Se vc tiver oportunidade de perder um filme chamado Tratamento de choque (Anger management), ¡não deixe de perder! - a menos q vc queira gastar o fundo das calças de tanto virar daqui pra lá na poltrona do cinema... Perca esse filme mesmo q passe daqui a três décadas na tv numa noite chuvosa no único canal q pegue num hotelzinho do interior. Totalmente reprovado pelo Dr Plausível. ¡Que bosta de enredo! Não vou nem perder meu tempo e o teu fazendo uma sinopse. E é daqueles tão implausíveis q passado um terço vc já desconfia de q todos os personagens estão mancomunados, como de fato estão. Dãã...
Amargamente arrependido de contribuir prà conta bancária de todos os envolvidos na produção e exibição do filme, é melhor eu parar por aqui antes q alguém me processe e eu venha a contribuir ainda mais.
22 outubro 2003
25 setembro 2003
Inda lembro...
Não só de diagnósticos sombrios vive o Dr Plausível. Tb tece elogios. E por falar em cinzentas porcentagens (veja entrada abaixo), lembrei-me q entre os vários escritos de JLBorges q nosso escorado e estimulante doutor já consagrou com o Prêmio Plausível da Década, figura o conto "Funes, el memorioso", no qual Borges, muito antes dum trôpego qqer dizer q lastimavelmente só usamos 10% de nossos cérebros, meditou sobre as conseqüências plausíveis de usarmos mais neurônios q o normal. Funes é um cara q nunca esquece absolutamente nada e por isso não consegue dormir. Ele está permanentemente consciente de 100% de suas memórias e vê-se obrigado a passar a vida num quarto escuro pra não acumular mais memórias e enlouquecer.
Diga a verdade, leitor, ¿vc não sentiu o impacto q causa um sequitur perfeitamente plausível? ¿Não é muito melhor q ficar impingindo babaquices no tadinho do cerebrinho?
Diga a verdade, leitor, ¿vc não sentiu o impacto q causa um sequitur perfeitamente plausível? ¿Não é muito melhor q ficar impingindo babaquices no tadinho do cerebrinho?
24 setembro 2003
Sua cabeça animal
Vira e mexe vem um enTVistado qqer com a cachola entupida de pseudo-fatos regurgitar a pseudo-informação de q os humanos não estamos fazendo jus a nosso destino pois só usamos 10% da capacidade do cérebro, e o enTVistado fala com aquela entonação de "¿Tá vendo?". Ou seja, num tom absurdamente sem sentido, dá um dado completamente inútil promovendo uma interpretação totalmente errada.
Aí, no caderno Mais vem mais um neurocientista corretamente atacar essa idéia, mas pelos motivos errados, falando de 'custo energético' e fazendo piadinhas pseudo-politizadas. Ou seja, o cara refutou uma idéia idiota com um argumento deficiente.
Qdo ouve esse 'dado' e suas refutações, o Dr Plausível pensa "¿Será q ninguém usa o cérebro neste mundo?", e faz questão de realmente usar apenas 1% de seu mediano cérebro pra raciocinar e demonstrar a total implausibilidade dessa crença. ¡Vc tbm pode! Me diga aí, quem está lendo isto agora, VOCÊ aí, neste exato momento ¿qtos quilos vc está carregando com os braços? ¿qdo foi a última vez q vc carregou 10kg? ¿e 5kg? Eu posso dizer por mim: neste exato momento estou carregando um total de 0kg e a última vez q carreguei 10kg foi... foi... ãã... ¡cacilda, não lembro! Mas, se precisar, posso carregar uns 50kg durante alguns minutos; numa emergência, posso carregar até uns 100kg ou mais durante alguns segundos, como já tive q fazer. E consigo, e vc tbm consegue, pq o corpo todo é super-dimensionado, inclusive o cérebro. E ¡só poderia ser assim! A capacidade total só é usada em emergências, e nenhuma vida é uma seqüência ininterrupta de emergências. Mas há emergências, e todo organismo sub-dimensionado se estrepa.
Da primeira vez em q o Dr Plausível ouviu q a maior parte do tempo usamos 'apenas' 10% do cérebro, exclamou "¡¿Tudo isso?!" e caiu na gargalhada. Pois pense bem: ¡Usar 30% do cérebro 'a maior parte do tempo' é receita certa de esquizofrenia! Use 60% durante algumas horas e vc já vai estar com um pé na cova. Só se usa 100% por alguns milésimos de segundo qdo se está, por exemplo, prestes a ser atropelado por uma jamanta desembestada; daí é q vêm os relatos de pessoas q vêem 'a vida passar diante dos olhos': claro, o cérebro procura em sua experiência uma saída rápida pra um perigo iminente. No restante da vida, uns 2% já bastam pra ser feliz, próspero, saudável e ganhar no xadrez.
Da próxima vez q alguém soltar esse peido cerebral, vc já pode cantarolar "¡Doutor PlausÍÍÍÍvééél!"
Aí, no caderno Mais vem mais um neurocientista corretamente atacar essa idéia, mas pelos motivos errados, falando de 'custo energético' e fazendo piadinhas pseudo-politizadas. Ou seja, o cara refutou uma idéia idiota com um argumento deficiente.
Qdo ouve esse 'dado' e suas refutações, o Dr Plausível pensa "¿Será q ninguém usa o cérebro neste mundo?", e faz questão de realmente usar apenas 1% de seu mediano cérebro pra raciocinar e demonstrar a total implausibilidade dessa crença. ¡Vc tbm pode! Me diga aí, quem está lendo isto agora, VOCÊ aí, neste exato momento ¿qtos quilos vc está carregando com os braços? ¿qdo foi a última vez q vc carregou 10kg? ¿e 5kg? Eu posso dizer por mim: neste exato momento estou carregando um total de 0kg e a última vez q carreguei 10kg foi... foi... ãã... ¡cacilda, não lembro! Mas, se precisar, posso carregar uns 50kg durante alguns minutos; numa emergência, posso carregar até uns 100kg ou mais durante alguns segundos, como já tive q fazer. E consigo, e vc tbm consegue, pq o corpo todo é super-dimensionado, inclusive o cérebro. E ¡só poderia ser assim! A capacidade total só é usada em emergências, e nenhuma vida é uma seqüência ininterrupta de emergências. Mas há emergências, e todo organismo sub-dimensionado se estrepa.
Da primeira vez em q o Dr Plausível ouviu q a maior parte do tempo usamos 'apenas' 10% do cérebro, exclamou "¡¿Tudo isso?!" e caiu na gargalhada. Pois pense bem: ¡Usar 30% do cérebro 'a maior parte do tempo' é receita certa de esquizofrenia! Use 60% durante algumas horas e vc já vai estar com um pé na cova. Só se usa 100% por alguns milésimos de segundo qdo se está, por exemplo, prestes a ser atropelado por uma jamanta desembestada; daí é q vêm os relatos de pessoas q vêem 'a vida passar diante dos olhos': claro, o cérebro procura em sua experiência uma saída rápida pra um perigo iminente. No restante da vida, uns 2% já bastam pra ser feliz, próspero, saudável e ganhar no xadrez.
Da próxima vez q alguém soltar esse peido cerebral, vc já pode cantarolar "¡Doutor PlausÍÍÍÍvééél!"
18 setembro 2003
Olha o casto
O Dr Plausível é notoriamente avesso a discussões sobre religião, haja visto q muita gente já foi degolada, enforcada, fuzilada, extorquida e já teve blogues exterminados por levantar o pirex da plausibilidade. Mas qdo se trata de usar o aparato legal em defesa duma religião, nosso envergadoiro doutor não deixa de curvar-se às sonoras gargalhadas. O bom de ser agnóstico são as gargalhadas. Pois eis q um editor gaúcho, em vez de ser ridicularizado por cretinice, foi condenado a dois anos de serviços comunitários por escrever e publicar livros anti-semitas.
¿Sinceridade? Não vejo onde está o problema. O q o cara fez é o equivalente lógico de escrever um livro/artigo/&c expressando sua mais profunda convicção de q a girafa descende do elefante e q, por conseguinte, toda pessoa de pescoço comprido deveria arder eternamente no fogo do inferno. Como não há, nem provavelmente jamais haverá, qualquer mecanismo legal q autorize pôr em prática o q ele prega, os pescoçudos deveriam limitar-se a escrever outros livros/artigos/&c condenando o sujeito a arder eternamente no fogo do inferno, e nada mais.
Ainda q eu ache duma tremenda babaquice q um tapado qqer isole um determinado grupo religioso e registre prà posteridade sua opinião pessoal sobre o mesmo, tb acho q não há como aceitar a opinião segundo a qual o holocausto e outras perseguições devem outorgar aos judeus imunidade vitalícia e oficial contra a possibilidade de ser alvo de preconceitos babacas. Aliás, o fato de q ninguém ainda propôs uma "solução final" contra os pescoçudos deveria ser um argumento em favor de protegê-los mais do q aos judeus, visto q a probabilidade de estes voltarem a ser perseguidos sistematicamente é menor q a de qqer outro grupo vir a sê-lo (inclusive pescoçudos, como não?).
Outraliás, o mais justo seria q eu (por exemplo) pudesse processar uma religião inteira, ou todas elas, por pública e sistematicamente insultar minha alma. O mundo está abarrotado de livros, artigos e declarações q abertamente pretendem desabonar minha alma (segundo esses mesmos escritos, meu mais valioso bem), e por associação o restante de mim, insinuando q estou condenado ao fogo do inferno apenas pq não visito regularmente um agente a mando de Roma e a ele admito atos condenados por esses mesmos livros, ou então pq as mitocôndrias de minha mãe não descendem das da mulher de Abraão (presume-se q o judaísmo se difunde pelas mitocôndrias), ou pq duas ou três vezes ao dia não consulto uma bússola antes de enfiar a cara no chão e resmungar elogios a Alá. Entre essas três religiões, o judaísmo é a q insulta minha alma mais sistematicamente: o cristão e o muçulmano apenas requerem q eu me converta pra q deixem de me ofender; mas pro judeu eu não fui escolhido por seu Deus e ponto final: mesmo q eu me converta ao judaísmo, minha alma sempre será de segunda. Eu considero isso sufficient grounds pra processar o judaísmo por insulting my soul ou insoulting, termo criado por este q vos escreve pra ajudar o Brasil a passar à frente dos EUA em matéria de invencionices legais com finalidades lucrosas.
Se alguém pensar em me chamar de anti-semita, já vou dizendo q anti-semita é a vó, pq não sou de pisar em meus próprios calos. Tenho três sobrenomes: um judaico, outro europeu e outro árabe. Ou seja, dois deles são de origem semita. So there.
¿Sinceridade? Não vejo onde está o problema. O q o cara fez é o equivalente lógico de escrever um livro/artigo/&c expressando sua mais profunda convicção de q a girafa descende do elefante e q, por conseguinte, toda pessoa de pescoço comprido deveria arder eternamente no fogo do inferno. Como não há, nem provavelmente jamais haverá, qualquer mecanismo legal q autorize pôr em prática o q ele prega, os pescoçudos deveriam limitar-se a escrever outros livros/artigos/&c condenando o sujeito a arder eternamente no fogo do inferno, e nada mais.
Ainda q eu ache duma tremenda babaquice q um tapado qqer isole um determinado grupo religioso e registre prà posteridade sua opinião pessoal sobre o mesmo, tb acho q não há como aceitar a opinião segundo a qual o holocausto e outras perseguições devem outorgar aos judeus imunidade vitalícia e oficial contra a possibilidade de ser alvo de preconceitos babacas. Aliás, o fato de q ninguém ainda propôs uma "solução final" contra os pescoçudos deveria ser um argumento em favor de protegê-los mais do q aos judeus, visto q a probabilidade de estes voltarem a ser perseguidos sistematicamente é menor q a de qqer outro grupo vir a sê-lo (inclusive pescoçudos, como não?).
Outraliás, o mais justo seria q eu (por exemplo) pudesse processar uma religião inteira, ou todas elas, por pública e sistematicamente insultar minha alma. O mundo está abarrotado de livros, artigos e declarações q abertamente pretendem desabonar minha alma (segundo esses mesmos escritos, meu mais valioso bem), e por associação o restante de mim, insinuando q estou condenado ao fogo do inferno apenas pq não visito regularmente um agente a mando de Roma e a ele admito atos condenados por esses mesmos livros, ou então pq as mitocôndrias de minha mãe não descendem das da mulher de Abraão (presume-se q o judaísmo se difunde pelas mitocôndrias), ou pq duas ou três vezes ao dia não consulto uma bússola antes de enfiar a cara no chão e resmungar elogios a Alá. Entre essas três religiões, o judaísmo é a q insulta minha alma mais sistematicamente: o cristão e o muçulmano apenas requerem q eu me converta pra q deixem de me ofender; mas pro judeu eu não fui escolhido por seu Deus e ponto final: mesmo q eu me converta ao judaísmo, minha alma sempre será de segunda. Eu considero isso sufficient grounds pra processar o judaísmo por insulting my soul ou insoulting, termo criado por este q vos escreve pra ajudar o Brasil a passar à frente dos EUA em matéria de invencionices legais com finalidades lucrosas.
Se alguém pensar em me chamar de anti-semita, já vou dizendo q anti-semita é a vó, pq não sou de pisar em meus próprios calos. Tenho três sobrenomes: um judaico, outro europeu e outro árabe. Ou seja, dois deles são de origem semita. So there.
15 setembro 2003
[Inserir título imbecil]
Título nacional de filme estrangeiro é caso de internação nas Clínicas Dr Plausível.
Ontem fiquei olhando tv -- e pra quem disser q o "certo" é "assistir" ou "ver" tv ou qqer outra variante em voga entre os dogmáticos profissionais, digo q o q eu fiz ontem foi "olhar" tv e estatele-se quem não entender a distinção. Digo pois q estava olhando tv, qdo um filme q apenas começara me chamou um pouco mais a atenção e então passei a assisti-lo. Era uma comédia romântica com um cara q tem um tumor no cérebro, hhhh é traído pela mulher, decide viajar pra fazer uma operação, é roubado por uma bela malandra pfff q tem um casal de filhos ilegítimos e q deve uma grana a um mafioso, gngnhhhpff faz amizade com os filhos dela, é perseguido pelos mafiosos, sempre se safa na base do papo e da sorte e, hhhuhuhh é claro, conquista a malandra e os filhos. Final feliz. brpfgñgp Nada q comprometa ninguém, à parte dumas escorregadas na legendagem.
Muito bem. ¿E daí? Daí q no Brasil gng o filme foi chamado de... "Vítima da sedução" QUÁ-QUÁ-QUÁ-HH-HAHHA-nhããããã. ¡VÍTIMA DA SEDUÇÃO! ¿Sabe aquelas gargalhadas q sobem lá do intestino grosso? Pois foram essas.
O título original era "Beautiful Joe", sendo "Joe" o nome do tumorado e "Beautiful Joe" o apelido dum matador profissional com quem o Joe é confundido. Mas alguém da reprodutora brasileira achou por bem chamar o filme de "Vítima da sedução".
¡Vítima da sedução! Não tem absolutamente nada a ver com o filme. ¿De onde é q esse pessoal tira essas coisas, meu santo? É como chamar "A bela adormecida" de "Corrupção Fatal". Nada a ver. Mas ¿por quê, minha santa, por quê? ¿Q tipo de raciocínio torto está por trás desses títulos pseudo-interessantes? ¿Será pra atrair público? ¿Jura? Há quem diga q se trata de encontrar "o título q mais reflete o potencial de mercado do filme, não necessariamente aquele q reflete o enredo". Mas ¿pra quê toda essa dramaticidade, esse pega-pra-capar no mercado brasileiro, q nem é tão competitivo q justifique tanta emoção a priori nos títulos? Pois acho esse raciocínio da mesma inteligência tosca de quem implica com coisas como "olhar tv", ¿ora pois não?
Deve existir na internet algum site com um 'gerador de títulos' brasileiros. É só achar várias combinações usando palavras como sedução, fatal, corrupção, crime, grito, rebelde &c ¿Alguém aí conhece?
Vítima da sedução... ¡Cacilda!
(Só falta chegar outro imbecil e dizer, "¡Não tem nada a ver mas vc não esqueceu!" Dãã...)
Ontem fiquei olhando tv -- e pra quem disser q o "certo" é "assistir" ou "ver" tv ou qqer outra variante em voga entre os dogmáticos profissionais, digo q o q eu fiz ontem foi "olhar" tv e estatele-se quem não entender a distinção. Digo pois q estava olhando tv, qdo um filme q apenas começara me chamou um pouco mais a atenção e então passei a assisti-lo. Era uma comédia romântica com um cara q tem um tumor no cérebro, hhhh é traído pela mulher, decide viajar pra fazer uma operação, é roubado por uma bela malandra pfff q tem um casal de filhos ilegítimos e q deve uma grana a um mafioso, gngnhhhpff faz amizade com os filhos dela, é perseguido pelos mafiosos, sempre se safa na base do papo e da sorte e, hhhuhuhh é claro, conquista a malandra e os filhos. Final feliz. brpfgñgp Nada q comprometa ninguém, à parte dumas escorregadas na legendagem.
Muito bem. ¿E daí? Daí q no Brasil gng o filme foi chamado de... "Vítima da sedução" QUÁ-QUÁ-QUÁ-HH-HAHHA-nhããããã. ¡VÍTIMA DA SEDUÇÃO! ¿Sabe aquelas gargalhadas q sobem lá do intestino grosso? Pois foram essas.
O título original era "Beautiful Joe", sendo "Joe" o nome do tumorado e "Beautiful Joe" o apelido dum matador profissional com quem o Joe é confundido. Mas alguém da reprodutora brasileira achou por bem chamar o filme de "Vítima da sedução".
¡Vítima da sedução! Não tem absolutamente nada a ver com o filme. ¿De onde é q esse pessoal tira essas coisas, meu santo? É como chamar "A bela adormecida" de "Corrupção Fatal". Nada a ver. Mas ¿por quê, minha santa, por quê? ¿Q tipo de raciocínio torto está por trás desses títulos pseudo-interessantes? ¿Será pra atrair público? ¿Jura? Há quem diga q se trata de encontrar "o título q mais reflete o potencial de mercado do filme, não necessariamente aquele q reflete o enredo". Mas ¿pra quê toda essa dramaticidade, esse pega-pra-capar no mercado brasileiro, q nem é tão competitivo q justifique tanta emoção a priori nos títulos? Pois acho esse raciocínio da mesma inteligência tosca de quem implica com coisas como "olhar tv", ¿ora pois não?
Deve existir na internet algum site com um 'gerador de títulos' brasileiros. É só achar várias combinações usando palavras como sedução, fatal, corrupção, crime, grito, rebelde &c ¿Alguém aí conhece?
Vítima da sedução... ¡Cacilda!
(Só falta chegar outro imbecil e dizer, "¡Não tem nada a ver mas vc não esqueceu!" Dãã...)
11 setembro 2003
Onze de setembromation
¡¡¡HAHAHAHAHAHA!!! ¿Sabem da última do 11 de setembro? Os familiares dos mortos querem ser indenizados pelas companhias aéreas pq deixaram passageiros entrar com estiletes, pelos fabricantes dos aviões pq não fizeram cabine à prova de birutas, e talvez até pelos donos do WTC pq não construíram os prédios 200 metros à esquerda. No fundo é só pressãozinha pra fazer acordo por fora, mas mesmo assim, cacilda, ¡¡vá ter ataque de hipoplausibilose lá no 11 de setembro!! Disparate dos disparates, o juiz q deu seu aval ao direito de indenização disse que era previsível o risco de um punhado de fanáticos fazer o q fizeram, e q portanto os fabricantes de aviões, as companhias aéreas e o poder público deveriam ter tomado as devidas precauções. Então tá.
Eu prevejo q algum dia 300 pessoas, querendo se suicidar juntas e ao mesmo tempo matar muita gente em Nova Iorque, vão todas comprar passagens no mesmo vôo, e assim q decolar vão todas se amontoar perto da cabine e dançar frevo de rua até o avião perder o controle e cair encima dum megashow do Suicidal Geeks no Central Park. Esse é um risco previsível, visto q eu agora o estou prevendo. Os responsáveis por indenizações serão logicamente os parentes dos suicidas, a companhia aérea por vender passagens a 300 pessoas sem verificar se elas se conheciam, os Suicidal Geeks por promover o suicídio e também por juntar tanta gente no parque (¡aí tem coisa!), a administração do parque por autorizar o evento, e é claro o governo brasileiro por permitir a existência do frevo... ¡Pfff, vai andar de quatro!
¿Tem coisa mais decadente q o engraçadíssimo espetáculo de estadunidenses dizendo qualquer coisa pra ganhar um dinheirinho extra? Me faz lembrar das organizações de negros de lá q querem receber indenização pela escravidão de seus bisavôs. ¡Q coisa mais implausível! Alguém tem q chegar com jeitinho e dizer "¡Acorda, cara! A escravidão foi uma merda, mas se não houvesse existido, você nem teria nascido." É como se eu, uruguaio, quisesse pedir indenização ao governo brasileiro por toda vez q alguém daqui me chama de cisplatino.
Tenho mais do q fazer, não?
Eu prevejo q algum dia 300 pessoas, querendo se suicidar juntas e ao mesmo tempo matar muita gente em Nova Iorque, vão todas comprar passagens no mesmo vôo, e assim q decolar vão todas se amontoar perto da cabine e dançar frevo de rua até o avião perder o controle e cair encima dum megashow do Suicidal Geeks no Central Park. Esse é um risco previsível, visto q eu agora o estou prevendo. Os responsáveis por indenizações serão logicamente os parentes dos suicidas, a companhia aérea por vender passagens a 300 pessoas sem verificar se elas se conheciam, os Suicidal Geeks por promover o suicídio e também por juntar tanta gente no parque (¡aí tem coisa!), a administração do parque por autorizar o evento, e é claro o governo brasileiro por permitir a existência do frevo... ¡Pfff, vai andar de quatro!
¿Tem coisa mais decadente q o engraçadíssimo espetáculo de estadunidenses dizendo qualquer coisa pra ganhar um dinheirinho extra? Me faz lembrar das organizações de negros de lá q querem receber indenização pela escravidão de seus bisavôs. ¡Q coisa mais implausível! Alguém tem q chegar com jeitinho e dizer "¡Acorda, cara! A escravidão foi uma merda, mas se não houvesse existido, você nem teria nascido." É como se eu, uruguaio, quisesse pedir indenização ao governo brasileiro por toda vez q alguém daqui me chama de cisplatino.
Tenho mais do q fazer, não?
09 setembro 2003
Conversação fiada
Ao contrário do q pensa a maior parte do planeta, o Dr Plausível não é um sujeito muito bem informado. Já foi ouvido dizer q "manter-se bem informado é a maneira trabalhosa de ser neurótico", opinião esta q adoto e professo. É bem desculpável, portanto, q nosso experto doutor não tenha a menor idéia de quem se trata qdo o nome Luciano Szafir aparece num reclame de escola de idiomas, e tb ignore o apelo psicopopular do slogan q supostamente brotou espontaneamente da laringe do LS: "Se eu fosse estudar idiomas em São Paulo, entraria na Escola Universal." (¡Então tá!)
Mas para atender um caso agudo de hipoplausibilose, o Dr Plausível não precisa mais do q a protuberância produzida -- tanto faz se o autor for criador de gambás ou herói nacional. O fato é q a mente q produziu a frase acima deve ter pouco apego à realidade. A frase mais cria dúvidas do q esclarece. ¿O LS já fala outros idiomas ou não? ¿Se ele fosse estudar idiomas, estudaria em São Paulo? Afinal, ¿ele mora em São Paulo ou não? ¿Existe uma Escola Universal na cidade onde ele mora? Se não, ¿que respaldo tem pra apregoar as virtudes das EscUni? Aliás, ele não diz o motivo q o levaria a estudar na Escola Universal: ¿será pq ele tem desconto especial? ¿pq é parente ou amigo do dono? ¿pq a escola fica perto da esquina onde ele escorregou numa banana?
Todas essas perguntas são apenas pontos nebulosos; não são implausibilidades agudas. A hipoplausibilose maior reside no próprio fato de citar uma pessoa (supostamente) famosa dizendo algo q é clara, patente e obviamente mentira e trajá-la numa frase condicional como se, satisfeita a condição improvável, se seguisse uma afirmação inverificável. Mesmo q o tal do LS seja um especialista no assunto e o público saiba q ele sabe do q está falando, ou mesmo q seja uma celebridade nacional da música ou (ao q parece) da tv, ou talvez exatamente por esses motivos, ele jamais será ou seria um aluno da Escola Universal. Uma citação mais plausível seria: "Se eu não fosse rico e famoso, se a localização e os preços da EscUni me fossem acessíveis, e se já não soubesse inglês ou espanhol e quisesse aprender numa escola, é provável q eu estudasse na EscUni, pq o dono é meu amigo."
Pois é, frase condicional dá nisso. Enquanto nenhuma escola de propaganda & marketing tiver curso de Plausibilidade I, II e III, vai ficar essa bagaceira q aí está. Q vergonha.
Mas para atender um caso agudo de hipoplausibilose, o Dr Plausível não precisa mais do q a protuberância produzida -- tanto faz se o autor for criador de gambás ou herói nacional. O fato é q a mente q produziu a frase acima deve ter pouco apego à realidade. A frase mais cria dúvidas do q esclarece. ¿O LS já fala outros idiomas ou não? ¿Se ele fosse estudar idiomas, estudaria em São Paulo? Afinal, ¿ele mora em São Paulo ou não? ¿Existe uma Escola Universal na cidade onde ele mora? Se não, ¿que respaldo tem pra apregoar as virtudes das EscUni? Aliás, ele não diz o motivo q o levaria a estudar na Escola Universal: ¿será pq ele tem desconto especial? ¿pq é parente ou amigo do dono? ¿pq a escola fica perto da esquina onde ele escorregou numa banana?
Todas essas perguntas são apenas pontos nebulosos; não são implausibilidades agudas. A hipoplausibilose maior reside no próprio fato de citar uma pessoa (supostamente) famosa dizendo algo q é clara, patente e obviamente mentira e trajá-la numa frase condicional como se, satisfeita a condição improvável, se seguisse uma afirmação inverificável. Mesmo q o tal do LS seja um especialista no assunto e o público saiba q ele sabe do q está falando, ou mesmo q seja uma celebridade nacional da música ou (ao q parece) da tv, ou talvez exatamente por esses motivos, ele jamais será ou seria um aluno da Escola Universal. Uma citação mais plausível seria: "Se eu não fosse rico e famoso, se a localização e os preços da EscUni me fossem acessíveis, e se já não soubesse inglês ou espanhol e quisesse aprender numa escola, é provável q eu estudasse na EscUni, pq o dono é meu amigo."
Pois é, frase condicional dá nisso. Enquanto nenhuma escola de propaganda & marketing tiver curso de Plausibilidade I, II e III, vai ficar essa bagaceira q aí está. Q vergonha.
05 setembro 2003
Neologismos e neomundos
Um dos órgãos cerebrais mais afetados pela hipoplausibilose é uma pequena região ao lado da área de Brocca chamada Centro de Simancol Gramático. Praticamente todo gramático normativo ou prescritivo profissional tem o CSG quase totalmente atrofiado por ataques sucessivos de hipoplausibilose. ¡Êta gente sem simancol! E o pior é q ficam com aquela pose toda achando q são mais 'desenvolvidos' e 'cultos' e o escambau.
Olhem a Academia Brasileira de Letras, por exemplo, uma instituição dedicada a baixar a auto-estima de todo brasileiro q não soletra, não conjuga e não pronuncia exatamente como seus membros. ¿Por que não vão plantar pirulito em careca de otário? O brasileiro médio acha q fala errado, q não pode usar palavras q não estão no dicionário, tira sarro de quem não soletra como está no dicionário, e coisas assim. E ao mesmo tempo, ¡êta ironia do terceiro-mundo!, admira, inveja e imita tudo q vem dos EUA e da Europa, de países onde ou não existe nenhuma academia normativa da língua ou onde cada um fala e escreve como quer e não dá a menor bola pra o q dizem as academias. Acho q nem você q está lendo pescou onde está a hipoplausibilose nisso, né?
A teoria do Dr Plausível é muito simples: cultura q rejeita neologismos, desvios do padrão, &c na língua q fala é cultura q não cria idéias novas, não desenvolve as antigas e em suma anda em círculos atarracados em volta do q já existe. ¿Vcs já notaram q toda idéia nova vem com um vocabulário novo? Logicamente não é o vocabulário q cria as idéias, mas é a liberdade de criar termos novos o q permite a desenvoltura na manipulação das idéias. Cada vez q um brasileiro tem uma idéia q poderia ir prà frente, fica gastando sinapses e neurônios com a regência verbal, a ortografia e o cuidado pra não passar um carão. ¡Qta bobagem!
Os malapropismos do Vicente Matheus são ridicularizados no Brasil enquanto q os do equivalente estadunidense, um jogador de baseball chamado Yogi Berra, ficaram célebres, a ponto de ele ser homenageado até em desenhos animados: o nome original do Zé Colméia é Yogi Bear. Os disparates q Berra disse continuam a ser citados, e são vistos exatamente pelo q são: frases estranhas e engraçadas; ao passo q a baixa estima lingüística do brasileiro transforma as frases estranhas e engraçadas do Vicente Matheus em veleidades vergonhosas e aberrações ignorantes.
E por essas e outras, o Brasil parece condenado a pegar a rabeira da história. ¡Êitcha!
Olhem a Academia Brasileira de Letras, por exemplo, uma instituição dedicada a baixar a auto-estima de todo brasileiro q não soletra, não conjuga e não pronuncia exatamente como seus membros. ¿Por que não vão plantar pirulito em careca de otário? O brasileiro médio acha q fala errado, q não pode usar palavras q não estão no dicionário, tira sarro de quem não soletra como está no dicionário, e coisas assim. E ao mesmo tempo, ¡êta ironia do terceiro-mundo!, admira, inveja e imita tudo q vem dos EUA e da Europa, de países onde ou não existe nenhuma academia normativa da língua ou onde cada um fala e escreve como quer e não dá a menor bola pra o q dizem as academias. Acho q nem você q está lendo pescou onde está a hipoplausibilose nisso, né?
A teoria do Dr Plausível é muito simples: cultura q rejeita neologismos, desvios do padrão, &c na língua q fala é cultura q não cria idéias novas, não desenvolve as antigas e em suma anda em círculos atarracados em volta do q já existe. ¿Vcs já notaram q toda idéia nova vem com um vocabulário novo? Logicamente não é o vocabulário q cria as idéias, mas é a liberdade de criar termos novos o q permite a desenvoltura na manipulação das idéias. Cada vez q um brasileiro tem uma idéia q poderia ir prà frente, fica gastando sinapses e neurônios com a regência verbal, a ortografia e o cuidado pra não passar um carão. ¡Qta bobagem!
Os malapropismos do Vicente Matheus são ridicularizados no Brasil enquanto q os do equivalente estadunidense, um jogador de baseball chamado Yogi Berra, ficaram célebres, a ponto de ele ser homenageado até em desenhos animados: o nome original do Zé Colméia é Yogi Bear. Os disparates q Berra disse continuam a ser citados, e são vistos exatamente pelo q são: frases estranhas e engraçadas; ao passo q a baixa estima lingüística do brasileiro transforma as frases estranhas e engraçadas do Vicente Matheus em veleidades vergonhosas e aberrações ignorantes.
E por essas e outras, o Brasil parece condenado a pegar a rabeira da história. ¡Êitcha!
03 setembro 2003
Acento reservado para gramáticos
O Dr Plausível vira e mexe recebe pra tratamento a teoria de que, quanto à acentuação, as palavras da língua portuguesa se dividem apenas entre oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. ¡Que classificação mais inepta! Basta vc mesmo, leitor, ler de novo a primeira frase deste parágrafo e verá que chegando ao final não leu oxÍítona, paroxÍítona e proparoxÍítona, mas sim "Ôôxitona, pÁároxítona e prÔôparoxítona "; e se lembrará q o próprio professor q insistiu em enfiar essa classificação em seus tímpanos inocentes provavelmente disse: "quÃnto à Ácentuação, as palÁvras da língua pÔrtuguesa são clÁssificadas em Ôôxitonas, pÁároxítonas e prÔôparoxítonas." Tal é a força da palavra escrita q 99,999% de todos os professores de português repetem fielmente o q lêem sem questionar nem mesmo a própria garganta.
Uma classificação q surgiu apenas pra padronizar a escrita vira dogma. A verdade é q na fala a acentuação das palavras no português é amplamente flexível, irregular e volúvel. Veja estes exemplos reais coletados por este q vos escreve:
"é nÊecessário fÍiscalizar esses processos dÔo congresso"
"a trÂansferência da Áadministração do Iraque"
"um estado Íindependente" ou "um estado indÊependente"
Ou seja, enquanto fala, o usuário da língua está pouco se lixando pra o q dizem os gramáticos. É só na hora de refletir q o usuário prefere repetir as baboseiras impostas. Aliás, dada a torrente de dogmas q regurgita e a tenacidade de seus vetos e suas condenações, todo gramático prescritivo tem vocação mesmo é pra padre.
Uma classificação q surgiu apenas pra padronizar a escrita vira dogma. A verdade é q na fala a acentuação das palavras no português é amplamente flexível, irregular e volúvel. Veja estes exemplos reais coletados por este q vos escreve:
"é nÊecessário fÍiscalizar esses processos dÔo congresso"
"a trÂansferência da Áadministração do Iraque"
"um estado Íindependente" ou "um estado indÊependente"
Ou seja, enquanto fala, o usuário da língua está pouco se lixando pra o q dizem os gramáticos. É só na hora de refletir q o usuário prefere repetir as baboseiras impostas. Aliás, dada a torrente de dogmas q regurgita e a tenacidade de seus vetos e suas condenações, todo gramático prescritivo tem vocação mesmo é pra padre.
25 agosto 2003
Ditado sem vírgulas
Quem passar pela Marginal Tietê estes dias pode deparar-se com uma visão incôngrua: à beira do asfalto, ergue-se a 15 metros do chão, como um anúncio de liquidação, um cartaz enorme vermelho onde se lê:
A IRA DE DEUS
O MUNDO SE CALA
AOS DITADORES
desse jeito mesmo, sem pontuação e sem a menor explicação.
Mas ¿q raio de geringonça cerebral bolou essa frase, encomendou o cartaz, pagou e instalou e ainda espera estar transmitindo uma mensagem? ¿Será q eu é q sou um desespiritualizado amístico e aminimalista? Fiquei vários minutos rodando a frase daqui pra lá na cabeça, tentando entendê-la. Ao recomendar a frase pra tratamento com nosso esplêndido Dr Plausível, ele simplesmente a leu e disse, "Esse cartaz não é implausível, assim como não o são as formações aleatórias de nuvens no céu ou os desenhos q fazem no chão do bosque as suaves gotas de orvalho caindo a esmo aqui e acolá numa manhã qualquer de primavera."
¡Qta sabedoria! ¡Qta sapiência!
A IRA DE DEUS
O MUNDO SE CALA
AOS DITADORES
desse jeito mesmo, sem pontuação e sem a menor explicação.
Mas ¿q raio de geringonça cerebral bolou essa frase, encomendou o cartaz, pagou e instalou e ainda espera estar transmitindo uma mensagem? ¿Será q eu é q sou um desespiritualizado amístico e aminimalista? Fiquei vários minutos rodando a frase daqui pra lá na cabeça, tentando entendê-la. Ao recomendar a frase pra tratamento com nosso esplêndido Dr Plausível, ele simplesmente a leu e disse, "Esse cartaz não é implausível, assim como não o são as formações aleatórias de nuvens no céu ou os desenhos q fazem no chão do bosque as suaves gotas de orvalho caindo a esmo aqui e acolá numa manhã qualquer de primavera."
¡Qta sabedoria! ¡Qta sapiência!
O rústico pensar da colônia
Todo propagandólogo ou marquetinhólogo vive dizendo q todo mundo só faz o tempo todo anunciar o q vende. Então tá. Também todo músico diz q tudo é música, todo biólogo diz q tudo é biologia e todo lixeiro diz q tudo é lixo. Mas a crença do Zé Reclame até q tem um fundo de verdade. Por exemplo, se eu estou dormindo à sombra duma palmeira à beira da praia, eu logicamente estou anunciando q estou dormindo à sombra duma palmeira à beira da praia. Basta confrontar o Zé Reclame com esse fato e sua inescapável interpretação, q ele automaticamente cita consciente ou inconscientemente o velho Freud, "Às vezes um charuto é apenas um charuto", dito no susto qdo alguém insinuou algo sobre o uso do mesmo.
Mas citando nosso exímio Dr Plausível, "propaganda nunca é charuto": sempre tem algo escondido nas entrelinhas. Vejam por exemplo este texto encontrado no folheto dum bar numa cidade praiana meio histórica:
"Localizado na paradisíaca e histórica cidade de Blablablá, o Bar Blebleblé, com criatividade e sofisticação, resgata e concilia com o presente, todo o clima, a mística e os encantos do passado. Num ambiente despojado, alegre e aconchegante, com a melhor música e uma culinária fundada nos mais saborosos grelhados servidos na tábua, além do melhor chopp de todo o litoral bliblibli, oferece uma diversificada carta de vinhos com mais de 60 variedades especialmente selecionadas e acondicionadas em adega climatizada, serviços de Wine Keeper para a imprescindível degustação e espaços exclusivos para prazeres também exclusivos, como Clube do Whisky, Clube da Vodka e o Clube do Charuto."
¿Será q alguém acredita nisso? O folheto foi levado ao consultório do Dr Plausível pelo CBeetz e pela PDufrayer, q estiveram no local e traduziram o texto acima pra algo mais próximo à realidade:
"Venha ficar surdo e bêbado num ambiente q procura disfarçar o presente e só consegue insultar o passado, ouvindo alguém cantar no último volume, bebendo um chopp industrializado, comendo num pedaço de madeira q custou uma bagatela, e cheirando a pestilência dum charuto logo ao lado. Vc pode pedir qqer um dos vinhos q nosso comprador achou na distribuidora, e ao cambalear prà rua, não deixe de manter a tradição da cidade: tropece no calçamento irregular e caia de boca num pedregulho paradisíaco."
Mas também fazer texto pra folheto de barzinho deve ser uma tarefa inglória, não? ¡Caaacilda! Chega o dono do bar e pede, "escreve umas coisas bonitas aí... cidade paradisíaca... ambiente sofisticado... sei lá, inventa aí". Só podia dar no q deu. ¿Onde é q estão os fantasmas coloniais qdo a gente precisa deles?
Mas citando nosso exímio Dr Plausível, "propaganda nunca é charuto": sempre tem algo escondido nas entrelinhas. Vejam por exemplo este texto encontrado no folheto dum bar numa cidade praiana meio histórica:
"Localizado na paradisíaca e histórica cidade de Blablablá, o Bar Blebleblé, com criatividade e sofisticação, resgata e concilia com o presente, todo o clima, a mística e os encantos do passado. Num ambiente despojado, alegre e aconchegante, com a melhor música e uma culinária fundada nos mais saborosos grelhados servidos na tábua, além do melhor chopp de todo o litoral bliblibli, oferece uma diversificada carta de vinhos com mais de 60 variedades especialmente selecionadas e acondicionadas em adega climatizada, serviços de Wine Keeper para a imprescindível degustação e espaços exclusivos para prazeres também exclusivos, como Clube do Whisky, Clube da Vodka e o Clube do Charuto."
¿Será q alguém acredita nisso? O folheto foi levado ao consultório do Dr Plausível pelo CBeetz e pela PDufrayer, q estiveram no local e traduziram o texto acima pra algo mais próximo à realidade:
"Venha ficar surdo e bêbado num ambiente q procura disfarçar o presente e só consegue insultar o passado, ouvindo alguém cantar no último volume, bebendo um chopp industrializado, comendo num pedaço de madeira q custou uma bagatela, e cheirando a pestilência dum charuto logo ao lado. Vc pode pedir qqer um dos vinhos q nosso comprador achou na distribuidora, e ao cambalear prà rua, não deixe de manter a tradição da cidade: tropece no calçamento irregular e caia de boca num pedregulho paradisíaco."
Mas também fazer texto pra folheto de barzinho deve ser uma tarefa inglória, não? ¡Caaacilda! Chega o dono do bar e pede, "escreve umas coisas bonitas aí... cidade paradisíaca... ambiente sofisticado... sei lá, inventa aí". Só podia dar no q deu. ¿Onde é q estão os fantasmas coloniais qdo a gente precisa deles?
24 agosto 2003
Pipocam et cinemenses
Como bem lembra o Zé Geraldo, ¡q vexame, esse tal Spielberg, hem? O cara misturou os genes dum tubarão com os dum leão e ainda enfiou os dum cupim, e criou um peixe q ruge e come madeira. Cada idéia.
Mas a pergunta do ZG ("¿por que ruge o tubarão do Spielberg?") só tem uma resposta: porque o filme é estadunidense e foi lançado no verão de lá. À primeira vista, essa resposta parece q não tem nada a ver. Mas lembro q o Dr Plausível estuda a hipoplausibilose no cinema há várias décadas, e em seu último livro "Tela à Vista" (Ed Sphincter, 540 pgs, R$5.400) demonstra q o grau de hipoplausibilose num filme estadunidense é diretamente proporcional à proximidade do lançamento ao verão boreal. Vcs podem checar. Todo filme q sai entre Junho e Agosto é um compêndio de enredos fáceis e rápidos, temas paranóico-sensacionalistas, atuações padrão e desenlaces idem, em que a plausibilidade tem mais chance de sair intacta q um ator coadjuvante tem de ainda estar vivo na última cena.
Mas aí a pergunta virou outra: ¿why the fuck filme de verão tem q ser implausível? Aha...!, reponde o Dr Plausível, porque os EUA são uma democracia rica, ou seja, são um país onde os anseios legítimos da manada são total e irrestritamente satisfeitos, ou seja, um país onde a Voz do Povo é soberana, e a Voz do Povo diz: "ué, ¿tubarão não devia rugir?".
Mas ¡ó panem et circences! o povo parece q não sei...
Mas a pergunta do ZG ("¿por que ruge o tubarão do Spielberg?") só tem uma resposta: porque o filme é estadunidense e foi lançado no verão de lá. À primeira vista, essa resposta parece q não tem nada a ver. Mas lembro q o Dr Plausível estuda a hipoplausibilose no cinema há várias décadas, e em seu último livro "Tela à Vista" (Ed Sphincter, 540 pgs, R$5.400) demonstra q o grau de hipoplausibilose num filme estadunidense é diretamente proporcional à proximidade do lançamento ao verão boreal. Vcs podem checar. Todo filme q sai entre Junho e Agosto é um compêndio de enredos fáceis e rápidos, temas paranóico-sensacionalistas, atuações padrão e desenlaces idem, em que a plausibilidade tem mais chance de sair intacta q um ator coadjuvante tem de ainda estar vivo na última cena.
Mas aí a pergunta virou outra: ¿why the fuck filme de verão tem q ser implausível? Aha...!, reponde o Dr Plausível, porque os EUA são uma democracia rica, ou seja, são um país onde os anseios legítimos da manada são total e irrestritamente satisfeitos, ou seja, um país onde a Voz do Povo é soberana, e a Voz do Povo diz: "ué, ¿tubarão não devia rugir?".
Mas ¡ó panem et circences! o povo parece q não sei...
21 agosto 2003
Entre atentados e conseguidos, todos escapam
E aí, ¿vcs acreditam em notícia de jornal? Difícil, né? Ainda mais qdo o jornal noticia um comunicado dum governo. O Dr Plausível sempre diz q jornal noticiando comunicado de governo é como maquiagem de velha: uma tentativa de esconder algo q fica ainda mais evidente.
Pois vejam só esta: um comunicado hipoplausibilético do governo estadunidense avisa q gente ligada ao Bin Laden conseguiu entrar no Iraque (ué, ¿eles não estavam lá o tempo todo?). No dia seguinte explode um caminhão bomba embaixo da janela do chefe da missão da ONU em Bagdá, matando um cara q queria ver o Iraque governando a si próprio rapidinho. Ninguém assume o atentado conseguido, mas um outro comunicado hipoplausibilético lança suspeitas sobre aquela gente ligada ao Bin Laden.
¡Q coisa, hem? ¡O mundo todo parece que bebeu!
Muita gente diria q neste caso o tratamento do Dr Plausível seria um despropósito. Mas vejam bem, ¿eu estou dizendo alguma coisa? ¡¿Eu estou insinuando alguma coisa?¡ ¿Hem?
Pois vejam só esta: um comunicado hipoplausibilético do governo estadunidense avisa q gente ligada ao Bin Laden conseguiu entrar no Iraque (ué, ¿eles não estavam lá o tempo todo?). No dia seguinte explode um caminhão bomba embaixo da janela do chefe da missão da ONU em Bagdá, matando um cara q queria ver o Iraque governando a si próprio rapidinho. Ninguém assume o atentado conseguido, mas um outro comunicado hipoplausibilético lança suspeitas sobre aquela gente ligada ao Bin Laden.
¡Q coisa, hem? ¡O mundo todo parece que bebeu!
Muita gente diria q neste caso o tratamento do Dr Plausível seria um despropósito. Mas vejam bem, ¿eu estou dizendo alguma coisa? ¡¿Eu estou insinuando alguma coisa?¡ ¿Hem?
18 agosto 2003
Quem come tudo não come nada
A primeira vez q o Dr Plausível ouviu falar daquela turma q categoricamente afirma viver de luz e não precisar de comida, ele nos surpreendeu já com um comentário na ponta da língua: "¡¡hhhhrrrr-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-QUA-tóç-QUA-QUA-QUA-rrrrhhhh-pfrfrfr!!!" Desde então seus comentários têm sido mais moderados, e passaram do "¡¡hhhh-HA-HA-HA-HA-HA-HA-HA-tóç-HA-HA-HA-rrrrhhhh-pfrfrfr!!" ao "hhh-HO-HO-HO-rrrrhhhh-pfrfrfr!!", e agora o assunto não desperta mais q um "¡hrhrhrhr....pfrfrfr!" No entanto, o edificante e extrovertido Dr Plausível não deixa de dar ouvidos aos críticos q ressaltam o fato de q um terapeuta não deve tirar sarro de seus pacientes, especialmente aqueles q mais precisam dele.
Mas ¡q idéia essas mulheres foram ter, hem? Vejam só este sintoma de hipoplausibilose galopante:
"A possibilidade de viver totalmente e exclusivamente de Luz (...) é verdadeiramente um salto quântico na evolução humana."
(¿Já repararam como os hipoplausibiléticos pseudo-científicos têm tesão usando jargão das ciências exatas de última geração?)
E este outro:
"A escritora Evelyn Levy Torrence rebate a afirmação do endocrinologista, dizendo que as pessoas miseráveis morrem porque não têm conhecimento do processo de captação da luz."
¡Haja mau hálito!
Descontando a possibilidade de má fé pura e simples por parte dessas fotossintéticas hipoplausibiléticas, é possível q elas acreditem mesmo q "não comem coisa alguma": pois ¿não é do feitio de muitas mulheres e afins exagerar a interpretação duma observação? ¿Quem já não viu uma magrela reclamar q está gorda como uma baleia, ou uma desnarigada dizer q tem uma napa de tucano? Elas não estão descrevendo a realidade, mas apenas dizendo como se sentem. Então ¿não seria possível q essas pessoas-plâncton estejam apenas exagerando? De algum modo devem recuperar as forças perdidas na televisão vespertina insistindo q vivem de luz, e depois se alguém lhes pergunta se já jantaram, dizem "Não, nada.", frase esta q pràs pessoas racionais equivale a dizer "Nem sinto q acabei de devorar uma lasanha."
¡Ó anorexia cerebral! ¡Ó fome de miolo!
Mas ¡q idéia essas mulheres foram ter, hem? Vejam só este sintoma de hipoplausibilose galopante:
"A possibilidade de viver totalmente e exclusivamente de Luz (...) é verdadeiramente um salto quântico na evolução humana."
(¿Já repararam como os hipoplausibiléticos pseudo-científicos têm tesão usando jargão das ciências exatas de última geração?)
E este outro:
"A escritora Evelyn Levy Torrence rebate a afirmação do endocrinologista, dizendo que as pessoas miseráveis morrem porque não têm conhecimento do processo de captação da luz."
¡Haja mau hálito!
Descontando a possibilidade de má fé pura e simples por parte dessas fotossintéticas hipoplausibiléticas, é possível q elas acreditem mesmo q "não comem coisa alguma": pois ¿não é do feitio de muitas mulheres e afins exagerar a interpretação duma observação? ¿Quem já não viu uma magrela reclamar q está gorda como uma baleia, ou uma desnarigada dizer q tem uma napa de tucano? Elas não estão descrevendo a realidade, mas apenas dizendo como se sentem. Então ¿não seria possível q essas pessoas-plâncton estejam apenas exagerando? De algum modo devem recuperar as forças perdidas na televisão vespertina insistindo q vivem de luz, e depois se alguém lhes pergunta se já jantaram, dizem "Não, nada.", frase esta q pràs pessoas racionais equivale a dizer "Nem sinto q acabei de devorar uma lasanha."
¡Ó anorexia cerebral! ¡Ó fome de miolo!
14 agosto 2003
A garoa e a rocha
A política e o Dr Plausível são como a garoa e a rocha: a primeira de vez em qdo molha a segunda por fora e estamos conversados.
É nesse clima de indiferença mútua q o exaltado e enfático doutor analisa a propaganda política. Digam a verdade, mes enfants, ¿tem coisa mais implausível q as esperanças eleitorais da maioria dos candidatos a qqer cargo? Tem gente q não tem simancol nem na terceira vértebra à esquerda, ¿não? Analisemos um caso tomado aleatoriamente: Quércia. Eu poderia falar de qqer outro empostado e falastrão de segunda: o nome não importa muito; aliás, q eu saiba, o Quércia pode até ser o ser humano mais correto, hábil, empreendedor, justo, transparente, capaz, eficiente, iluminado, honesto, competente e esforçado em todo o universo e mais dez metros. Mas até mesmo o mais correto, hábil, &c ser humano do universo pode ser vítima de hipoplausibiloses plantadas em seu cérebro pelas turbas ensandecidas de puxa-sacos. Pois ¿que é q enfiaram na cabeça desse sujeito q lhe dá a impressão de q é só aparecer por aí falando os lugares-comuns de sempre e de repente consegue ser eleito? Alguém tem q chegar ao pé do ouvido dele e dos outros sem-chance e dizer bem baixinho pra não assustar, "Escuta meu, se manca. Vai cuidar de tua vida. Aqui vc está fazendo papel de papel de parede."
É nesse clima de indiferença mútua q o exaltado e enfático doutor analisa a propaganda política. Digam a verdade, mes enfants, ¿tem coisa mais implausível q as esperanças eleitorais da maioria dos candidatos a qqer cargo? Tem gente q não tem simancol nem na terceira vértebra à esquerda, ¿não? Analisemos um caso tomado aleatoriamente: Quércia. Eu poderia falar de qqer outro empostado e falastrão de segunda: o nome não importa muito; aliás, q eu saiba, o Quércia pode até ser o ser humano mais correto, hábil, empreendedor, justo, transparente, capaz, eficiente, iluminado, honesto, competente e esforçado em todo o universo e mais dez metros. Mas até mesmo o mais correto, hábil, &c ser humano do universo pode ser vítima de hipoplausibiloses plantadas em seu cérebro pelas turbas ensandecidas de puxa-sacos. Pois ¿que é q enfiaram na cabeça desse sujeito q lhe dá a impressão de q é só aparecer por aí falando os lugares-comuns de sempre e de repente consegue ser eleito? Alguém tem q chegar ao pé do ouvido dele e dos outros sem-chance e dizer bem baixinho pra não assustar, "Escuta meu, se manca. Vai cuidar de tua vida. Aqui vc está fazendo papel de papel de parede."
09 agosto 2003
Ponto gelado
Mas ¡q coisa, não? Já vai fazer um mês q sugeri a criação de cursos de Plausibilidade I, II e III nas escolas de propaganda & marketing e até agora, nada. Enquanto ninguém se anima, nosso escrupuloso e evoluído Dr Plausível vai vivendo de favor, vendo aberrações plausibilógicas até em anúncio de sofá. ¿Já viram esse último do Ponto Frio? Nas agências de publicidade, esse tipo de anúncio deve ser dado aos estagiários. Pois vejam se não concordam com o Dr Plausível: logo no comecinho do anúncio, o garoto propaganda (q parece felicíssimo por estar anunciando sofás e batedeiras) diz algo como "¡O Ponto Frio quer ter vc aqui e agora baixou os preços de verdade!" Mas ¡¡¡o quêêêê??? ¿Quer dizer q toda vez q o Ponto Frio anunciou "preço baixo" até agora era mentira? Quando comprei aquela máquina de lavar Enxuta e aquele aspirador de pó Electrolux no Ponto Frio do Jabaquara, crente de q estava fazendo um bom negócio, ¿quer dizer q estavam descaradamente me fazendo de trouxa? Se mentiram antes, ¿quem garante q agora estão dizendo a verdade?
E outra coisa. Lá no fim, aparece o slogan padrão "¡Que bom ter você aqui!" Mas peraí. ¿Primeiro diz q me quer lá e logo fala como se eu JÁ estivesse lá? E ¿quem disse q eu vou?
¡O cérebro dessa gente parece q congelou!
E outra coisa. Lá no fim, aparece o slogan padrão "¡Que bom ter você aqui!" Mas peraí. ¿Primeiro diz q me quer lá e logo fala como se eu JÁ estivesse lá? E ¿quem disse q eu vou?
¡O cérebro dessa gente parece q congelou!
06 agosto 2003
Pai dos burros tb pode ser babaca
A exemplo do Dr Plausível, q é um assíduo usuário de dicionários, nunca encontrei um dicionário da língua brasileira cuja reputação escapasse ilesa dum diagnóstico plausibilógico. Há pouco saiu o Dicionário Houaiss de Sinônimos e Antônimos, q é até bom e útil mas tb não é lá essas coisas, e q recomendo para tratamento com nosso energético e esclarecido humanista.
Todo dicionário de sinônimos impressiona pelo vulto, mas este é resultado de puro acaso, pois ¿toda palavra não deve aparecer no mínimo três vezes? Por exemplo: babaca: adj, s coió, papalvo; coió adj, s: babaca, papalvo; papalvo adj, s: babaca, coió. Mas ¿não parece malandragem? Pra mim parece. Todo dicionário de encontrar palavras deveria ser feito nos moldes do Thesaurus do Dr Roget. O único publicado no Brasil, q eu saiba, foi o heróico Dicionário Analógico (Idéias Afins) de Francisco FS Azevedo, dificílimo de achar (uso meu exemplar a toda hora, mas já está antiquado e se desmontando). Esse negócio de ter q ir daqui pra lá e de lá pra cá à procura duma palavra q nos escapa é coisa de coitado.
Nada disso é implausível, claro. Implausível é um editor alardear q fez um dicionário de sinônimos e antônimos do qual propositalmente tirou certas palavras q considerou demasiadamente informais. ¡¡É isso mesmo o q fez o moço q editou o DHSA!! O exemplo q dei (babaca) foi fictício, pois no DHSA aparece babaca: basbaque; e aí vc procura basbaque e aparece basbaque: babaquara, ingênuo, papalvo, pateta, simplório, tolo. ¿Cadê babaca? Sumiu. Mas não é erro, não. O próprio editor diz com todas as letras na introdução de dicionário mais empolada q já li: "Não há vocábulos de gíria inseridos nas sinonímias, mas eles aparecem no dicionário como entradas (veja fofocar, por exemplo). A intenção é sugerir ao leitor palavras não informais, se precisar evitar a gíria em seus textos." ¡¡SE PRECISAR EVITAR?? ¿Q catso de dicionário é esse? Se eu compro um dicionário de sinônimos, ¡é justamente pq não quero evitar certas palavras! (Além disso, notem q ele menciona um "leitor" e não um "escritor" ou "usuário". Sintomático, ¿não?)
E ¿qual é o critério pra "palavras informais"? Pro coió, deve ser "palavras que acho feias" ou "palavras de uso corrente", ¿ora pois não? Pois ¿vcs já ouviram alguém usar basbaque em vez de babaca? Eu, nunca. Quer dizer então q se eu estiver tentando me lembrar duma palavra q o editor do DHSA considerou deficiente em "não-informalidade", ¿vou ter q comprar outro dicionário? ¡Ora, façam-me o favor! ¡Quanta babaquice! Q seja, então.
Todo dicionário de sinônimos impressiona pelo vulto, mas este é resultado de puro acaso, pois ¿toda palavra não deve aparecer no mínimo três vezes? Por exemplo: babaca: adj, s coió, papalvo; coió adj, s: babaca, papalvo; papalvo adj, s: babaca, coió. Mas ¿não parece malandragem? Pra mim parece. Todo dicionário de encontrar palavras deveria ser feito nos moldes do Thesaurus do Dr Roget. O único publicado no Brasil, q eu saiba, foi o heróico Dicionário Analógico (Idéias Afins) de Francisco FS Azevedo, dificílimo de achar (uso meu exemplar a toda hora, mas já está antiquado e se desmontando). Esse negócio de ter q ir daqui pra lá e de lá pra cá à procura duma palavra q nos escapa é coisa de coitado.
Nada disso é implausível, claro. Implausível é um editor alardear q fez um dicionário de sinônimos e antônimos do qual propositalmente tirou certas palavras q considerou demasiadamente informais. ¡¡É isso mesmo o q fez o moço q editou o DHSA!! O exemplo q dei (babaca) foi fictício, pois no DHSA aparece babaca: basbaque; e aí vc procura basbaque e aparece basbaque: babaquara, ingênuo, papalvo, pateta, simplório, tolo. ¿Cadê babaca? Sumiu. Mas não é erro, não. O próprio editor diz com todas as letras na introdução de dicionário mais empolada q já li: "Não há vocábulos de gíria inseridos nas sinonímias, mas eles aparecem no dicionário como entradas (veja fofocar, por exemplo). A intenção é sugerir ao leitor palavras não informais, se precisar evitar a gíria em seus textos." ¡¡SE PRECISAR EVITAR?? ¿Q catso de dicionário é esse? Se eu compro um dicionário de sinônimos, ¡é justamente pq não quero evitar certas palavras! (Além disso, notem q ele menciona um "leitor" e não um "escritor" ou "usuário". Sintomático, ¿não?)
E ¿qual é o critério pra "palavras informais"? Pro coió, deve ser "palavras que acho feias" ou "palavras de uso corrente", ¿ora pois não? Pois ¿vcs já ouviram alguém usar basbaque em vez de babaca? Eu, nunca. Quer dizer então q se eu estiver tentando me lembrar duma palavra q o editor do DHSA considerou deficiente em "não-informalidade", ¿vou ter q comprar outro dicionário? ¡Ora, façam-me o favor! ¡Quanta babaquice! Q seja, então.
31 julho 2003
A intenção apressada de fazer o errado
Um comentário sobre o texto anterior afirma q a "desinformação" na televisão brasileira é "propositalmente idealizada", ou seja, q existe uma curriola por trás das incontáveis implausibilidades q assolam as produções nacionais. Hmm. O Dr Plausível – q estuda o problema há décadas e não somente em relação à televisão – vê sim uma implausibilidade nesse argumento da intencionalidade. É como ver conspirações onde só existem agrupamentos. Uma emissora de televisão é uma organização por demais complexa pra q qqer intenção se transforme em erros de lógica hora após hora, dia após dia, por anos a fio. As implausibilidades televisivas demonstram antes de tudo inépcia ao lidar com dados e idéias, suas seqüências e suas interações – burrice mesmo. E tb não se sustenta o argumento de q muita besteira passa pq tudo é feito com pressa e pra ontem: a pressa prejudica o acabamento das obras mas não sua concepção. O relato sobre a filha raptada por exemplo, não saiu daquele jeito pq algum fodão na emissora quis desinformar, ou pq foi feito às pressas, ou pq em algum momento o produtor disse "ah, vai assim mesmo". A questão é mais embaixo: a pessoa q idealizou a trama e/ou escreveu o roteiro simplesmente não tem tutano pra perceber como as várias partes duma história têm q se encaixar.
Muita gente vê intenção nos erros alheios, como se vê um rosto nas nuvens, ou como qdo vc xinga a pedra em q tropeçou. Difícil é compreender o fato de q o mundo está abarrotado de gente burra e/ou preguiçosa; difícil é entender a burrice alheia.
Muita gente vê intenção nos erros alheios, como se vê um rosto nas nuvens, ou como qdo vc xinga a pedra em q tropeçou. Difícil é compreender o fato de q o mundo está abarrotado de gente burra e/ou preguiçosa; difícil é entender a burrice alheia.
30 julho 2003
Epístolas novelescas
O Dr Plausível às vezes não tem nada pra fazer à tarde, a parte do dia em q as improbabilidades matinais gradualmente dão lugar às impossibilidades noturnas. É a hora em q todo mundo relaxa um pouco e a televisão meio q abre espaço pra os menos favorecidos de simancol plausibilético.
Esses dias, nosso exímio e estudado analista refestelou-se de engulhos e embrulhou-se de gargalhadas durante o programa de Márcia Goldschmidt vendo a dramatização duma suposta carta q relatava acontecimentos supostamente verídicos:
Fulana vai dar à luz uma menina e decide chamá-la Júlia; Sicrana, irmã de Fulana, mora longe e vem ajudar durante os dias por volta do parto; ao nascer, a menina é raptada (Fulana grita "¿Onde está meu bebê? (?) ¡Quero meu filho!(??) "); "anos mais tarde", Sicrana (irmã de Fulana) telefona de longe dizendo q acaba de adotar um bebê (???), uma menina a quem chamou Júlia; Fulana e Sicrana, q são "muito próximas", ficam 15 anos sem se ver; ao cabo dos quais, "minha filha já devia falar, andar"; o marido de Sicrana é assassinado; Sicrana vem morar com Fulana e traz Júlia; Sicrana morre duma doença fulminante; entre seus pertences, Fulana encontra uma carta não enviada em q Sicrana confessa ser a autora do rapto.
¡Ó tripúdio dos tímpanos! ¡Ó castigo das córneas! ¡Quanta acochambração, hem? Reciclagem de fotonovela dá nisso.
(Vale dizer q, após rir às bandeiras despregadas, nosso estóico e egrégio militante sofreu a ressaca de passar várias horas desagradáveis lastimando as sinapses perdidas e condoendo-se pelos telespectadores coitados q as perdem diariamente vendo esses programas.)
Esses dias, nosso exímio e estudado analista refestelou-se de engulhos e embrulhou-se de gargalhadas durante o programa de Márcia Goldschmidt vendo a dramatização duma suposta carta q relatava acontecimentos supostamente verídicos:
Fulana vai dar à luz uma menina e decide chamá-la Júlia; Sicrana, irmã de Fulana, mora longe e vem ajudar durante os dias por volta do parto; ao nascer, a menina é raptada (Fulana grita "¿Onde está meu bebê? (?) ¡Quero meu filho!(??) "); "anos mais tarde", Sicrana (irmã de Fulana) telefona de longe dizendo q acaba de adotar um bebê (???), uma menina a quem chamou Júlia; Fulana e Sicrana, q são "muito próximas", ficam 15 anos sem se ver; ao cabo dos quais, "minha filha já devia falar, andar"; o marido de Sicrana é assassinado; Sicrana vem morar com Fulana e traz Júlia; Sicrana morre duma doença fulminante; entre seus pertences, Fulana encontra uma carta não enviada em q Sicrana confessa ser a autora do rapto.
¡Ó tripúdio dos tímpanos! ¡Ó castigo das córneas! ¡Quanta acochambração, hem? Reciclagem de fotonovela dá nisso.
(Vale dizer q, após rir às bandeiras despregadas, nosso estóico e egrégio militante sofreu a ressaca de passar várias horas desagradáveis lastimando as sinapses perdidas e condoendo-se pelos telespectadores coitados q as perdem diariamente vendo esses programas.)
25 julho 2003
Vacuidades
Inumeráveis críticos do Dr Plausível teimam em apregoar q teríamos q descartar quase toda obra de ficção, pois a apreciação de qqer livro, qqer filme, qqer peça teatral exige uma suspensão da realidade. Essa gentalha toda q critica nosso excelso e excêntrico humanista deveria lavar bem as cuecas e calcinhas antes de forçar o cérebro a pensar racionalmente.
A ficcionalidade dum relato não o exime do escrutínio plausibilógico. Qdo o autor se esquiva da plausibilidade pra facilitar alguma resolução, o leitor/espectador se sente traído: "Porra, paguei ingresso e fiquei aqui sentando todo esse tempo dando atenção a essa produção ¿e agora esse sem-vergonha me sai com essa?"
Como bem lembrou o mentor intelectual do Dr Plausível, explosões no vácuo em filme espacial são um caso típico e bem conhecido: só mesmo quem desconhece as leis da física sai do cinema deslumbrado com os efeitos especiais, pois ¿como é q pode algo explodir no vácuo pegando fogo e ainda por cima fazer barulho? ¿Faria alguma diferença na história se as 'explosões' fossem silenciosas? E não contentes em produzir estrondos no vácuo, o som ainda por cima chega instantaneamente até nós, q teoricamente estamos a milhares de quilômetros dali. Vácuo é o q os produtores têm na cabeça. Aliás qqer filme de guerra tem esse problema. Uma explosão acontece a cinco quilômetros e ¡personagens de costas pra ela a ouvem instantaneamente!
Aposto q todo técnico em efeitos especiais teve um choque de realidade ao ver os atentados do WTC: avião q bate em prédio não explode pra trás. Agora q todo mundo já sabe, vai ficar mais difícil enganar até os deslumbrados.
A ficcionalidade dum relato não o exime do escrutínio plausibilógico. Qdo o autor se esquiva da plausibilidade pra facilitar alguma resolução, o leitor/espectador se sente traído: "Porra, paguei ingresso e fiquei aqui sentando todo esse tempo dando atenção a essa produção ¿e agora esse sem-vergonha me sai com essa?"
Como bem lembrou o mentor intelectual do Dr Plausível, explosões no vácuo em filme espacial são um caso típico e bem conhecido: só mesmo quem desconhece as leis da física sai do cinema deslumbrado com os efeitos especiais, pois ¿como é q pode algo explodir no vácuo pegando fogo e ainda por cima fazer barulho? ¿Faria alguma diferença na história se as 'explosões' fossem silenciosas? E não contentes em produzir estrondos no vácuo, o som ainda por cima chega instantaneamente até nós, q teoricamente estamos a milhares de quilômetros dali. Vácuo é o q os produtores têm na cabeça. Aliás qqer filme de guerra tem esse problema. Uma explosão acontece a cinco quilômetros e ¡personagens de costas pra ela a ouvem instantaneamente!
Aposto q todo técnico em efeitos especiais teve um choque de realidade ao ver os atentados do WTC: avião q bate em prédio não explode pra trás. Agora q todo mundo já sabe, vai ficar mais difícil enganar até os deslumbrados.
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