mameluco soltar rojão no Brasil pra festejar o solstício de inverno na Zoropa.

Não é a única hilariança da temporada. O consultório fica lotado de paciente lembrando q o Natal é o níver de Jesus –q por sorte nasceu na mesma data em q havia séculos já se festejava o solstício de inverno lá. Tem tbm paciente reclamando q dizer Feliz Natal à judeus e muçulmanos é "ofensivo", paciente reclamando q ateu não deveria ter árvore de Natal (sem entender q pinheiros nórdico têm picas à ver com religiões palestina), paciente reclamando q judeu tem q ouvir "Feliz Ano Novo" só em setembro, paciente reclamando q "Boas Festa" é uma generalização hipócrita, paciente afirmando q é no dia de Reis q se deveria dar presentes, &c &c &c. Em suma, gente dedicando-se ao nobre passatempo de achar pêlo em ovo.

O doutor nem tchum pr'essas coisa. A solução dele é simples: ele jamais diz "Feliz Ano Novo", "Bom Natal", "Próspero Hannukah" ou qqer outra manifestação de temporada. Mas, como ele tem um boníssimo coração cheio de amor e informações útil, o doutor não se furta de desejar tudo de bom à todo e qqer humano.

Assim, ele só diz "Igualmente". Se alguém lhe diz "Boas Festa", ele já retruca "Igualmente"; se alguém lhe deseja "Próspero Ano", ele já tasca um "Igualmente". É a resposta pra qqer voto q qqer religião ou tradição force goela acima de insuspeitas vítima. Clique AQUI pra ver o doutoral cartão de fim-de-ano, com a imagem de aconchego boreal classe-média-alta de praxe.

Äs vez, seu voto de felicidade alheia é tão profundo e sincero, q ele já vai dizendo "Igualmente" antes mesmo de a pessoa dizer "Feliz Ano Novo". Qdo isso acontece, a pessoa se enche de ternura e encantamento; mas uma ou outra interpreta q "Igualmente" é eslôgã por uma sociedade igualitária, somos-todos-igual-perante-a-morte, ou algo assim.

Na verdade, o q o doutor pretende com isso é evitar a frase "Tudo de Bom", pq se ele começa, é capaz de alguém se ofender: "Tudo de bom pra vc: q no próximo ano vc finalmente supere essa vida frívola, ruidosa, ignorante, assustada e remissa q vc tem levado."

Mas é melhor nem começar, né, pq tem gente q não entende piada.

19 dezembro 2011

Jong-slap

Pô, ¿¡¿o Kim Jong Il morre DOIS DIAS depois do Christopher Hitchens?!?

Tão de sacanagem, né? Não dá pra acreditar em jornal.

16 dezembro 2011

Não toque em nada

Quem conhece o sanitário masculino do aeroporto de Cagonhas, em SP, já viu esta placa em q o excesso de polìticamente correcto criou um desenho em q um cidadão mija sem nem pegar no próprio bilau:



É q nem precisa encostar em teu infecto mijador –tua, digamos assim, raiz da questão: a Febremar tem um mictório q faz tudo por vc, atendendo à comandos oral:

¡Abre!
¡Tira!
¡Chacoalha!
¡Limpa!
¡Vai com cuidado, sua besta!
¡Põe de volta!
¡Fecha o zíper!

¿O desenho "ilustrativo" era pra anarfa e estrangeiro entender?

aiaiaiaiai

Tem gente q não pensa.

Picuinha

Não, não, peraí.

http://www.aguadecheiro.com.br/deborah-secco-colonia-100ml.html

¿Deborah Secco tem uma colônia da Água de Cheiro?

¿O cheiro tem água mas é seco?

aiaiaiaiai

Tem gente q não pensa.

26 novembro 2011

Como criar um debate na tv*

1. Use apenas UM dos modelo abaixo pra criar uma pergunta:

¿Quem [verbo] mais blabla bla blablablabla blablabla, o homem ou a mulher?
¿Quem [verbo] mais blabla blablabla blablablabla, o homem ou a mulher?
¿Quem [verbo] mais blablablabla blabla blablablabla blablabla, o homem ou a mulher?

Outras possibilidades são:

¿Quem [verbo] mais bla blabla bla blablablabla bla blablabla, o homem ou a mulher?
¿Quem [verbo] mais blabla bla blablablabla blablablablabla bla blablabla, o homem ou a mulher?

2. Entregue ä produção, com a recomendação de incluir a opinião dum psicólogo qqer.

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*A receita tbm funciona em jornais e revistas.

21 novembro 2011

Xaviecando a lei

Olha, vou dizer uma coisa pra vcs, viu: ¡não tem fim, a variedade do mundo!

Sesdia, nosso espirituoso doutor foi consultar um advogado dos mais respeit-oso/ado/ável do Brasil e, conversa vai taxímetro vem, o jurista olhou de soslaio e mencionou de passagem a Associação Jurídica Espírita do Brasil.

Hm.

A epiglote doutoral começou à tremelicar. Voltando à seu consultório, ele achou isto:

http://jusvi.com/artigos/45003

A AJE-Br promove seminários, palestras, congressos &c buscando quórum lobista pra legalizar e regulamentar… ãã… (tou até com dificuldade pra escrever isto…) o testemunho de espíritos em processos jurídico.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

¿Consegue imaginar algo mais tonto do q um bando de adultos discutindo estratégias pra incluir psicografias como prova ou evidência ou testemunho ou mesmo *assunto* num processo? ¡¡Os cara tem até um projeto de lei!!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

É como propôr q os paleontólogo enfiassem a orelha num tubo fincado no chão pra ouvir esqueletos de dinossauro no subsolo reclamando de osteoporose. Tenha a santa.

Não se trata nem de acreditar ou não numa besteira desse tamanho. Se trata, sim, de q jurista com um mínimo de cérebro incontaminado pelo hipoplausivírus jamais nem cogitaria aceitar testemunhos de terceiros como prova num processo jurídico. Êi, ¿não fez direito a faculdade? Não se aceita como prova ou sequer evidência um Fulano qqer dizendo "Ói, eu mesmo não conheço o Sicrano pessoalmente; mas ele me ligou ontem jurando pel'alma da própria mãe q ele não escorregou num tomate e bateu a cachola numa jaca; ele foi assassinado pelo Beltrano de Paula Cândido Xavier, meu vizinho."

Ou seja q, mesmo si toda a patranha espírrita fosse verdadeira, ainda assim uma psicografia não poderia èticamente ser aceita num processo pois provém dum terceiro; e si o gajo mediúnico pretendesse autenticar uma psicografia assinando o nome do falecido e reconhecendo a firma, seria processado por falsificação. ¿Esse pessoal não conhece as lei?

Pô, daqui à pouco então eu mesmo posso abrir um Escritório de Psicografia pra ganhar a vida espalmando o xavier na testa e mascarrando uns garrancho pra juiz ver.

O Dr Plausível não ri de passatempo alheio e muito menos da ilusão de voltar à se comunicar com algum finado obsessivamente querido. Mas pô, ¿como não gargalhar de hipoplausibiléticos de raciocínio tão atravessado por desejos, à ponto de acharem não só plausível mas *ético* apresentar à um juiz umas confabulação imaginária?

Olha, tou pra ver, viu?

11 novembro 2011

Meta-ectomeleca



Sesdia, nosso ectoplasmático doutor espirrou e a meleca no lenço formou a perfeita imagem de Elvis Presley espirrando. ¿Há melhor prova de q Elvis realmente já morreu?

06 novembro 2011

A untuosidade genérica

Ontem, nosso epigráfico doutor teve saudade de sua infância querida, da aurora de sua vida. ¿Quê fez, então? Ora, foi à uma padaria comprar um pote de ChicaBon pra comer com rodelas de banana: uma empreitada destinada ao fracasso. Não é q as doutoral papila gustativa tenham minguado com a degeneração geral de seu metabolismo. O q mudou foi o ChicaBon. Analise a embalagem abaixo. ¿Quê tá errado?



Pois é.

¿Como é q a mesmíssima embalagem diz “clássicos” e “nova receita”?

HAHAHAHAHAHAHA

¿Como é q a mesmíssima embalagem diz “sabor original” e “cremosíssimo”?

HAHAHAHAHAHAHA

Ora, os quatro termo simplesmente *não podem* ser verdade ao mesmo tempo. Si é um sorvete clássico, não tem nova receita. Alguém tá mentindo; alguém tá engabelando o povaréu e ajudando à disseminar o hipoplausivírus semântico (aquele q impede o cérebro de ENXERGAR a distinção entre as palavra). ¡Que vergonha, Kibon!

E pior: si tem sabor original, não pode ser cremosíssimo. “Mas, doutor, ¿quê tem à ver o sabor com a cremosidade?”

Tá. Essa é um pouco mais difícil de enxergar, mas vamos lá.

Prezado leitor, perceba a enorme vastidez quantitativa de coisas cremosa hoje em dia. ¿Já experimentou aquele sorvete novo, o Diletto? Ugh. Cobrando os olho da cara pela “cremosidade”. Cremoso é um não-líquido e não-sólido grudento e… e… soft, feito pra gente sem dente, q mastiga com as gengiva e digere no esôfago. A cremosidade não se limita äs comida; a untuosidade genérica do cremoso vem se alastrando como um plasma pelo mundo todo: ¿já viu quadro de criança lacrimejando? ¿já deu atenção à espírita? ¿já leu um artigo de jornal “dando espaço pros dois lado da questão”? ¿já ouviu platéia gemendo “uóóóóó
” qdo entrevistado diz uma imbecilidade amorosa? ¿já leu autor se desculpando por ter sido machista num livro pq só usou o masculino genérico, e não o feminino? ¿já viu um imbecil pedindo uma imbecil em casamento à altos brado num lugar público? ¿já viu texto apimentado ser adocicado por tradutor singelo? ¿já ouviu música evangélica (digo, a *música*, não a letra)? ¿já viu o design de aparelhos de som à venda na Marabrás? ¿já viu gente escrevendo seu nome com @? ¿já ouviu a nova versão de “atirei o pau no gato”?

não atire o pau no gato-tô-tô
pq isso-sô não se faz-faz-faz

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Por coincidência, ontem mesmo o doutor tava folheando a tradução brasileira de 2666 –um catatau do chileno Roberto Bolaño– qdo deparou-se com o seguinte parágrafo:

– A coincidência … é a outra face do destino e também algo mais. … Algo que escapava ao meu amigo por uma razão muito simples e compreensível. Meu amigo … acreditava na humanidade, portanto acreditava na ordem … Acreditava na redenção. No fundo, é bem possível que acreditasse no progresso. A coincidência, pelo contrário, é a liberdade total a que estamos expostos por nossa própria natureza. A coincidência não obedece a leis, e se as obedece, nós as desconhecemos. A coincidência, se me permite a comparação, é como Deus que se manifesta a cada segundo em nosso planeta. Um Deus incompreensível com gestos incompreensíveis dirigidos a suas criaturas incompreensíveis. Nesse furacão, nessa implosão óssea, se realiza a comunhão. A comunhão da coincidência com seus rastros e a comunhão de seus rastros com os nossos.

¡Que profundo, hem! Puxa, o doutor quase verteu lágrimas. Quase até lembrou de Jung, sincronicidade e o escambau –pq jendia é só falar de coincidência q já aparece alguém falando em sincronicidade. Mas… mas… ¿O parágrafo não soa meio jeca? meio cremoso? aliás, completamente sem sentido algum? tipo ¿Como assim, cara-pálida, q “a coincidência é a outra face do destino e se manifesta a cada segundo em nosso planeta”? ¿Ficou biruta, Robertinho? Aí o doutor foi procurar o original e descobriu q o autor não tava falando de 'coincidência' porra nenhuma. Tava falado de 'acaso'. Olha só a diferença:

– O acaso… é a outra face do destino e também algo mais. … Algo que escapava a meu amigo por uma razão muito simples e compreensível. Meu amigo … acreditava na humanidade; portanto acreditava na ordem … Acreditava na redenção. No fundo, é bem possível que acreditasse no progresso. O acaso, pelo contrário, é a liberdade total a que estamos expostos por nossa própria natureza. O acaso não obedece a leis e, se as obedece, as desconhecemos. O acaso, se me permite a comparação, é como Deus que se manifesta a cada segundo em nosso planeta. Um Deus incompreensível com gestos incompreensíveis dirigidos a suas criaturas incompreensíveis. Nesse furacão, nessa implosão óssea, se realiza a comunhão. A comunhão do acaso com seus rastros e a comunhão de seus rastros com os nossos.

Aaaah… AGORA faz sentido. Pq pô, nestes tempo cremoso, 'coincidência' é entendida como quase o exato OPOSTO de 'acaso'. Na tradução brasileira do parágrafo (e, pasmem, tbm na euaense) parece q o Bolaño tá esclerosado: só faltava ele ter na sala um quadro dum menino chorando e chupando um Diletto.

Mas o Bolaño tá imune, apesar de a untuosidade genérica do mundo de hoje atingir à quase todos: desda camponesa q pendura o menino chorando na sala até o grande literato q se mete à traduzir OU q tá à mercê de certos tradutor.

Mas ¿será q é inevitável? ¿Será q –qdo qqer compositor medíocre, apoiado pela “fé”, consegue fazer ouvir sua cremosidade nos quatro canto dum país; qdo qqer camponês pode escolher entre ter na parede uma foto da Xuxa ou uma imagem produzida por Van Gogh; qdo a Kibon pode te enganar descaradamente na cara duma embalagem e cremosificar uma receita clássica– será q faz sentido o doutor olhar tudo isso e lamentar?

¡Claro q NÃO faz! Só faz sentido gargalhar:

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

22 setembro 2011

O mito da intenção

Alguns sintoma da hipoplausibilose são äs vez difícil de detectar, e muitos hipoplausibilético caminham entre nós com a aparência toda de seres normal e socialmente aceitável. Nosso esmerando doutor tem q usar de tato e até de alguns estratagema pra conseguir levá-los älguma de suas clínica espalhada pelo Cafundó. Um dos sintoma difícil é a intencionalite –uma inflamação mórbida no sulco temporal superior posterior (pSTS), q é o interpretador de intenções alheia.

Não sei si vcs sabem, mas no momento o doutor tá passando uns tempo indo e voltando entre a odiosa SP e a aprazível SJC, ajudando à resolver uns trique-trique funesto entre umas ribomboca e umas parafuseta. O centro de SJC fica atìpicamente num planalto ao longo de duas aresta duma planície pantanosa chamada 'Banhado' –uma Área de Proteção Ambiental q, òbviamente, gente rica e burra com cifrões nos olho vem querendo destruir há décadas planejando avenidas, especulação imobiliária &c. Na época de menos chuva, o mato ao longo das encosta sofre incêndios freqüente. Sesdia, o doutor passava por ali qdo viu um fogaréu branco chegando pertíssimo dum edifício onde funciona o Departamento de Investigações Geral da polícia. Era um domingo, e o DIG tava fechado; nenhuma viv'alma ä vista. O doutor já foi no orelhão chamar os bombeiro, né? Aí, ói só: atrás do DIG é o lugar onde a polícia de SJC armazena carros roubado, autuado, guinchado &c ä espera do proprietário vir resgatar. O fogo foi chegando perto desses carro, e os bombeiro nada; a vizinhança dali veio ver e já foi tbm chamando os bombeiro, e eles nada; o fogo foi queimando os carro, a fumaça começou à ficar preta e certas coisa nos carro começaram à explodir, e os bombeiro nada; foi só qdo o fogo chegou aos muro do DIG q um caminhão de bombeiros apareceu (sem sirene), e dois deles com duas mangueira foram apagando o fogo nos carro, e no q restou de mato verde por ali.

O resultado foi isto (visto de cima):



(e visto de baixo).



Uma coisa engraçadíssima sobre SJC é q pràticamente a população toda sofre de intencionalite. Si vc pergunta à qqr habitante sobre a causa dos freqüente incêndio no mato, a resposta quase invariável é "Algum vagabundo q não tem o q fazê é q põe fogo aí."

HAHAHAHAHAHAHAHA

Ninguém explica como é q o vagabundo faz pra äs vez começar um incêndio numa encosta do Banhado e alguns minuto depois começar outro noutra encosta à 2km do primeiro; ou por quê ele nunca começa incêndios ä noite; ou por quê ele tem uma estranha preferência por dias de sol quente, qdo seu crime seria mais visível; ou por quê tem uma preferência mórbida por incendiar as encosta do Banhado e jamais ao centro dele, ou outras área da cidade.

Qdo chegaram os bombeiro, grande parte do estrago já tava feita. Nosso esfumeado humanista então passeou pelo mato já queimado, olhando aqui e ali e achou isto:



q tava assim:



perto disto:



Ele pegou o caco e mostrou ao chefe dos bombeiro q tava ali coordenando os outro dois.
«¿Não é isto o tipo de coisa q causa os incêndio no banhado?»
«Ah não, isso não dá ignição.»
«Então, ¿quê o Sr acha q causa os incêndio?»
«Ah, é algum vagabundo q não tem o q fazê q põe fogo aí.»

HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Ô preguiça. Admitir q os milhar de vidro jogado pela orla do Banhado possam causar incêndios resultaria no inevitável trabalho de limpar aquilo tudo –ou o de pelo menos à cada fogo vasculhar o chão em busca da causa.

A intecionalite é a forma hipoplausibilética de lidar com o desconhecido. Há toda uma hierarquia de causadores intencional pra explicar todo evento, desde a "criação" do Universo até um tropeção caseiro. Sempre um "¿quê causou?" vira um "¿QUEM causou?"

Foi Deus … quem criou o Universo.
Foi Satanás … quem criou o Mal.
Foi um anjo … quem salvou minha vida.
Foi o espírito da vovó … quem me iluminou.
Foi o Saci Pererê … quem me fez derrubar a cuia.
Foram os gay querendo casar … quem aumentaram o número de terremotos e tsunamis.
São os corrupto … quem causam o atraso brasileiro.
Foi algum vagabundo q não tem o q fazê … quem pôs fogo no mato.

HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Olha, não há profissional q nosso doutor respeite acima de bombeiro. Não há. Podem falar de professores, médicos, cientistas, astronautas, pescadores, lixeiros, policiais, &c &c &c. Esses tudo tão vários grau abaixo dos bombeiro, na estima do doutor. Si for bombeiro resgatista, então, o doutor é capaz de pagar um imposto só pra aumentar o salário da categoria.

Mas peraí. É preciso muito hipoplausivírus rondando o cérebro pra não enxergar a única causa plausível pros quase diário incêndio no entorno duma área verde rotineiramente usada como lixeira de bebum e entulheira de babaca. E, dada a demora no atendimento aos incêndio no Banhado e a falta de investigação pra prevenir futuros incêndio, o "vagabundo q não tem o q fazê" é a explicação oficial do Corpo de Bombeiros de SJC. ¿Não tou dizendo q o hipoplausivírus ataca até mesmo as pessoa mais respeitável?

12 setembro 2011

Numerência

No volume 23 de sua chatérrima obra A inumerência e a hipoplausibilose: estatísticas, crenças e acasos, nosso emergente doutor demonstra por A mais B q nenhuma língua morta ou viva tinha ou tem uma nomenclatura numérica muito eficiente. Em qqer lugar do mundo, si vc sai numa rua movimentada com intenção e toda boa vontade de contar o número de gente mal-vestida ou infeliz ou em pânico moroso, tem tanta gente pra contar q o mais provável é q vc engasgue antes de chegar na centena. Mas (ao contrário do q se crê) não é pq tem gente demais pra contar; é pq os nome dos número são longo demais. Em português, por exemplo, qdo vc chega ä dezena dos quarenta, precisa de cinco sílabas pra dizer o q se escreve com apenas dois algarismo:

45 = quarenta_e cinco.

Disso resulta q qdo vc tenta contar rápido, fica uma gororoba:

um-doi-três-quat-cinc-sei-setioit-nove-déiz &c &c

Ao chegar aos duzentos, vc já vai ficando de saco cheio:

duzentstrintaiset-duzenstrinaioit &c&c.

É um saco. Vc sai na Paulista segunda-feira ao meio-dia pra contar amebas, e 30 segundos depois vc já deveria tar dizendo "duzentos sessenta e quatro" –mas é muscularmente impossível: com tanta ameba, a língua não consegue chacoalhar na boca ao ritmo do mais evoluído cérebro.

Mas tem uma solução. Qdo o doutor ainda tava no Instituto de Plausibilática de Tallinn, e tinha q ficar até altas hora no laboratório contanto bactérias infectada de hipoplausivírus nas placa de Petri, ele inventou um sistema de contagem q usa apenas uma sílaba por algarismo. Em português funciona assim, ó:

1-2-3-4-5-6-7-8-9-10 = u-do-tê-ca-ci-mê-sé-o-nó-dé (mê = 6, da palavra 'meia')

10-20-…-90 = dé-vin-tinta-canta-cinta-menta-senta-onta-nenta

Mas a segunda sílaba das dezena equivale ao algarismo zero. Então, contando de 40 à 60, por exemplo:

canta-caú-cadô-catê-cacá-cací-camê-cassé-caô-canó-cinta-ciú-cidô-citê-cicá-cicí-cimê-cissé-ciô-cinó-menta

Outros exemplo:

13 détê, 26 vimê, 39 tinó, 42 cadô, 55 cicí, 68 meô, 71 séú, 84 ocá, 97 nóssé.

E, como todo mundo, o doutor não diz as dezena qdo a contagem fica muito rápida:

udotêcacimêsséonóDÉ udotêcacimêsséonóVÍ udotêcacimêsséonóTÍ udotêcacimêsséonóCÁ &c &c

100-200-…-900 = zeno-duno-treno-quano-quino-meno-séno-ono-neno

Pra números maior,
mil = ki (de kilo);
milhão = mi.

Então, o número 7.418.529 fica sémí-quadéôkí-quivinó

9 sílabas no sistema plausível, contra 21 no tradicional.

Não foi ä toa q, enquanto o estudante Amônio cursava o InPlauTá, venceu todos campeonato de contagem bacteriana. Hoje, em suas pesquisa pelas rua contando lagartixas, äs vez o doutor lembra de seus tempo de estudante e nossé lágrimas de saudade brotam de suas dô nobre narina.

10 setembro 2011

Comentário à lenha

A saga deste blogue em busca dum sistema de comentários decente terminou com a derrota indiscutível, inelutável, ignominiosa e humilhante deste q vos escreve. Desde q começou, em junho 2003, o blogue usou Comentar, Haloscan e aquela merda de JS-Kit; agora tentei o IntenseDebate e o Disqus; testei outros; pensei em levar tudo pro WordPress, perdendo os comentário antigo. O blogspot não importa comentários, e nenhum dos incontado sistema importa à contento. Portanto, ¿quê fiz eu pra republicar no blogspot todos comentário desde 2003 até hoje?

Copiei-os e colei-os um à um, ä mão mesmo. Uma semana de trabalho, mais ou menos 6 horas por dia. Tendinite ä vista.

Infelizmente, quase 1% dos comentário se perdeu. Talvez tejam nalgum backup por aí.

Me incomodava sobremaneira q tantos comentário tivessem sumido pq um bando de idiotas fica tendo "idéias" pra "melhorar" a internet e criar "redes social" com a "sinergia" das mais moderna "ferramenta". E pra isso acham q têm q destruir o q já existe e funciona.

Sei q pouquizíssima gente tá interessada em ler discussões e debates de 5 anos atrás; mas fiz isso pq muito me ufano dos comentarista deste blogue e, catso, EU gosto de reler os comentário. Então (por enquanto) a solução foi essa.

05 setembro 2011

O cúmulo do típico

Qdo o epulótico Dr Plausível fala das diferença entre as língua germânica e as latina, e mais especìficamente entre o inglês e o brasilês, muito leitor sério acha q numa ele só vê perfeição e na outra só defeito. Mas não é assim. O português é uma língua muito bacana, estruturalmente muito mais sofisticada do q o inglês. E é justamente por isso –por ter se sofisticado à esse ponto dentro do âmbito duma cultura, pra expressar os significante típico dessa cultura– q o português tá fadado à jamais sair do banal, do corriqueiro, do fàcilmente sintetizável em fórmulas consagrada. O inglês é mais cru, mais modular, mais rígido, e é justamente por isso q é possível ir mais longe em inglês, descrever melhor o mundo, criar mais idéias, &c &c. É quase como a diferença entre um sistema analógico e um digital: a digitalização é um tipo de modularidade, e com ela é possível realizar coisas q nos sistema analógico são impraticável.

Em qqer língua, um problema é o exagero do típico.

Em inglês, é fácil ser explícito e preciso; daí q tende-se ä picuinha detalhista; si vc não tomar cuidado, pode se deixar levar pela facilidade com q produz frases clara, e aí vai soar pedante, patronising (um conceito muito inglês, este), e gastar saliva desnecessàriamente. Já em português, é fácil ser implícito e breve, e portanto tende-se ao formulaico nebuloso; si vc não tomar cuidado, pode se intimidar pelas dificuldade gramatical da produção de significado, ou pode se deixar levar pela preguiça de administrar tanta sofisticação gramatical, e aí vai resumir demais a mensagem e acabar tendo q confiar mais no contexto do q no significado cabal das palavra e das frase.

Olha só os dois cartaz hilariante abaixo, ambos redigido por impensantes escravo de suas respectiva língua: o primeiro –numa estação de trem em Londres– supõe uma burrice básica no leitor (a questão aqui é a frase "Except by means of the footbridge"); o segundo –numa lanchonete em SJC– indica uma preguiça sintomática no redator:



HAHAHAHAHAHAHAHA



HAHAHAHAHAHAHAHA

¿Preciso dizer mais?

22 agosto 2011

Res confessionali

The devil can cite Voltaire for his purpose.
Amônio Shakespeare

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Não sei si vcs sabem, mas o consultório de nosso eutrapélico doutor äs vez fica tão vazio q ele tem q fazer bico de marceneiro. Sesdia, ¿não é q acabou fazendo um servicinho no setor de biológicas do Mackenzie SP, a augusta instituição calvinista presbiteriana de ensino q há 140 anos resiste, persiste e insiste? Si vosso menino já tem dentinhos, vc pode colocá-lo numa cesta e deixá-lo no saguão do Mackenzie com a completa confiança de q –contanto q vc pague os olho da cara– daqui à 25 anos ele sairá de lá um homem feito, foito, harto, hirto, cauto, culto, lesto e testo. E si for menina, tbm. Nosso humanista conhece gente äs penca saída do Big M e, entre altas e baixos, constata q o Mac tem qualidades inegável como instituição de ensino –pq pô, né, além de custar uma fortuna, o currículo tem q seguir diretrizes nacional, né; não pode ficar ao Deus-dará.

Tampouco admira q apareça serviço de marceneiro numa instituição originada por um carpinteiro. Toda vez q carpinteiro faz bobagem, chamam marceneiro pra consertar. Mas foi só o doutor abrir a maleta, pegar o serrote e olhar em volta –tal como faz qqer um q pega um serrote– pr'ele cair na gargalhada qdo viu um aviso na parede. Olha, vcs podem elogiar a augusta aparência do doutor qto quiserem; mas ver um cara de metro e noventa segurando um serrote e gargalhando a glote num corredor de faculdote vai assustar até o calvinista mais supralapsário.

O aviso dizia o seguinte:

BIÓLOGOS
o melhor estudo para vocês.
BpB
Bate-papo Bíblico
Estude a Bíblia Conosco

bpmack.blogspot.com

¿¡¿O melhor estudo pra vcs?!?
HAHAHAHAHAHAHAHA

Como se vê, copiar idéia ruim de euaense tem longa tradição. Apesar de obrigatòriamente regida por diretrizes educacional laica, o Big Mac se compele à enxerir recadinhos bíblico –especìficamente à biólogos, nada menos– pra simular aqui o debate q há lá. Agradeçam novamente ao Anizio Teixeira, viu, pois pelo menos copiou uma idéia decente –e adicionou uma sua melhor ainda: o aval dum deus não é considerado prum alvará do Estado.

Um dos motivo pra essa diretriz é q escritor de livro sagrado costuma ser péssimo biólogo. Olha no Levítico 14:2-52, por exemplo, o método q Deus deu pra curar leprosos:

Pegarás dois pássaro. Matarás um deles. Molharás o pássaro vivo no sangue do morto. Salpicarás o sangue no leproso sete vezes. Libertarás o pássaro vivo. Matarás um cordeiro. Passarás o sangue dele na orelha, polegar e dedão do leproso. Salpicarás óleo sete vezes e passarás óleo na orelha, polegar e dedão do leproso. Repetirás o ítem anterior. Pegarás outros dois pássaro. Matarás um deles. Molharás o pássaro vivo no sangue do morto. Passarás o sangue na orelha, polegar e dedão do leproso. Com o mesmo sangue, salpicarás a casa do leproso sete vezes.

Sorry, mas isso é vudu.

HAHAHAHAHAHAHAHA

Então, si os mantenedor duma faculdade apóiam a mensagem de q "o melhor estudo" pra alunos de biologia é a Bíblia, licença pra gargalhar. Pq pô, né?

Pra se promover no cérebro, toda crença se vale de confusões lingüística, trocadilhos inconsciente, generalizações disfarçada, coisas do tipo. Por exemplo, olha só uma das primeira cláusula do contrato de prestação de serviços educacional q todo aluno superior do Mac assina:

2.1 – Ao firmar o presente contrato, o (a) CONTRATANTE [ie, o aluno] declara ter conhecimento do caráter confessional da instituição, com base no art. 20, inciso III, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394, de 20/12/1996), regendo-se, portanto, pelos princípios da ética e da fé cristã reformada, comprometida com valores e princípios do Instituto Prebisteriano Mackenzie, entidade mantenedora da Universidade Prebisteriana Mackenzie (…)
[http://passosdomestrado.wordpress.com/2010/04/06/instrumento-contratual-de-prestacao-de-servicos-educacionais/]

Aquele "portanto" (grifo nosso) já é engraçadíssimo por si só; mas vejamos o q diz o tal inciso:

Art. 20º. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:
(…)
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas
que atendem a orientação confessional e ideologia específicas (…)

Leitor desavisado sai achando q escola confessional atende à ideologias específica. Mas nananinanão: quem "atende" à orientação confessional e à ideologia específicas são as pessoa física ou jurídica q instituíram a instituição, não a instituição em si. Então, ¿por que cargas d'água o aluno tem q declarar *em contrato* q já ouviu falar do "caráter confessional" dessa instituição, e q desse CC se depreende q ela se rege por princípios de ética e de fé duma vertente pós-medieval retentivo-anal do cristianismo q… q… ¡Êpa! ¿Será esse, o motivo? a economia das feze?

HAHAHAHAHAHAHA

Nosso ecumênico doutor reconhece o valor intrínseco da fixação na fase anal como algo à se elogiar sublimemente numa instituição de ensino, em particular numa obrigada à seguir os parâmetro do MEC. Pô, ALGUÉM tem q ter disciplina, né, ô?

Mas o parágrafo citado tem mais divertimentos. ¿É impressão do doutor ou realmente o contrato supõe existir algo q se possa chamar de "ética cristã"? Pra responder, vejamos outro documento –este livremente distribuído como folheto na Universidade Mackenzie– chamado "Liberdade de Expressão – Carta de Princípios 2011 do Mackenzie".

Apesar de encharcado de bom-senso-século-21 sobre a liberdade de expressão –q o doutor òbviamente apóia, pois não é bobo–, esse é um documento engraçadíssimo, de várias risada por parágrafo. É quase uma obra de arte, pela maestria com q a linguagem foi manipulada pra só conter entrelinhas. A entrelinha principal é q esse documento aparece na esteira duma longa luta de seu autor contra os direito civil dos homossexual, pela qual ele provàvelmente se viu direta ou indiretamente acusado de "incitar ódio". Note qtas vez nosso epidérmico doutor riu:

"(…) há outro elemento que não pode ser ignorado, o fato de que o ser humano … resolveu tornar-se independente de Deus e viver uma vida autônoma (!). O livro de Gênesis (3.1-24) registra (!) esse momento, que na teologia cristã recebe o nome de "Queda", termo que indica que essa busca de autonomia implicou em uma caída daquele estado original de liberdade de consciência e expressão (!!). Não que o homem tenha perdido essas liberdades – ele ainda as mantém. Só que tanto a sua consciência quanto a sua capacidade de julgar e escolher entre o bem e o mal, tendo abandonado a Deus como referencial (¡quê?), são inclinadas ao mal, ao erro, ao egoísmo (!). E como decorrência, sua expressão, embora livre, reflete essa tendência ao mal (!). Uma das manifestações do impacto da Queda na liberdade humana é a tendência de se procurar suprimir a liberdade dos que discordam de nós (!!). Os que professam a fé cristã devem reconhecer que todas as pessoas, inclusive aquelas que não acreditam em Deus e que têm práticas contrárias à ética cristã (!!), têm o direito fundamental de pensar e acreditar no que quiserem e de viver de acordo com suas crenças. Os cristãos entendem também que se manifestar contrariamente ao que pensam e fazem (!) essas pessoas não é incitamento ao ódio (!!!), mas o exercício desse mesmo direito fundamental."
[http://tempora-mores.blogspot.com/2011/02/carta-de-principios-2011-liberdade-de.html]

Então ¿agora o Éden era um "estado original de liberdade de consciência e expressão"? HAHAHAHAHAHAHAHAHA. Religioso é uma espécie de sanguessuga: qqer novo conceito criado independentemente da religião –e muitas vez em franca oposição à ela– é absorvido, pasteurizado e regurgitado sem o menor sentido ou lógica, só pra enganar incautos.

E sorry, augusta instituição, mas não existe "ética cristã" ou "ética muçulmana" ou "ética contábil". Existe ética; ponto. Aliás, não me venha falar de ética aqui gente q adora, promove e toma "como referencial" um deus q manda matar à torto e direito, inclusive crianças e bebês (veja, por exemplo, 1Samuel 15:3, ou Êxodo 11:4-7 e muitos outro). Muito cristão diz apaixonadamente q o deus do Novo Testamento é mais bonzinho q o do Velho. Mas não se engane: a "autoridade infalível" da Bíblia implica em q o deus do Velho Testamento é o *mesmíssimo* do Novo; e essa gente implìcitamente crê de pé-junto q a Suprema Autoridade do Universo pode à qqer momento, à seu bel-prazer, comandar um crente à matar e esquartejar criancinhas pra dizimar um grupo étnico q o desagrada.

Òbviamente, uma augusta instituição jamais promoverá o assassínio de criancinhas inocente. Primeiro q hoje isso é ilegal: dá cadeia. Segundo q manter as criancinha viva –de qqr grupo étnico– já provou ser muito mais vantajoso. Os vários professor decente de biológicas do Mackenzie assim como de toda instituição confessional –q fazem um trabalho digníssimo e coalhado de lutas diária– mereciam coisa melhor do q ter suas palavra abertamente descartada por seu próprio empregador. ¿Tou certo, ou tou errado?

"Ceux qui peuvent vous faire croire des absurdités peuvent vous faire commettre des atrocités" –ou algo assim. Voltaire

15 agosto 2011

Sem dó

À partir de hoje, este blogue diferencia entre o pronome 'se' e a conjução 'se'. Esta última passa à ser grafada 'si', como se fazia antes de certos idiota começarem à regularizar a ortografia do português em meados do século 20. O acordo mais recente foi a gota d'água.

Si o négo, invalida-se. (If I deny it, it voids itself.)

30 julho 2011

Coca, caca e crica

Os intestino de nosso empolgante doutor funcionam q é uma maravilha: evacua com regularidade estonteante e ¿por quê não dizer? invejável. Como talvez não poderia deixar de ser prum esterqueiro tão expedito, ele é tbm um edaz leitor de qqer chorumela q lhe passe frente aos olho. Claro q tem preferências. Sesdia, terminou de ler Elephants On Acid (and Other Bizarre Experiments) dum tal de Alex Boese, com leituras exclusivamente na cerâmica –aliás muito à propósito, já q na introdução o próprio autor diz q seu livro é "a toilet reader's guide to science".

Uma das pesquisa relatada no livro é dum certo Read Montague, publicada na revista Neuron como "Neural Correlates of Behavioral Preferences for Culturally Familiar Drinks". O cara foi lá checar por que cargas d'água mais gente prefere Coca do q Pepsi se as duas bebida são indistinguível. Vc dá pruns bebente um copo de Coca e outro de Pepsi… e eles não conseguem dizer qual é qual. Vc dá dois copos de Coca, com um deles marcado como Coca e o outro sem rótulo… e os bebente preferem a Coca do copo marcado. (?!?) Vc dá os mesmo dois copos de Coca, com um deles dizendo q é Pepsi e o outro sem rótulo… e os bebente têm dificuldade pra decidir qual dos dois eles preferem. Catso, tem algum efeito aí q não tem NADA à ver com a bebida em si.

Aí o Montague fez ressonância magnética nos bebente, dando-lhes Coca ou Pepsi, mas na verdade misturando as bebida. Qdo bebiam olhando pro logotipo da Pepsi, o cérebro reagia normalmente; mas qdo bebiam olhando pro da Coca, o cérebro se iluminava q nem queima de fogos.

A conclusão foi q, mormente em gente imbecil, uma mera logomarca pode alterar a percepção gustativa. Aiaiaiai. No primeiro teste, se vc pergunta por quê os bebente preferem o copo marcado como Coca, eles invariàvelmente respondem q o sabor é melhor, embora ambos copos tenham Coca, ou ambos Pepsi. ¿Não é de matar?

Mas nosso humanista é bem eclético: não só a leitura o entretém ao entregar o sorete. Ele tbm pensa na vida, nos paciente, &c –e chega äs vez à pensar em religião. (Não se veja aí qqer indireta sobre o valor de religião: garanto q, enquanto cagam, os crente pensam em Deus com muito mais freqüência do q o doutor –aliás, qto mais devoto o crente, tanto mais momentos de sua vida ele deve passar pensando em Deus, não? Nesse cusito, digo, nesse quesito, perto dos crente obstinado, estatìsticamente as reflexão sanitário-religiosa do doutor são uma titica.)

Na cabeça do doutor, os pensamento vão aparecendo um atrás do outro numa profusão q alguns chamariam de diarréica. Por exemplo: essa pesquisa foi feita por um cientista da Baylor College of Medicine; a Baylor fica em Houston; Houston fica no Texas; Texas lembra fanático cristão… e pimba: o doutor finalmente descobriu o qualoporquê do cristianismo ser uma religião incongruamente tão bem sucedida qto a Cocacola, ou mais. Siga o raciocínio doutoral.

Pq não pode ser pelas qualidade intrínseca do cristianismo, né? Mìsticamente, essa religião é, digamos, o primo pobre do judaísmo; os dez mandamento são uma cópia escrachada de trechos do Livro dos Morto, escrito pelos egípcio cinco séculos antes de Moisés; diz coisas q os filósofo grego já diziam 600 anos antes de Paulo de Tarso; muitas passagem do Novo Testamento parecem, francamente, precursoras idólatra e desconexa de revistas de fofoca, &c &c &c. Além disso, a grandecìssimérrima maioria dos q se dizem cristão de carteirinha conhecem apenas a superfície polida do dogma todo. Ou seja, a consistência interna do dogma (e ãã não é muita) não pode ser a razão do sucesso do cristianismo: ele tem q ter uma explicação mais plausível do q a q parte de seus ãã "ensinamento".

E sentado numa privada, o doutor descobriu: o cristianismo conseguiu esse ibope todo pq conta com o q é simplesmente a melhor e mais eficiente logomarca, o mais simples emblema de toda a história da humanidade: o crucifixo. Trocentos mil artista gráfico devem ter a maior inveja do crucifixo. É a coisa mais simples do mundo: vc amarra um pauzinho curtinho num pauzinho compridinho, finca a esculturinha em pé no chão e pimba: uma marca inconfundível, o crucifixo. Ao mesmo tempo em q estiliza a figura humana, colocá-lo em pé lhe dá um vigor, uma virilidade fàcilmente associável à uma simbologia de poder –e convenhamos, vai, a masculinidade de Cristo é um atributo quatrocentas vezes mais importante pro cristianismo do q sua divindade: fosse uma mulher "filha de Deus" dizendo aquelas coisa toda, derramando sangue pra salvar a humanidade, ninguém lhe daria atenção, diriam q tava menstruada, aquela doida pendurada num pau.

Depois q aquele povo desértico tropeçou na idéia de usar o crucifixo como logomarca, a coisa se alastrou como sangue em acidente. Vc tá lá no meio do deserto, tua mãe morre de pneumoconiose, vc enterra na areia, finca dois pauzinhos em cima do túmulo e tá pronta a mensagem: "aqui jaz um ser humano deitado de alma em pé". ¿Como é q um judeu faria isso, tadinho? Teria q pegar seis pauzinhos, entrelaçá-los num desenho complexo e… ¿pra dizer o quê? ¿"Aqui jaz um ser humano cuja alma transcende a perfeição do triângulo equilátero entrelaçado em sua própria imagem espelhada formando juntos a inter-imiscuída estrela-guia de nosso povo"? É muito prä cabeça, meu. Pra entender a estrela de Davi, vc tem q *pensar*, catso. Já o crucifixo, qqer patso semi-letrado com QI de ameba entende de prima. Compare:


E a logomarca dos muçulmano, então? Uma lua em quarto-crescente com uma estrela no meio. É muito confuso: ¿É um quarto-crescente, ou um quarto-minguante? E ¿quê tem a lua à ver com a alma? E ¿que catso tá fazendo uma estrela *dentro* da meia-lua? Isso sem falar de símbolos muçulmano tal como esse aqui, ó:


Pô, não há pauzinho q resolva.

E tem tbm a simbologia mística do taoismo:


pretendendo simbolizar *todas* as possibilidade do universo em combinações digital entre yin e yang, o pauzinho inteiro e o pauzinho cortado, formando 8 trigramas, 64 hexagramas, todas inter-relação entre o passivo e o ativo, entre o céu e a terra, entre o masculino e o feminino… êi, calma lá: tá ficando complexo; tem q prestar atenção, pô. Além disso, tem cheiro de pluralidade, e povão não quer isso, não; povão quer é culpar, discriminar, delimitar, se sentir yang o tempo todo.

Amarra dois pauzinho aí, e pronto.

E foi assim. Não deve ser coincidência q, num país novo-rico como os Euá, tenham dado tão certo o cinema, a Cocacola, o cristianismo e tantos outro produto vendido com a imagem de gente fingindo felicidade. Mas ¿quem é o Dr Plausível pra desmerecer os efeito das logomarca? Não há a menor dúvida de q o cinema, a Cocacola e o cristianismo realmente trazem momentos de alegria à seus consumidor –uma ressonância magnética provaria isso até ao mais cético pesquisador. Mas como diz o Alex Boese, referindo-se ä desavença entre amantes de refrigerante e seus crítico: são como duas espécie, só q uma tem mais cáries do q a outra.

24 julho 2011

A discobiciclotimia

Não não, peraí. ¿Precisa ter música pornô em todo lugar?

HAHAHAHAHAHAHA

Hoje fui acordado äs 10 da manhã por um telefonema de nosso eversivo doutor, q escancelava a glote äs gargalhadas. ¿Isso lá é hora de acordar um trabalhador honesto em pleno domingo?

Mas… ¿Isso fui eu pensando, ou foi ele dizendo? ¡Ambos! «¿À quê devo o prazer de vossa gargalhada nesta ociosa e amena manhã?» indaguei. Aí ele levou o telefone até a janela e o q ouvi foi… foi… ¿Música de discoteca? de motel? de gostosa mostrando a bochunda na tv? ¿Um sujeito berrando ao microfone num caminhão de trio elétrico? ¿Que catso, doutor?

É q ele tá passando uns tempo confortando a lenta morte dalguns paciente terminal na aprazível cidade de São José dos Campo, evitando q o mal se espalhe; e qual não foi sua surpresa hoje qdo metade de seu tratamento profiláctico despencou Paraíba abaixo pq algum tronho quis pq quis promover um passeio ciclístico.

HAHAHAHAHAHAHA

«¡Mas doutor!» obtemperaria o leitor atento, «Um afável, brando, casto, deleitoso e eucrásico passeio pelas agradável paisagem do Vale do Paraíba ¿quê tem à ver com os malsonante grito dum pateta em cima dum caminhão tonitruando musga de bumbumbunda pelas rua duma cidade?»

«Pois é. Absolutamente NADA. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA»

E essa é a moda agora. Por obra e graça do hipoplausivírus, a bicicleta —talvez a maior invenção da humanidade— agora é pùblicamente humilhada por uma das pior invenção, o caminhão-decibel: num passeio ciclístico —q teòricamente celebra a natureza, o impoluente, a quietude, a escala humana—, o caminhão-decibel vai ä frente puxando um cordão de milhares (sim, milhares) de vítima condicionada à identificar alegria com barulho.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

03 julho 2011

O doutor e seus aforismos (4)

"A ESCALA dum problema é o q circunscreve sua racionalização moral, e não o inverso."
in O aborto aberto

(Se uma prescrição moral —ie, uma q supostamente se aplicaria à 100% dos indivíduo em 100% dos caso— perde aplicabilidade qdo o número de casos pertinente passa dum certo ponto, então ela não se aplica à nenhum caso.)