¡Cada idéia de jirico!
Existe um acordo tácito entre os anunciantes e o público pedestre: anúncio fica ao nível dos olhos ou acima da cabeça; assim, quem não quer poluir a vista só precisa olhar o chão q pisa. ¿E não é q agora algum paralítico mental resolveu pintar anúncios direto nas calçadas? Nas esquinas mais civilizadas, o meio-fio tem aqueles rebaixos pra cadeiras de rodas. Agora a prefeitura loteou esse espaço no chão pra anúncios, o q é um despautério mesmo q seja só nos arredores da Paulista e só prà São Silvestre. O Dr Plausível viu alguns da Sul América ING: ou seja, algum paraplógico numa companhia de seguros achou q pintar um anúncio ali, como dizendo 'nós mantemos esta área', seria bom prà imagem da firma. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA E logo uma firma de seguros... ¡Q mau gosto!
O desespero mercadológico torna o organismo muito vulnerável a infecções oportunistas de hipoplausibilose. E convenhamos, tem q estar muito desesperado pra se rebaixar a pintar anúncios no chão. A mensagem q passa é q a Sul América ING, assim como os demais anunciantes rasteiros (se os houver), está tão necessitada de novos clientes q não se importa de encher o saco dos pedestres a cada esquina com a idéia prepóstera de q todo ãã... usuário de rodo-assento deveria estar agradecido a ela por sinalizar os acessos q todo o mundo já sabe onde estão. Sem falar no insulto implícito em supostamente pedir reconhecimento por implementar um direito. HAHAHAHA
¡Tem gente q não pensa, sô! Pois ¿vc faria seguro numa firma q apregoa um raciocínio tosco? Bastou esse anúncio pra conseguir minha antipatia eterna contra toda e qqer empresa q emporcalhe o chão com sua marca, e aposto q estou longe de ser o único a detestar esse truque chão. Já nosso equânime doutor, de tanto rir teve q ser levado às pressas em rodo-assento até sua biblioteca, onde foi se acalmando lendo Darwin.
Mas, ¡ô sarjeta safada!, parece q o Dr Plausível não gargalha tão alto assim.
30 dezembro 2003
23 dezembro 2003
Um Natal Trágico
Nosso emocionável Dr Plausível verte copiosas lágrimas qdo lê, ouve ou vê um conto de Natal redondinho, fofinho e totalmente inútil. É um espetáculo edificante examinar esse eminente exegeta enxugando da epiderme os eflúvios embevecidos. ¡Qta grandeza! ¡Qto sentimento!
Mas Natal tbm é qdo muito roteirista de filme se dá mal, e aí o estudado doutor chora mesmo mas é de rir. O cara quer bolar um enredo novo pruma estória velha e acaba se enredando todo.
Tem um filme por aí chamado Um Natal Mágico (One Magic Christmas), q precisa o qto antes ser levado pra tratamento, mesmo q esperneie e ameace se matar. A trama enrascada e resumida é assim: mulher casada, mãe de casalzinho, não gosta do Natal, não diz 'feliz Natal', acha tudo uma babaquice; um anjo é enviado pra fazer a mulher gostar; o método q escolhe é causar a morte do marido e dos filhos; o anjo (q aliás tem todo o jeito de pedófilo...) ressuscita os filhos e só traz de volta o marido depois q a mãe admite ter gostado do Natal qdo criança e então entra na festa.
A hilariante lógica é inescapável: ou vc gosta do Natal ou vem um anjo levar embora seus entes queridos. Mas ¡que maquiavelismo vergonhoso, hem? ¿Isso lá é espírito natalino q se preze? O ridículo é q, com toda a roupagem algodão-doce do filme, muita gente nem deve perceber q o anjo age descaradamente de má-fé.
É a versão pérfida daquela piada do bode:
Roceiro reclama ao vigário q o ambiente familiar vai muito mal.
Vigário: Faça isto: deixe seu bode viver na sala.
Dias depois, se encontram.
Vigário: ¿Pôs o bode na sala?
Roceiro: Pus.
Vigário: ¿Como vai a família agora?
Roceiro: ¡Muito pior! Todo mundo brigando. Ninguém agüenta mais.
Vigário: Tira o bode da sala.
Dias depois, se encontram novamente.
Vigário: ¿Tirou o bode da sala?
Roceiro: Tirei.
Vigário: ¿E como vai a família?
Roceiro: ¡Agora tá uma maravilha!
Roteirista muito carola sempre acha q não precisa ser plausível, pois ¿Deus não escreve certo por linhas tortas? Mas peraí! Deus não seria tão safado.
Êitcha.
Mas Natal tbm é qdo muito roteirista de filme se dá mal, e aí o estudado doutor chora mesmo mas é de rir. O cara quer bolar um enredo novo pruma estória velha e acaba se enredando todo.
Tem um filme por aí chamado Um Natal Mágico (One Magic Christmas), q precisa o qto antes ser levado pra tratamento, mesmo q esperneie e ameace se matar. A trama enrascada e resumida é assim: mulher casada, mãe de casalzinho, não gosta do Natal, não diz 'feliz Natal', acha tudo uma babaquice; um anjo é enviado pra fazer a mulher gostar; o método q escolhe é causar a morte do marido e dos filhos; o anjo (q aliás tem todo o jeito de pedófilo...) ressuscita os filhos e só traz de volta o marido depois q a mãe admite ter gostado do Natal qdo criança e então entra na festa.
A hilariante lógica é inescapável: ou vc gosta do Natal ou vem um anjo levar embora seus entes queridos. Mas ¡que maquiavelismo vergonhoso, hem? ¿Isso lá é espírito natalino q se preze? O ridículo é q, com toda a roupagem algodão-doce do filme, muita gente nem deve perceber q o anjo age descaradamente de má-fé.
É a versão pérfida daquela piada do bode:
Roceiro reclama ao vigário q o ambiente familiar vai muito mal.
Vigário: Faça isto: deixe seu bode viver na sala.
Dias depois, se encontram.
Vigário: ¿Pôs o bode na sala?
Roceiro: Pus.
Vigário: ¿Como vai a família agora?
Roceiro: ¡Muito pior! Todo mundo brigando. Ninguém agüenta mais.
Vigário: Tira o bode da sala.
Dias depois, se encontram novamente.
Vigário: ¿Tirou o bode da sala?
Roceiro: Tirei.
Vigário: ¿E como vai a família?
Roceiro: ¡Agora tá uma maravilha!
Roteirista muito carola sempre acha q não precisa ser plausível, pois ¿Deus não escreve certo por linhas tortas? Mas peraí! Deus não seria tão safado.
Êitcha.
21 dezembro 2003
Vc vai estar lendo isto:
Uma das crenças mais implausíveis é a de q alguém fala ou escreve errado neste vasto mundo. Ninguém fala errado. Mesmo "falar errado" já foi considerado 'errado', pois o 'correto' seria "falar erradamente". Ridículo.
Uma das críticas comuns de uns anos pra cá tem sido contra o chamado 'gerundismo'. Qdo ouve uma atendente dizer "Vou estar pedindo pro senhor estar ligando pra otro número", muita gente indignada jura de pé junto q a frase só pode estar saindo da boca de pessoa pouco "estudada", vítima de processos mentais confusos e estropiados, querendo empolar as palavras e se dando mal. ¡Qta empáfia! É uma crença tão errada qto a de q a língua deve-se aprender na escola.
O Dr Plausível também é dos q xingam esse uso do gerúndio, q virou gramática-jargão de telemarketing. Porém o estentóreo doutor não xinga porque considere que "vou estar pedindo pro senhor estar ligando" esteja 'errado': xinga porque isso é exatamente o que a atendente quer dizer, e ¡o diz muito bem!
Ela diz "vou estar pedindo" porque, nestes dias de terceirização e massificação, o q ela sente é q 'atender' não é o q ela 'faz', mas o q ela 'está fazendo'; ou seja, não está engajada numa profissão, está é marcando presença num emprego até q surja outro mais compensador. Além disso, a qqer momento ela pode ser inexplicavelmente despedida. Tudo é passageiro e instável. Ela então utiliza o gerúndio pra desvincular seu amor-próprio de seus atos profissionais. Se existe algo errado nisso, é q o foco da atenção dela está longe de ser o coitado do Dr Plausível, q só ligou porque precisava. A mensagem q passa é "olha, vou ignorar minhas próprias preocupações por uns segundos pra fingir interesse por teu caso". A atendente é duma sinceridade desconcertante, utilizando a gramática com uma eficiência espantosa pra 'dizer sem estar dizendo', num artifício subconsciente pra insultar quem liga e ao mesmo tempo ludibriar os controles da chefia.
Por outro lado, ela diz "o senhor estar ligando" porque espera q nosso evoluído humanista realize algo (neste caso "ligar") q pra ela nada mais é q uma rotina previamente estabelecida num fluxograma q lhe foi enfiado goela abaixo por seu empregador. O fato é q o Dr Plausível está longe de encarar sua ligação como rotina, pois só ligou porque está engajado na tentativa de resolver um problema. A atendente sabe conjugar mas não sabe atender. Não se trata de má gramática, mas dum serviço ruim, o serviço prestado por alguém q não vê a hora de ir embora.
Pois é. Quem faz pouco da capacidade gramática de qqer ser humano devia pensar melhor no q diz.
(Como introdução ao tamanho da coisa, o Dr Plausível recomenda aos indignados o livro Preconceito Lingüístico, de Marcos Bagno.)
Uma das críticas comuns de uns anos pra cá tem sido contra o chamado 'gerundismo'. Qdo ouve uma atendente dizer "Vou estar pedindo pro senhor estar ligando pra otro número", muita gente indignada jura de pé junto q a frase só pode estar saindo da boca de pessoa pouco "estudada", vítima de processos mentais confusos e estropiados, querendo empolar as palavras e se dando mal. ¡Qta empáfia! É uma crença tão errada qto a de q a língua deve-se aprender na escola.
O Dr Plausível também é dos q xingam esse uso do gerúndio, q virou gramática-jargão de telemarketing. Porém o estentóreo doutor não xinga porque considere que "vou estar pedindo pro senhor estar ligando" esteja 'errado': xinga porque isso é exatamente o que a atendente quer dizer, e ¡o diz muito bem!
Ela diz "vou estar pedindo" porque, nestes dias de terceirização e massificação, o q ela sente é q 'atender' não é o q ela 'faz', mas o q ela 'está fazendo'; ou seja, não está engajada numa profissão, está é marcando presença num emprego até q surja outro mais compensador. Além disso, a qqer momento ela pode ser inexplicavelmente despedida. Tudo é passageiro e instável. Ela então utiliza o gerúndio pra desvincular seu amor-próprio de seus atos profissionais. Se existe algo errado nisso, é q o foco da atenção dela está longe de ser o coitado do Dr Plausível, q só ligou porque precisava. A mensagem q passa é "olha, vou ignorar minhas próprias preocupações por uns segundos pra fingir interesse por teu caso". A atendente é duma sinceridade desconcertante, utilizando a gramática com uma eficiência espantosa pra 'dizer sem estar dizendo', num artifício subconsciente pra insultar quem liga e ao mesmo tempo ludibriar os controles da chefia.
Por outro lado, ela diz "o senhor estar ligando" porque espera q nosso evoluído humanista realize algo (neste caso "ligar") q pra ela nada mais é q uma rotina previamente estabelecida num fluxograma q lhe foi enfiado goela abaixo por seu empregador. O fato é q o Dr Plausível está longe de encarar sua ligação como rotina, pois só ligou porque está engajado na tentativa de resolver um problema. A atendente sabe conjugar mas não sabe atender. Não se trata de má gramática, mas dum serviço ruim, o serviço prestado por alguém q não vê a hora de ir embora.
Pois é. Quem faz pouco da capacidade gramática de qqer ser humano devia pensar melhor no q diz.
(Como introdução ao tamanho da coisa, o Dr Plausível recomenda aos indignados o livro Preconceito Lingüístico, de Marcos Bagno.)
17 dezembro 2003
Ai q dólar na cachólar
¡Ô santa pataca!
Na tv qqer idéia de jumento sem tutano pode dar tutu. Há alguns meses, além dos erros de tradução, de compreensão e de bom-senso, as legendas vem trazendo uma novidade q poderia dar algum tutu pro Dr Plausível se alguém se dignasse a levar o paciente a sua clínica. Algum funcionário bem-intencionado porém insufferably patronising de alguma firma de tradução achou esta pérola: ¿Por que não converter toda moeda pro dólar, já q todo mundo sabe qto ele vale? Genial! O cara fala "15 libras" e a legenda diz US$26, e assim por diante. ¡Q ótimo, tudo mastigadinho! É só converter pra reais e pronto. Assim nenhum brasileiro vai ficar sem saber qto custa um isqueiro na Inglaterra, um jantar no Japão, ou um terreno na Turquia. Mas ¿por que dólar? Ué, ¿quem é q precisa saber q sequer existe uma moeda chamada "leu"? ¡Põe tudo em dólar! ¿Não é a moeda de gente sofisticada?
Só q aparece então um novo problema. ¿Como é q o leitor da legenda vai saber qual era a taxa de câmbio na data em q a tradução foi feita? Qdo ouviu a descrição do caso, nosso esclarecido doutor tardou a controlar as gargalhadas mas achou a resposta óbvia: fazer referência ao câmbio vigente na data da tradução. Uma legenda corriqueira seria:
original: That's fifteen pounds, guv'nor.
legenda: São US$26 (JAN 2003, venda), governador.
Aí quem se interessasse só precisaria consultar os jornais pra ver qual foi a taxa de câmbio média pra venda do dólar em janeiro de 2003, e pronto. Uma outra solução seria conectar as legendas a uma base de dados dinâmica de modo q o número q aparece na tela variasse automaticamente de acordo com o câmbio na data de exibição do programa, e aí já legendar em reais mesmo. Genial! Sofisticadíssimo!
Que nada. Coisa de quem se acha.
Na tv qqer idéia de jumento sem tutano pode dar tutu. Há alguns meses, além dos erros de tradução, de compreensão e de bom-senso, as legendas vem trazendo uma novidade q poderia dar algum tutu pro Dr Plausível se alguém se dignasse a levar o paciente a sua clínica. Algum funcionário bem-intencionado porém insufferably patronising de alguma firma de tradução achou esta pérola: ¿Por que não converter toda moeda pro dólar, já q todo mundo sabe qto ele vale? Genial! O cara fala "15 libras" e a legenda diz US$26, e assim por diante. ¡Q ótimo, tudo mastigadinho! É só converter pra reais e pronto. Assim nenhum brasileiro vai ficar sem saber qto custa um isqueiro na Inglaterra, um jantar no Japão, ou um terreno na Turquia. Mas ¿por que dólar? Ué, ¿quem é q precisa saber q sequer existe uma moeda chamada "leu"? ¡Põe tudo em dólar! ¿Não é a moeda de gente sofisticada?
Só q aparece então um novo problema. ¿Como é q o leitor da legenda vai saber qual era a taxa de câmbio na data em q a tradução foi feita? Qdo ouviu a descrição do caso, nosso esclarecido doutor tardou a controlar as gargalhadas mas achou a resposta óbvia: fazer referência ao câmbio vigente na data da tradução. Uma legenda corriqueira seria:
original: That's fifteen pounds, guv'nor.
legenda: São US$26 (JAN 2003, venda), governador.
Aí quem se interessasse só precisaria consultar os jornais pra ver qual foi a taxa de câmbio média pra venda do dólar em janeiro de 2003, e pronto. Uma outra solução seria conectar as legendas a uma base de dados dinâmica de modo q o número q aparece na tela variasse automaticamente de acordo com o câmbio na data de exibição do programa, e aí já legendar em reais mesmo. Genial! Sofisticadíssimo!
Que nada. Coisa de quem se acha.
13 dezembro 2003
De MOrth
Ai meus calos.
Quem já viu o programa Saia Justa sabe q de todas as sandices, as maiores são ditas por aquela q fica mais à esquerda na tela. A vizinhança toda começa a rir qdo ouve nosso egrégio Dr Plausível se escarcalhando no chão de ouvir as lorpas incoerências dessa moça. Mas embora a terceira da esquerda prà direita geralmente diga, ainda q empoladamente, umas coisas até q interessantes, às vezes também se deixa levar pela necessidade de não ficar quieta. Foi assim qdo as quatro discutiam o caso do semi-troglodita q, seguindo apenas seus instintos, matou o casalzinho naquele matagal. (Aliás, o Dr Plausível se abstém de comentar toda a celeuma q se seguiu já q, convenhamos, não é muito plausível a possibilidade de evitar tragédias resultantes de ignorar recomendações cujo intuito era justamente evitá-las. Pois então.)
E ¿não é q essa outra também conseguiu fazer toda a vizinhança rir por tabela? Deu pra se enfezar com a coitada da mãe do menor assassino, argumentando q se notou desde cedo q o pirralho não era muito normal, ¿por q foi q não o levou a um psicólogo, meudeusdocéu? ¡Podia até ter sido um psicólogo da prefeitura!
Mas ¡êêê, acorda, Orth! ¿Nunca viu pobreza e ignorância? ¿Não viu a choça em q eles moravam no meio do nada? ¿Não viu q a mãe mal sabe articular uma frase inteligível com mais de dez palavras? ¡Té parece q aquela semi-troglodita q nunca teve chance de nada teria tido a chance de pausar seus afazeres pra meditar! "Oh, vejo evidências de q meu rebento é portador de algum distúrbio emocional... Certamente poderei contar com auxílio profissional gratuito neste mesmo município. Um diagnóstico correto seguido de tratamento adequado deverá evitar q ele venha a perpetuar alguma cagada." (Bom, pelo menos UMA dessas palavras ela deve conhecer...)
O maior abismo entre a artista burguesa e a mãe desse menino é aquele entre o q uma é capaz de dizer e o q a outra é capaz de entender, e vice-versa.
(Só um parêntese impertinente: ¿vcs já perceberam q nesse programa todos os sobrenomes se originam de países do norte da Europa: Young, Lee, Orth, Waldvogel? Hmm...)
Quem já viu o programa Saia Justa sabe q de todas as sandices, as maiores são ditas por aquela q fica mais à esquerda na tela. A vizinhança toda começa a rir qdo ouve nosso egrégio Dr Plausível se escarcalhando no chão de ouvir as lorpas incoerências dessa moça. Mas embora a terceira da esquerda prà direita geralmente diga, ainda q empoladamente, umas coisas até q interessantes, às vezes também se deixa levar pela necessidade de não ficar quieta. Foi assim qdo as quatro discutiam o caso do semi-troglodita q, seguindo apenas seus instintos, matou o casalzinho naquele matagal. (Aliás, o Dr Plausível se abstém de comentar toda a celeuma q se seguiu já q, convenhamos, não é muito plausível a possibilidade de evitar tragédias resultantes de ignorar recomendações cujo intuito era justamente evitá-las. Pois então.)
E ¿não é q essa outra também conseguiu fazer toda a vizinhança rir por tabela? Deu pra se enfezar com a coitada da mãe do menor assassino, argumentando q se notou desde cedo q o pirralho não era muito normal, ¿por q foi q não o levou a um psicólogo, meudeusdocéu? ¡Podia até ter sido um psicólogo da prefeitura!
Mas ¡êêê, acorda, Orth! ¿Nunca viu pobreza e ignorância? ¿Não viu a choça em q eles moravam no meio do nada? ¿Não viu q a mãe mal sabe articular uma frase inteligível com mais de dez palavras? ¡Té parece q aquela semi-troglodita q nunca teve chance de nada teria tido a chance de pausar seus afazeres pra meditar! "Oh, vejo evidências de q meu rebento é portador de algum distúrbio emocional... Certamente poderei contar com auxílio profissional gratuito neste mesmo município. Um diagnóstico correto seguido de tratamento adequado deverá evitar q ele venha a perpetuar alguma cagada." (Bom, pelo menos UMA dessas palavras ela deve conhecer...)
O maior abismo entre a artista burguesa e a mãe desse menino é aquele entre o q uma é capaz de dizer e o q a outra é capaz de entender, e vice-versa.
(Só um parêntese impertinente: ¿vcs já perceberam q nesse programa todos os sobrenomes se originam de países do norte da Europa: Young, Lee, Orth, Waldvogel? Hmm...)
Os meia-roda
Muita gente acha o Dr Plausível retardado, mas pra mim é um privilegiado: é uma das poucas pessoas neste vasto mundo q caem na gargalhada lendo dicionário. Dia desses quase vomitou as tripas de tanto rir ao deparar-se com a indesculpável omissão da palavra 'bicicletaria' em quatro dos dicionários mais vendidos – o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis, o Novo Aurélio Século XXI, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. ¡Êitcha inguinorança cabo da pexte! Tem gente q não se emenda, né?
Além de 'bicicleta', entre o Michaelis e o Aurélio encontramos, no máximo:
bicicletário s: lugar onde se guardam bicicletas
bicicleteiro s: [GO] bicicletista
bicicletista s: pessoa que anda de bicicleta; ciclista
¿Não é de matar de rir? Uma palavra q qqer brasileiro entenderia e produziria sem o menor problema simplesmente não é reconhecida por pessoas q faturam uma nota preta arvorando-se de árbitros da língua. Sem falar da gargalhável afetação em glosar 'bicicleteiro' apenas como um regionalismo de Goiás pra 'ciclista'.
¡Ó grandíloquo guidão da língua! ¡Ó senil selim semi-analfa!
Agora, a coisa q fez nosso efusivo doutor rir até lhe rebentarem as ilhargas foi lembrar o motivo q o levou a procurar uma palavra tão prosaica no asinino pai dos burros. É q uma certa firma de legendagem de filmes, sediada nos EUA, só aceita traduções com palavras incluídas no Aurélio, sem choro nem vela. Se a palavra não consta (tal como, digamos, 'sentimentalóide'), a tradução é devolvida com a palavra criminosa marcada 'this word does not exist'. Agora digam-me, se 'bike shop' não é 'bicicletaria', ¿então o q é? ¿chope de bico?
Não deve ser à toa q proliferam as bike shops no Brasil, pois muito brasileiro ao confirmar q 'bicicletaria' não consta nos léxicos vai dizer, "¡Olha só, 'bicicletaria' não existe!" HAHAHAHA Cartazes às dezenas de milhares estão na verdade em branco.
Mas o mais esputantemente engraçado é perceber q essa omissão em tantos dicionários não pode ser coincidência, e q portanto os dicionaristas copiam irrefletidamente os verbetes de outros dicionários. Como evidência, veja o caso do verbete "Dord" , q se originou dum erro de compilação e foi depois reproduzido por vários outros dicionários.
Além de 'bicicleta', entre o Michaelis e o Aurélio encontramos, no máximo:
bicicletário s: lugar onde se guardam bicicletas
bicicleteiro s: [GO] bicicletista
bicicletista s: pessoa que anda de bicicleta; ciclista
¿Não é de matar de rir? Uma palavra q qqer brasileiro entenderia e produziria sem o menor problema simplesmente não é reconhecida por pessoas q faturam uma nota preta arvorando-se de árbitros da língua. Sem falar da gargalhável afetação em glosar 'bicicleteiro' apenas como um regionalismo de Goiás pra 'ciclista'.
¡Ó grandíloquo guidão da língua! ¡Ó senil selim semi-analfa!
Agora, a coisa q fez nosso efusivo doutor rir até lhe rebentarem as ilhargas foi lembrar o motivo q o levou a procurar uma palavra tão prosaica no asinino pai dos burros. É q uma certa firma de legendagem de filmes, sediada nos EUA, só aceita traduções com palavras incluídas no Aurélio, sem choro nem vela. Se a palavra não consta (tal como, digamos, 'sentimentalóide'), a tradução é devolvida com a palavra criminosa marcada 'this word does not exist'. Agora digam-me, se 'bike shop' não é 'bicicletaria', ¿então o q é? ¿chope de bico?
Não deve ser à toa q proliferam as bike shops no Brasil, pois muito brasileiro ao confirmar q 'bicicletaria' não consta nos léxicos vai dizer, "¡Olha só, 'bicicletaria' não existe!" HAHAHAHA Cartazes às dezenas de milhares estão na verdade em branco.
Mas o mais esputantemente engraçado é perceber q essa omissão em tantos dicionários não pode ser coincidência, e q portanto os dicionaristas copiam irrefletidamente os verbetes de outros dicionários. Como evidência, veja o caso do verbete "Dord" , q se originou dum erro de compilação e foi depois reproduzido por vários outros dicionários.
10 dezembro 2003
Barbárie humanum est
O Dr Plausível às vezes se deleita com esses noticiários do final da tarde em q um apresentador de pé finge indignação com cara de promotor com diarréia. Olho morto fixo na câmara e a matraca no automático, esses ratinhettes ganham a vida duvidando da humanidade alheia: "Esse sujeito não é mais um ser humano. ¡É um MONSTRO!" Alguns estão aí há anos, dia após dia dando 'notícias' como "filhinho de papai taca fogo em mendigo; pai estupra filha de dois anos; mãe mantém filho em gaiola, dando só água com farinha; drogado espanca a avó; ex-namorado degola a empregada da ex-namorada; motorista bêbado atropela dois irmãos de 4 e 6 anos; vizinhança lincha motorista". Monstros todos, é claro.
Mas ¡q idealização mais implausível! Alguém precisa dar uma cutucada no ombro desses matracas e dizer, "Ôô acorda, meu. O ser humano é isso aí mesmo. Monstro é coisa de filme." ¿Será q, após anos a fio regurgitando as atrocidades alheias, ainda não sacaram q o atroz também está no repertório do humano?
Aliás, se o Dr Plausível os tratasse, esses espantalhos estariam é dando risada a cada vez q alguém lhes trouxesse uma atrocidade de bandeja – pois ¿não é disso q vivem?
O Dr Plausível lembra das boas risadas de outrora qdo havia um programa jornalístico implausivelmente chamado Vamos sair da crise. HAHAHA ¿Como acreditar sequer numa palavra dita no programa, se o nome dele já fingia q seu objetivo era a própria extinção? Se tivesse a audiência e os anunciantes dos papa-sangue, ainda hoje estaríamos vendo o Vamos sair da crise – comendo pipoca inflacionada e bebendo guaraná cada vez mais aguado.
Êitcha. Esse pessoal parece q não tem senso de direção...
Mas ¡q idealização mais implausível! Alguém precisa dar uma cutucada no ombro desses matracas e dizer, "Ôô acorda, meu. O ser humano é isso aí mesmo. Monstro é coisa de filme." ¿Será q, após anos a fio regurgitando as atrocidades alheias, ainda não sacaram q o atroz também está no repertório do humano?
Aliás, se o Dr Plausível os tratasse, esses espantalhos estariam é dando risada a cada vez q alguém lhes trouxesse uma atrocidade de bandeja – pois ¿não é disso q vivem?
O Dr Plausível lembra das boas risadas de outrora qdo havia um programa jornalístico implausivelmente chamado Vamos sair da crise. HAHAHA ¿Como acreditar sequer numa palavra dita no programa, se o nome dele já fingia q seu objetivo era a própria extinção? Se tivesse a audiência e os anunciantes dos papa-sangue, ainda hoje estaríamos vendo o Vamos sair da crise – comendo pipoca inflacionada e bebendo guaraná cada vez mais aguado.
Êitcha. Esse pessoal parece q não tem senso de direção...
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